Quociente do amor
Maio – mês das mães – mês das noivas – mês do amor
Maio está acabando. Merece a lembrança de que este mês sempre foi muito especial pela simbologia que carrega. Não são poucas as pessoas que defendem o mês como iluminado, etc & tal. Sendo um mês que lembra o amor, deve nos motivar a também pensar sobre o que é este amor.
O amor não pode ser dividido. Ou é ou não é!
Um grande congresso na igreja da Alemanha ouviu Franz Alt, jornalista, autor de “A paz é possível”. Enquanto 6.000 pessoas ovacionavam suas posições pacifistas, disse: “Esta minha posição a favor da vida é, também, uma posição a favor da vida não nascida! Não há paz ... enquanto o aborto for, para muitas pessoas, uma coisa natural e sem problemas...” As palmas cessaram e ouviram-se vaias. Para um jornalista, explicou: “Nós somos a favor apenas daquilo que, no momento, nos agrada, esquecendo que a mensagem de Jesus é um todo indivisível. Enquanto condenamos a escalada da violência e aprovamos o aborto ainda não entendemos nada, pois os dois temas tratam da vida.”
“O amor não é em primeiro lugar ligação a uma pessoa. Ela é uma atitude, uma orientação de caráter que determina a relação da pessoa para o mundo como um todo e não apenas para um único objeto de amor”, escreveu Erich Fromm (psicanalista alemão, 1900-1980). Este amor indivisível é o critério de avaliação de tudo o que fazemos em relação a Deus e ao próximo. Basta reler o hino ao amor em 1 Coríntios 13 para recordar esta distinção.
Sem amor tudo é nada.
O amor é resultado.
Quociente é o resultado de uma divisão matemática. Embora seja indivisível, este amor é quociente mensurável. A expressão “quociente do amor” não dá margens a interpretações erradas. O amor é único – Jesus é amor – e sua indivisibilidade se multiplica em expressões de um amor tremendamente prático e concreto.
Amor não é matemática, é prática. Amor não é discurso politicamente correto, é justiça vivida no seu grau mais radical e absoluto. Este amor só pode ser fruto da ação do Espírito Santo – Gálatas 5.22 – e é pelo fruto que a árvore é identificada – Lucas 6.44 –. “A realidade oculta do amor é reconhecida pelos frutos; mais do que isto, é uma necessidade intrínseca do amor ser reconhecido pelos frutos.” (Søren Kierkegaard, teólogo dinamarquês, 1813-1855).
“Amor significa olhar os outros com os olhos de Jesus.” Esta é uma frase bonita, de efeito, frequentemente ouvida, mas que precisa ser praticada. Normalmente “... sentir ‘arrepios românticos’ é mais agradável que trabalhar duramente a fim de aumentar a nossa capacidade de amar...” (Christian Schwarz, teólogo alemão). Isso equivale a dizer que não podemos dividir a responsabilidade de amar. Esta sempre será uma responsabilidade plena e integral. O resultado de sua divisão será a multiplicação. Na prática – Tiago 2.17 –.
Conseguiremos calcular o nosso próprio quociente de amor?
“Quero descobrir o que significa ser uma pessoa que ama e, por isso, vou começar agora mesmo a agir como uma pessoa amorosa. Mostra-me as pessoas que tu queres, através de mim, alcançar com teu amor.” Faça esta oração de forma sincera. Tenho certeza de que Deus a responderá e você observará em sua vida o quociente do amor se multiplicando.
P. Rolf Rieck