Marcos 6.1-6
Na semana passada ouvimos o texto de duas curas. Uma mulher que sofria de uma doença hemorrágica durante 12 anos e de uma menina de 12 anos que estava muito doente, chegou a morrer, mas foi reavivada por Jesus. Nas duas curas nós ouvimos que a dor e o desespero fizeram que as pessoas procurassem por Jesus. A fé em Jesus fez com que as pessoas recebessem esses milagres. Não foi a fé que as curou. Quem curou foi Jesus. Fé é reconhecer que Deus ainda tem poder, mesmo depois que nós não temos mais nenhuma esperança.
Depois que Jesus curou essas duas mulheres, ele voltou para sua terra, que era Nazaré. Jesus cresceu em Nazaré. E os discípulos de Jesus o acompanharam. O sábado era o dia de estudo bíblico na sinagoga. E muitas pessoas se maravilharam com duas coisas em Jesus: a sabedoria de seu coração e a força curadora de suas mãos.
Mas, Jesus não tinha o poder cultural dos escribas. Jesus não era um intelectual, também não era sacerdote. Jesus não tinha estudado em nenhuma escola rabínica, nunca se interessou pelos rituais do Templo. Jesus não era membro de uma família das elites de Séforis ou Tiberíades, que eram dois centros urbanos importantes daquela região. No entanto, as pessoas diziam que ele era um professor, um mestre que ensinava as pessoas a entender a viver a vida e de uma maneira diferente. Jesus falava de sua experiencia com Deus ensinava as pessoas a viver sob o mandamento do amor.
As pessoas gostavam de escutar a Jesus. Mas os líderes da cidade de Nazaré debochavam de Jesus. Neutralizaram a sua presença com perguntas, questionamentos e suspeitas. Não é esse o carpinteiro?, filho de Maria,? irmão de Tiago, José, Judas e Simão? E não vivem aqui entre nós as suas irmãs? (v. 3). O que esse “carpinteiro” vai querer nos ensinar? Diziam os lideres da cidade de Nazaré e também os parentes de Jesus. Dos irmãos de Jesus, mencionados anteriormente, nenhum dos seus quatro irmãos era seu seguidor ou seu discípulo. Ninguém acreditava que Jesus era o Salvador. Ao contrário, os familiares de Jesus achavam que Jesus estava mal da cabeça e já tinham tentado levar ele para casa anteriormente (3.31-35).
Tiago e Judas passaram a acreditar somente depois da ressurreição de Jesus. Tiago tornou-se líder da igreja em Jerusalém e escreveu a carta de Tiago. Também Judas escreveu sua pequena carta, que consta entre os livros do Novo Testamento. Infelizmente não se sabe nada sobre as irmãs de Jesus.
Portanto, lá em Nazaré nem conhecidos, nem pai, nem mãe, nem irmão acreditaram em Jesus. Ao contrário. O texto bíblico enfatiza que “escandalizavam-se nele”(V. 3). Jesus não conseguiu ensinar nada e também não conseguiu fazer os milagres que tinha desejado. Finalmente ele mesmo diz: Não há profeta sem honra, senão na sua terra, entre seus parentes e na sua casa (v.4). Se no capítulo anterior Jesus foi procurado por pessoas de fé que foram curadas de suas doenças – aqui na sua cidade, na sua terra, Jesus encontra muita gente debochada. Pessoas que certamente também já experimentaram a bondade de Deus em suas vidas, mas mesmo assim permanecem sendo pessoas ingratas e descrentes.
Certamente Jesus teria sido capaz de curar ou de impressionar as pessoas com seus ensinamentos. No entanto, Jesus prefere não dar nenhum sinal de sua divindade para as pessoas que de forma debochada o rejeitam. Os milagres de Jesus são dádivas que ele livremente concede, não provas a serem exigidas dele.
Por isso, não se pode entender, crer ou receber as bênçãos de Jesus sem entrar em contato com ele. É preciso deixar que ele vá falando pouco a pouco de coisas tão decisivas como a alegria de viver, a compaixão e a vontade de criar um mundo mais justo. Também ainda hoje, muitas pessoas dizer conhecer a Jesus, mas debocham dos seus ensinamentos. Dizem por exemplo que o mundo de hoje só tem espaço para quem é esperto. Viver de acordo com a lei do amor de Jesus, isso é conversa para “boy” dormir. Ou então que isso é coisa de gente de esquerda, de ideologia comunista. Não nos esqueçamos de que a mensagem do evangelho nem sempre é bem aceita, principalmente quando questiona ações e valores. Quando Deus chamou o profeta Ezequiel ele também disse: Eu estou mandando você para o meio de pessoas teimosas. Tanto se derem atenção a você como se não derem , eles vão saber que um profeta esteve no meio deles. Eles o desafiarão e o desprezarão, viver no meio deles será como viver nomeio de escorpiões. Mesmo assim não tenha medo. Diga-lhes tudo o que eu mandar, quer eles deem atenção ou não (Ez 2.5-7). Também o apóstolo Paulo sentiu rejeição e sofreu perseguição por causa de Cristo (2Cor 12.7-10). Certamente também hoje Jesus ainda fica perplexo com a intransigência e a dureza de coração de muitas pessoas.
Para experimentar a força salvadora de Jesus é preciso que nos deixemos curar por ele. É preciso que pouco a pouco nos libertemos de nossos medos e de nossos preconceitos que nos paralisam. Jesus veio para libertar-nos de todo tipo de insegurança. Contra o medo e a insegurança, Jesus pede fé e confiança.
Talvez algumas pessoas tenham se identificado muito com Jesus hoje. Uma pessoa – tal qual Jesus - que não tem a confiança de seus conhecidos e nem mesmo de seus familiares. No entanto, mesmo que ninguém acredite em você, nos teus sonhos, nos teus projetos, nas tuas esperanças, nos teus desejos de cura – saiba que Jesus continua impondo suas mãos. Para sentir a cura de Jesus – só tem um jeito - é preciso confiar nele. Somente a fé faz com que vejamos os sinais da divindade de Jesus.
Crê nisso e verás!
Amém.