Numa quarta-feira de 2012, em véspera de feriadão na megalópolis, o trânsito travava o deslocamento das pessoas.
A noite que chegara, trouxera o cansaço de gente que se envolve em concorrências de trabalho e de estudo na realidade urbana.
Mesmo assim, um grupo se reuniu para refletir a Reforma Luterana, na Paróquia Esperança, em Niterói. Foi um grupo ecumênico, formado por pessoas da igreja católica, da igreja anglicana, da igreja presbiteriana, da igreja batista e, claro, da igreja luterana. Foi um grupo composto por idades diferentes, com sentimentos diferentes, na pressa já conhecida do cotidiano em cidades grandes.
A tradição do canto comunitário foi lembrada ao se cantar – comunitariamente – hinos que enfocavam a missão da igreja. Ali surgiram os primeiros tons Também ouvimos o testemunho de Henrique Vieira, pastor Batista, recém eleito vereador, que lembrou o compromisso de Jesus Cristo com quem sofre.
A reflexão contundente foi trazida pelo Pastor Mozart de Noronha. Ele lembrou que a Reforma aconteceu para dentro da realidade de um império que excluía, que não respeitava as pessoas. Mas os países que se dizem de tradição protestante, são responsáveis por uma exploração muito maior, de vidas humanas e de toda a criação.
A igreja “em constante reforma”, como queria Lutero, é que lança mão da crítica e da denúncia dessa realidade em nossas vidas. Não se pode parar para celebrar Reforma, ela precisa acontecer a cada momento, em nosso mundo.
A reflexão terminou, e todos continuaram a conversa em torno de uma mesa de doces e salgados, Alimento para o corpo, encorajamento para enfrentar o medo da noite violenta e insensível, tão comum em nossos dias.