Em tempos de copa do mundo tudo gira em torno de uma bola. Mesmo quem normalmente não assiste aos jogos não resiste a atração do torneio mundial acontecendo aqui no Brasil.
As muitas críticas sobre as irregularidades e barbaridades cometidas no preparo da copa não são esquecidas mas cederam o lugar dos holofotes para o próprio esporte. Já tem quem diz que é a “melhor copa de todos os tempos”.
Sobre isto é melhor ser cético, enfim é somente um jogo, uma brincadeira, e entre cristãos sempre podemos ter uma visão crítica que o futebol afasta as pessoas das questões mais relevantes da vida.
Escrevo esta meditação nos dias dos jogos dos Oitavas de Final, todos disputadíssimos até o último segundo. Chama atenção a enorme dificuldade dos favoritos em passar a diante e a garra e raça extrema com que jogam os ditos times pequenos, sendo estes eliminados por margem muito pequena.
É emocionante assistir a este espetáculo onde quase parece indiferente quem ganha e quem perde, porque mesmo os derrotados voltam para casa de cabeça erguida e com dignidade preservada, mesmo que os torcedores de verdade devem discordar de mim.
Nesta observação vejo uma metáfora bonita para entender o que significa ser cristão e viver a fé: O evangelho tem isto, de questionar o que é ganhar e o que é perder. Somos seguidores do Cristo que morreu numa cruz, e é, pelos critérios do mundo, um derrotado.
Evangelho significa exatamente que Deus não vê isto desta forma e por isso o ressuscitou.
Fica confirmado como postura correta de vida tudo que Cristo é e tudo que ele fez. É exemplo a ser vivido e seguido.
A fé cristã não é a religião dos bem sucedidos, mas daqueles que apostam todas as fichas na vontade de Deus em todos os momentos.
Que acreditam na paz no meio da violência, no amor em meio ao ódio e a indiferença, na comunidade em meio ao individualismo e não entregam esta visão por nada mesmo sendo derrotados, crucificados constantemente.
Isto porque sabem que o Deus da Vida, o Pai de Jesus Cristo, já decidiu o jogo. Só permanecem fé, esperança e amor, todo resto sucumbe e implode.
Importa então, a nos cristãos, a forma como jogamos e não como termina o jogo no tempo regular. Nos penalties da vida, o Deus do amor, o carinho de Jesus Cristo e a comunhão do Espírito Santo sempre ganharão.
P. Guilherme Nordmann