A conclamação bíblica para defender a justiça está no próprio cerne da autocompreensão da Comunhão FLM. A graça de Deus nos liberta, congrega em Cristo e capacita a viver e trabalhar em conjunto em prol da justiça, paz e reconciliação.
A FLM está comprometida a ser inclusiva e possibilitar a participação plena e equitativa de mulheres e homens na vida da igreja e na sociedade, bem como
em seus processos de tomada de decisões, atividades e programas. Ela tem um histórico de decisões e ações que expressam esse compromisso.
Esta Política de Justiça de Gênero, aprovada pelo Conselho da FLM em 2013, é uma ferramenta que visa a incrementar a caminhada da Comunhão rumo à inclusividade. Desenvolvida em um processo participativo, ela surgiu a partir de experiências de igrejas-membro. É enriquecida pelas bases bíblicas e teológicas de nossa identidade luterana e oferece orientação e metodologias para contextualizar planos e estratégias de ação nas regiões e para integrar a questão de gênero como prioridade transversal em todo o trabalho da Comunhão.
Assim como o compromisso histórico da FLM de superar a violência contra as mulheres e sua reafirmação das mulheres em posições de liderança, a Política de Justiça de Gênero representa mais um marco à medida que a FLM caminha rumo à realização de sua visão de inclusividade.
O itinerário desenvolvido nesse documento abre janelas de oportunidades para se engajar em movimentos de mudanças nas relações e estruturas. É um convite para que todo o mundo – particularmente líderes de igrejas, teólogos e teólogas, mulheres e homens em posições de liderança e de tomada de decisões, as gestoras e os gestores de programas e projetos – reafirme a justiça de gênero como uma questão de fé. Assim, a justiça de gênero aponta para dimensões fundamentais do ser da igreja e sua voz profética no espaço público.
A Política de Justiça de Gênero chega às suas mãos em uma época em que as mulheres continuam se defrontando com desafios na igreja e na sociedade
e os homens continuam a ouvir a conclamação de Deus em prol de relações baseadas na justiça. Ela é publicada em um momento no qual a Comunhão da
FLM ouve o chamado para a renovação contínua (semper reformanda) em seu processo de preparação para o 500º aniversário da Reforma Luterana em 2017. Eu a recomendo ao estudo orante e ao discernimento de vocês, para que ela encontre formas de se expressar nas estruturas e na vida da igreja. Porque as relações de gênero também estão sujeitas ao poder transformador de Deus, elas podem ser renovadas para se tornar justas e equitativas.
Rev. Martin Junge
Secretário-geral
Federação Luterana Mundial
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