Ela nasceu menina, pequenina, face rosada,
Cabelo encaracolado ou liso, tanto faz,
Roupa cor-de-rosa vai usar e laços colocar.
Nasceu menina, princesa do papai, orgulho da mamãe.
A menina pequenina, vai crescendo, aos pais surpreendendo
com tanta beleza, delicadeza, esperteza.
Na escola está sempre alerta,
Amizade faz depressa com talento, afeição e muita dedicação.
Mas...... um dia a menina cresce.
Tem sua primeira paixão. Ah! Quanta emoção!
Pai e mãe se perguntam: Cadê nossa princesa?
Em seus corações surge um aperto sem igual.
Não haviam percebido que a vida estava sendo tecida.
O que era apenas botão agora desabrochou
Uma bela flor se tornou.
A menina-princesa cresceu dando lugar à
Uma mulher apaixonada, deslumbrada.
O casamento viu como solução para tão grande sensação.
Mal sabia que o homem que conheceu
Não lhe via com tanta admiração.
Desconfiada, resolveu falar sobre a questão e
Qual não foi a decepção quando sentiu em
Seu belo rosto o peso de sua mão!
Mão que um dia fez carícias, agora lhe batia.
Que dor, que decepção, ser mulher é isto então?
Apanhar de um “machão” e calar na solidão?
Violência não quero não, quero sair dessa opressão.
Denunciar o fato foi o ato sensato da menina-princesa-mulher.
Seus pais a acolheram como quando criança, lhe deram esperança
E lhe restauraram a confiança dizendo: amamos você filha - MULHER!
Edeltraud F. Nering
Artista Visual
Especialista em Aconselhamento e Psic. Pastoral e Especialista em Arteterapia
Presidente da Associação Sinodal da OASE - Sínodo Norte Catarinense.