O termo agroecologia é formado da junção de duas palavras: “Agro” que vem de agricultura, manejado pelo ser humano e “ecologia” que, conforme Ana Primavesi, deriva da palavra grega “oikos”, que significa lugar. Trabalha interligado com os sistemas naturais de um dado lugar; incluindo solo, sua vida, estrutura, água, minerais, declividade e a atividade humana. Quando se pensa em agroecologia, logo vem à mente uma agricultura sem uso de agroquímicos, mas ela é mais ampla, possui uma abordagem social, cultural, econômica e ecológica, e desta maneira, estuda as inter-relações existentes entre todos estes fatores.
A agroecologia leva em conta tanto o sistema agroecológico como o social, no qual trabalham os agricultores e as agricultoras. Não se baseia somente nas pesquisas realizadas em centros experimentais e laboratórios, mas prioriza os experimentos nas propriedades, valorizando o saber empírico e a participação das agricultoras e dos agricultores no processo de pesquisa. Portanto, podemos afirmar que a agroecologia deve ser construída em conjunto. Para que isto se torne possível, faz-se necessário que todos os setores envolvidos tenham vontade política para colocar esta ciência em prática.
Esta modalidade de agricultura vem ganhando espaço como alternativa em direção ao desenvolvimento rural menos predatório, buscando um uso mais sustentável das terras e do meio ambiente.
Neste sentido podemos citar três aspectos da agroecologia:
1. Consome menos energia, pois aproveita os recursos existentes dentro da propriedade, diminuindo a dependência dos insumos externos, como adubos químicos e agrotóxicos.
2. A paisagem torna-se mais atrativa, isto é, a diversidade de produção tem como consequência a sustentabilidade do sistema agrícola, incentivando assim a preservação do ambiente de produção.
3. Possibilita a geração de renda, fazendo com que as famílias permaneçam no campo, produzindo e consumindo alimentos saudáveis.
Segundo o Projeto de Agroecologia do Sínodo da Amazônia (PROASA), estas são as principais ênfases que devemos levar em conta quando buscamos uma agricultura sustentável. Ela deve ser livre de dependências externas, adaptada à região, gerar renda e acima de tudo valorizar o saber daquelas pessoas que produzem os alimentos que consumimos.
Assim em alguns meses, temos vários exemplos de sucesso das práticas agroecológicas e de vitórias. A sustentabilidade vem com estas pequenas vitórias e fazendo com que se ouçam testemunhos como a da família Tech, “São coisas simples, como a compostagem e o biofertilizante, que temos em nossa propriedade, mas que fazem a diferença na produção”. A sustentabilidade ocorre com ações práticas no campo e na cidade. Falamos muito sobre sustentabilidade, mas agimos pouco para que ela vire realidade. Por isso, façamos nossa parte produzindo menos lixo, menos poluição, falando menos e fazendo mais.
Roseli Mª. K. Magedanz
Coordenadora do Projeto PROASA
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