Relatório do Pastor Sinodal - Assembleia Sinodal - Sínodo Sudeste - IECLB - 2004

15/05/2004

Que Deus transforme o mal em bem...

Era uma vez uma família de criadores de animais. Os filhos ficavam encarregados de cuidar dos rebanhos. A relação entre os filhos não era das melhores. O pai tinha uma certa predileção por um deles. Este informava ao pai as irregularidades que aconteciam na administração dos rebanhos.

Esta relação bastante estreita entre o pai e o filho predileto criou uma enorme animosidade entre os demais irmãos. Estes chegaram a ponto de o odiar profundamente. Para complicar ainda mais as coisas, este filho, além de receber uma roupa diferenciada, demonstra um dom especial para interpretar sonhos. Num sonho descreve um cenário futuro em que haveria uma situação em que onze pessoas iriam reverenciar uma única pessoa.

Isso foi a gota d’água. O ciúme e a inveja cresceram ainda mais entre os irmãos e eles não viam a hora de lhe dar uma rasteira.Tramaram um plano para tira-lo de seu caminho e de sua convivência. Forjaram inicialmente um acidente de trabalho. O matariam e diriam ao pai que teria morrido num acidente de trabalho. Depois acharam melhor deporta-lo para bem longe num esquema que incluía a apresentação de provas de um suposto acidente. E assim fizeram. O pai ficou profundamente triste e desolado.

Esta história continua com a reabilitação futura do filho deportado e termina com a reaproximação dos irmãos e do pai em função de crises econômicas decorrentes de uma grande seca. Num processo longo, sofrido e doloroso do ponto de vista físico e emocional o pai revê o filho e os irmãos se reconciliam. Entendem que toda esta história tinha como finalidade a preservação da vida em meio a tantas contradições. Percebem que situações desfavoráveis podem ser convertidas e redirecionadas por Deus. Enquanto viviam este trama, tanto o irmão prejudicado quanto os irmãos e a família que passaram pelos infortúnios, poderiam não entender e compreender o sentido dos fatos e dos acontecimentos.

Um olhar retrospectivo permite concluir que não há caminhos fechados. A partir da confiança em Deus pode-se ter a esperança de que ele reverte os infortúnios e transforma as desgraças. Importa estar atento a seus sinais enquanto vivemos os nossos papéis sociais, comunitários, eclesiásticos e públicos.
Quantos problemas pessoais, familiares e comunitários se abatem sobre nós e complicam as relações entre as pessoas! Quantas divisões e separações têm como motivação o egoísmo, o individualismo, o ciúme, a inveja, o orgulho, a vaidade, a busca de posições, a megalomania e tantas outras tentações que se aninham no mais profundo abismo do ser humano! Quanta animosidade, quantos conflitos e quantas crises se instalam no seio das comunidades e atrapalham a caminhada de fé e a comunhão de irmãos e irmãs!

Certamente nos perguntamos: Deus o que significa tudo isso? Como é possível tudo isso na comunidade cristã? Por que tanto desgaste e dispêndio de energia na administração de tensões e conflitos? Quem sabe a resposta esteja no hino:

“Se bem que meu caminho eu ignorar, confio em ti.
Porque teus planos vais concretizar, confio em ti.
Por me guiares, não preciso ver, nem mesmo sempre tudo entender!”

Que Deus transforme os nossos males, as nossas crises, os nossos conflitos no bem maior que está acima de nossa compreensão e fortaleça a nossa confiança nos caminhos da esperança!

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O ano de 2003 teve como aspecto novo o acúmulo de várias funções (Pastor Sinodal e Pastor Segundo Vice-Presidente). As solicitações e as expectativas cresceram. O mesmo pode ser dito do crescimento e avanço na vida comunitária e eclesiástica. As atividades nem sempre puderam ser planejadas a contento.

Houve a participação em seminários de presbíteros (Rio de Janeiro e São Paulo), assembléias (Rio de Janeiro e São Paulo), visitas e reuniões em paróquias e comunidades (Nipo-Brasileira, Comunidade Húngara, Rio de Janeiro, Resende, Indaiatuba, Tremembé, Juiz de Fora, Vale do Atibaia, Teófilo Otoni, Ferraz de Vasconcelos, Vale do Paraíba, Itapetinga, Funil, Nova Friburgo) , ordenação ( Diácona Valdinéa Bull) e instalações de obreiros (Sigmar Reichel, Andrea Mühlhäusser, Telmo Emerich e Ernani Röpke), avaliação de candidatos ao ministério com ordenação (Stefan Krambeck, Carlos Emídio Lacerda, Cleibiana Seibel, Samuel Scheffler), coordenação das conferências de obreiros/as (Duas plenas - Temas: Morte - Campinas/SP e Oficinas de Criação – Araras/RJ e duas Mini-Conferências regionais, uma por semestre), participação em painéis e debates (Clube Transatlântico e nos 30 anos do Curso Intensivo para Pastores), representação da igreja em eventos ecumênicos, presença em jubileus de comunidades (130 anos de Pires - Limeira/SP) e (re)inaugurações de templos (Campinas/SP e São José dos Campos/SP). As participações em Assembléias Sinodais (Rio Paraná, Amazônia e Espírito Santo a Belém), no Conselho de Igreja e diversas representações da presidência em eventos e reuniões (Assembléia da CNBB, 25 anos da IPU), diretoria do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs – CONIC e Conselho Estadual de Seguridade Alimentar e Nutricional – CONSEA) absorveram um tempo considerável.

Com satisfação houve envolvimento e participação nos festejos dos 180 anos da primeira comunidade evangélica pertencente à Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil - Nova Friburgo/RJ. O planejamento e acompanhamento da confecção do primeiro busto de Martim Lutero no Brasil que foi patrocinado pela LUTERPREV e inaugurado em função destes festejos.

Não pode ser esquecida a enorme carga burocrático-administrativa que passa pela sede sinodal. Milhares de mensagens eletrônicas precisam ser processadas. Inúmeros telefonemas são dados e recebidos. Segue aqui um agradecimento especial a Manfredo e a Raul que dão uma retaguarda extraordinária nestes aspectos.

A partir de maio/2004 o Sínodo Sudeste pode contar com o trabalho voluntário do P. em. Joachim Pawelke que estará a disposição para acompanhamento poimênico de obreiros/as e lideranças em suas crises e conflitos.

Como Sínodo pode-se constatar avanços e recuos. Tendo sempre presente o fato de que o Sínodo é uma instância reguladora, orientadora, indutora e fomentadora do testemunho comunitário da boa notícia de que Deus quer o melhor para este mundo, observam-se sinais vivos deste testemunho a partir de todas as comunidades. As fragilidades e as limitações não representam um obstáculo para a promoção da vida e o fortalecimento do andar nos caminhos da esperança. Por meio de palavras e ações homens, mulheres, jovens e crianças recebem orientação e sentido para suas vidas.

Por fim, gratidão pela diretoria que acompanha e participa das decisões e encaminhamentos dos trabalhos. Que os caminhos abertos e trilhados no Sudeste tenham o sinal luminoso da esperança!

Rolf Schünemann, Pastor Sinodal
 


Autor(a): Rolf Schünemann
Âmbito: IECLB / Sinodo: Sudeste
Natureza do Texto: Prestação de contas
Perfil do Texto: Relatório
ID: 14755
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