Nome: Gerda Wehmuth
Participação na IECLB: Desde o Batismo
Comunidade: Espírito Santo, Paróquia Blumenau Centro/SC
Sínodo: Vale do Itajaí
Vou lhes contar a história de vida de uma senhora simples, mas com um coração muito generoso. Seu nome é Gerda Wehmuth. Ela nasceu em 06 de maio de 1926, em Rio do Sul/SC. Criou-se na localidade de Albertina, região situada entre os municípios de Rio do Sul e Ituporanga. Morava com os seus pais, Ricardo e Ida Wehmuth e mais 5 irmãos e 1 irmã: Hadwig, Evald, Alfons, Heinz , Waldemar e Erica.
Desde muito cedo Gerda ajudou sua família no trabalho da roça e na ordenha do gado. Todos os dias, cedo da manhã, ia pra roça. Lá, passava o dia inteiro trabalhando retornando para sua casa somente no entardecer.
Gerda teve pouco estudo. Embora tenha cursado somente até a 2ª série em escola multisseriada, aprendeu a ler, a escrever e fazer os cálculos básicos de matemática. Aprendeu praticamente por si só.
Quando jovem veio para Blumenau em busca de outros sonhos e conquistas. Começou a trabalhar na Cia Hering onde permaneceu por aproximadamente dez anos. Nesse tempo, alugou um quarto na pensão da própria indústria, o qual dividiu com uma amiga.
Mais tarde conheceu o meu pai. Namoraram e depois de um tempo resolveram morar juntos. Ela era solteira ele, porém, era desquitado. Tiveram uma filha e depois de um ano, um filho. Quando precisava trabalhar, a menina ficava com a Oma materna. Quando o menino nasceu ele ficava na creche da fábrica e a menina continuava aos cuidados da Oma. Depois de um tempo, ela decidiu não mais trabalhar e passou a ser dona de casa. Dedicou-se a educação do filho e da filha e aos cuidados com a casa. Para ajudar na renda familiar, fazia bolachas para vender na época de Natal e pintava casquinhas de ovos na época da Páscoa.
Gerda era membra da Igreja Evangélica Espírito do Santo, paróquia Centro, na cidade de Blumenau onde participava dos cultos dominicais. Nesse tempo, conheceu e integrou-se ao grupo da Associação Caritativa das Senhoras Evangélicas desta paróquia. Todas as terças feiras mamãe ia para o encontro onde ajudava na venda e distribuição de roupas e calçados e fazia palhaços de pano. Para dar conta das encomendas, a Frau Palhaço, como era conhecida, trabalhava até em casa recortando moldes, costurando e os enchendo com algodão. A carinha deles era pintada pela filha de uma das suas amigas. Com a bolsa repleta de palhaços de pano, em pouco tempo os mesmos eram vendidos. Os recursos arrecadados eram destinados para crianças de Blumenau, municípios da redondeza, diferentes estados do Brasil e até para o exterior.
Minha mãe dedicou-se a essa atividade por mais de 35 anos. No início ela ia a pé, às vezes de bicicleta ou de ônibus. Com o avançar da idade ela passou a ir de carona com o filho de uma amiga ou então com um de seus próprios filhos. Ela não via a hora de chegar terça feira para lá deixar a sua contribuição que seria revertida em benefícios para as pessoas que estavam passando por dificuldades. Mais tarde, em função das enfermidades que foram surgindo, principalmente da artrose nos joelhos, ela deixou de participar do grupo. Suas lembranças, porém, dos encontros e trabalhos lá realizados, permaneceram presentes até a sua morte.
Mulher guerreira, batalhadora, trabalhadora, jamais se deixou vencer. Viveu até o dia 21 de junho de 2011 vindo a falecer em casa, com a idade de 85 anos. Descansa em paz no cemitério da Paróquia do Espírito Santo – Blumenau – Centro.
Para lembrar de que Deus sempre está conosco, seu lema de vida foi: O Senhor é o meu pastor e nada me faltará (Salmo 23).
Afirmo a vocês que isto é verdade: em qualquer lugar do mundo onde o evangelho for anunciado, será contado o que ela fez, e ela será lembrada (Marcos 14.9)
(História contada e redigida por Sônia Vera Kleine.)
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