25 de Novembro – Dia Internacional de Combate a Violência contra Mulher
... e ela se tornou tradição entre as mulheres de Israel...
Juízes 11
Todos os anos, por quatro dias, as mulheres de Israel se retiravam para as montanhas. Ali refaziam o caminho que a filha de Jefté e suas amigas fizeram, lamentando e chorando as possibilidades/sonhos/desejos que não seriam concretizados. O ato das mulheres cria identidade àquela que não tem nome, idade, irmãos ou irmãs, nem mesmo mãe. A filha de Jefté é confrontada com a realidade que sua vida será interrompida por uma egoísta promessa de seu pai. Ao cumprir a sua promessa, Jefté toma nas mãos a vida de sua própria filha, impedindo que ela tenha uma vida plena de mulher.
No dia 25 de Novembro de 1960, as três irmãs Patria, Minerva e Maria Teresa Maribal, conhecidas como Las Mariposas, foram assassinadas pelo governo ditador de Rafael Leónidas Trujillo por lutarem contra a ditadura na República Dominicana, durante a década de 50. Em 1999, a Assembleia Geral das Nações Unidas declarou 25 de novembro como o Dia Internacional de Combate a Violência contra a Mulher, em homenagem ao sacrifício de Las Mariposas (As Borboletas).
Há muitas vidas de mulheres, meninas, moças e idosas que sucumbem por ações impensadas, inconsequentes. Vidas que perdem o brilho por violência física, sexual, psicológica, moral, verbal... vidas e possibilidades que são destroçadas, interrompidas. Deus nos deu a vida e ninguém tem o direito de cessá-las.
Nós, como mulheres, somos co-autoras destas atrocidades quando ficamos quietas. Quando nos referimos de modo pejorativo desta ou daquela mulher, desta ou daquela situação. É necessário tomarmos consciência desta situação em que somos co-autoras, co-responsáveis. Como participamos e como podemos mudar? Qual é a parcela que temos? Há reflexão? Há ação?
Não sabemos se o protesto das mulheres de se retirar por quatro dias cessou com a violência contra a mulher ou gerou uma consciência entre a sociedade de Israel. Sabemos que este ato, há mais de 3.000 anos, entre tantos outros que aconteceram durante séculos, perpassando o assassinato das Borboletas, culminam com a necessidade de anunciar, falar, refletir, agir e protestar, afirmando três verdades:
1 – Uma mulher é agredida a cada cinco minutos no Brasil;
2 – Quase 100% das agressões, a vítima conhece seu agressor;
3 – Deus nos deu a vida e ninguém tem o direito de cessá-las.
É preciso que mulheres e homens se solidarizem e repudiam essa forma de agressão e que tudo farão para que esse número de mulheres – que infelizmente é muito grande e perpassa todas as classes e todos os continentes – vá se reduzindo através de palavras e ações.
Veja também: Liturgia para o Dia de luta contra a violência à Mulher