A violência contra a mulher é um dos fenômenos sociais mais absurdos e inaceitáveis.
É uma tática consciente para obter poder e controle sobre a mulher.
Quando acontece em ambiente familiar é uma fonte de medo, dano físico e psicológico à mulher e também às crianças, incluindo todos tipos de ameaças e privação de liberdade.
A violência contra a mulher não é doença genética, nem conseqüência de alcoolismo, drogas, estresse ou raiva descontrolada, tampouco conseqüência do comportamento da vítima ou da pobreza.
A violência contra a mulher é fruto da desigualdade entre homens e mulheres. Vamos acabar com a desigualdade! Vamos acabar com a violência contra a mulher!
No Brasil, há mais de três décadas, as mulheres denunciam e tentam dar visibilidade a essa situação. Neste período o país participou de várias convenções e assinou diversos tratados em prol da redução da violência doméstica e de gênero. Este ano o Governo Federal lançou um Plano Nacional de Prevenção e Redução da Violência Doméstica e de Gênero. Porém, todas estas iniciativas ainda não tem desencadeado um processo de mudança que de fato supere a violência contra a mulher.
É fato que, em nosso contexto de tantas contradições sócio-econômicas, as mulheres são vítimas de violência tanto quanto os homens. Mas a situação das mulheres é ainda agravada pela violência sexista.
Em nosso país grande número de mulheres vive em situação de violência física e psicológica (63% das mulheres brasileiras já sofreu algum tipo de violência) e, especialmente, a violência doméstica (75% dos casos de violência contra a mulheres e crianças acontecem no âmbito familiar). A casa, espaço da família, antes considerada lugar de proteção passa a ser um local de risco para as mulheres e crianças. O alto índice de conflitos doméstico já destruiu o mito do lar, doce lar. As expressões mais terríveis da violência contra a mulher estão situadas na casa que já foi o espaço de maior proteção e abrigo.
Acostumamo-nos a considerar como violência somente os atos que provocam algum tipo de lesão física. No entanto, a violência também ocorre na forma de destruição de bens, ofensas, intimidação das filhas e dos filhos, humilhações, ameaças e uma série de atitudes de agressão e desprezo; situações que desrespeitam os direitos das mulheres, seja na rua, nas escolas, nos consultórios, nos ônibus, nas festas e, sobretudo, em casa.
VIOLÊNCIA SEXUAL
- Relações sexuais quando a mulher está com alguma doença, colocando sua saúde em perigo; - Relações sexuais forçadas ou que não lhe agradam; - Críticas ao desempenho sexual da mulher; - Gestos e atitudes obscenas; - Estupro e assédio sexual; - Exibição do desempenho sexual do homem; - Discriminação pela opção sexual.
VIOLÊNCIA FÍSICA E EMOCIONAL
- Sofrer agressões físicas, inclusive, deixando marcas, como hematomas, cortes, arranhões, manchas, fraturas; - Sofrer humilhações e ameaças diante de filhos e filhas; - Ser impedida de sair para o trabalho ou para outros lugares, e trancada em casa; - Ficar sozinha com o cuidado e a educação das crianças; - Sofrer ameaças como de espancamento e morte, incluindo suas crianças; - Ocupar-se sozinha com os afazeres domésticos; - Ficar sem assistência quando está doente ou grávida; - Ter utensílios e móveis quebrados e roupas rasgadas;
VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA
- Ignorar a existência da mulher e criticá-la, inclusive, através de ironias e piadas sexistas/machistas; - Falar mal de seu corpo; - Insinuações de que têm amantes; - Ofensas morais contra a mulher e a sua família; - Humilhação e desonra, inclusive, na frente de outras pessoas; - Desrespeito pelo trabalho da mulher em casa; - Críticas constantes pela sua atuação como mãe; - Uso de linguagem ofensiva em relação à sua pessoa. - Ter documentos destruídos ou escondidos.