Em junho completam-se 4 anos que a minha mãe partiu à eternidade. Ela casou jovem, com 19 anos. Jamais trabalhou fora de casa. Sempre deu conta do lar, da criação dos filhos e ajudou meu pai em sua vida profissional. Cozinhava muito bem. Confesso que não aprendi a cozinhar com ela por falta de capricho pessoal. Meu irmão já é um mestre-cuca. Mas, as demais lidas domésticas dou conta, a partir do que vi e aprendi. A mãe tinha um cuidado muito grande com a organização e a limpeza da casa. Tudo no lugar. Tudo cheiroso. Com certeza, muito de minha sistemática devo a ela. Enfim, no Dia das Mães, são recordações que me levam à gratidão.
O texto bíblico deste final de semana tem muito do espírito materno. Em João 14.1-14, Jesus traz palavras de despedida. Quando alguém vai viajar, sempre deixa recomendações. Jesus partiria para sempre e assim anima seus amigos. Primeiro, ele diz que não precisamos ficar perturbados, pois nesta vida, tudo tem o seu propósito. O que nos mantém e leva adiante é a fé em Deus (v.1). Segundo, ele diz também que, como mãe, vai preparar o nosso quarto (vv.2-4). Lembro-me que, no início do meu pastorado, quando visitava meus pais, chegava com o ônibus de madrugada. Meu quarto sempre estava arrumado. Cama quentinha. Café gostoso. Era bom estar em casa. Jesus é aquele que arruma a nossa casa eterna. Acolhedora e confortável.
Dando continuidade à narrativa, eis que o Evangelista aponta ao lado humano, usando como exemplo o cético Tomé que diz: Ok, Jesus! Você está partindo e vai arrumar o nosso canto. Mas, como é que chegaremos até lá (v.5)? O céu e a eternidade são lindas promessas. A fé nos mantém acesos espiritualmente. E agora? De que maneira devemos levar a nossa vida enquanto não chega o dia derradeiro? Tomé retira os olhos dos céus e coloca os pés no chão, encarando a realidade: Se vamos precisar viver sem a presença física de Jesus, o que nos mantém? Somente a fé? Isso Jesus já respondeu: Sim! Continuem crendo no Pai e em mim, acrescentando...
Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Não há outro meio de chegar ao céu, ao Pai, a Deus (v.6). A fé não é somente algo do além, uma utopia. Ela é um estilo de vida. É um caminho a ser percorrido. Certa vez um sujeito perguntou ao sábio: Porque existe o horizonte? A resposta foi simples: Ele dá rumo à nossa vida. Vá! Siga em busca do horizonte. Crer em Jesus é algo bonito. Somos uma nação “teoricamente” cristã. Agora, viver o Evangelho é bem diferente. O constante desafio é caminhar ao lado de Jesus em todos os momentos. Outro detalhe: Ao tomar decisões, lembrar que a verdade é Jesus. Então, deixa-lo ser o fiel da balança. Por último, saber que que há diferença entre vida física e espiritual é reconhecer que, ao encontrar o sentido espiritual da existência, encontramos também uma vida mais abundante, tanto para si, quanto ao outro.
Concluo minha linha de reflexão. O meu viver diário revela o valor que dei à minha mãe e aos seus ensinamentos. Ela tornou a minha vida mais fácil e significativa. Por isso, de peito aberto, digo: Senhor! Obrigado pela mãe que tive. Agora, a minha segurança eterna depende do quanto aprendi sobre Jesus e como valorizo isso no meu viver diário. Desde os 14 anos, tenho-o como meu Salvador. Agora, deixar que ele seja o meu Senhor - conduzindo os meus passos - é uma decisão que sempre de novo devo tomar. É uma entrega constante. Nem sempre é fácil, mas ele é o caminho!
