Diaconia - Saúde e Alimentação



ID: 2783

Saúde - integralidade - harmonia

01/04/2008

Nas passagens de ano, nas comemorações de aniversários, nos encontros e nas conversações no dia-a-dia a saúde sempre é mencionada. As pessoas a elegem como centro de preocupação e desejo. Sem saúde fica difícil a condução da vida pessoal, familiar, profissional e comunitária. Agora, o que se quer dizer quando se fala de saúde? Aparentemente entende-se por saúde a ausência de doença. Esta compreensão é a mais difundida. Ela está presente quando se lê e vê notícias que tratam de filas em hospitais e postos de saúde, de atendimento precário, de queixas nos institutos de defesa do consumidor e assim por diante.

A Organização Mundial da Saúde define saúde como o completo bem-estar físico, mental e social. Alguns profissionais de saúde consideram esta conceituação ultrapassada porque visa uma perfeição inatingível. Mesmo que o conceito seja amplo e inclua todas as dimensões do ser humano, a noção de bem-estar precisa ser examinada também a partir de elementos da subjetividade. Isso que dizer que a noção de saúde e qualidade de vida não é igual para todas as pessoas.

Independente dos questionamentos, não pode ser ignorado que elementos importantes da vida precisam ser levados em conta quando falamos de saúde: segurança alimentar, habitação, saneamento, proteção contra o stress e segurança no trabalho, locomoção segura, vida familiar e lazer. Além disso, uma visão do ser humano que faça com que os profissionais da saúde cuidem da pessoa e não apenas da doença. Uma visão da integralidade do ser humano como a tinham as culturas tradicionais.

A modernidade dos últimos 200 anos propiciou uma elevação da expectativa de vida para as pessoas. A medicina, as pesquisas de laboratórios, o saneamento e a alimentação contribuíram para isso. No entanto, o resultado deste desenvolvimento ainda não alcança milhões de pessoas. As doenças de toda e qualquer natureza tornaram-se uma fonte de lucro extraordinária. Será lícito, à luz da ética, que a dor e o sofrimento das pessoas sejam transformados num grande negócio? Esta questão está sendo colocada por governos de países empenhados na quebra de patentes de remédios usados com pessoas portadoras do vírus HIV-AIDS.

É crível que um empreendimento, que visa lucro à base da doença, tenha, de fato, como meta a sua erradicação? Havendo sinceridade, não é um projeto suicida? A indústria de medicamentos e o crescimento da medicina privada carecem de um questionamento profundo. A ineficiência e ineficácia do serviço público não podem justificar uma tolerância ou leniência com o princípio da necessidade de salvaguardar a vida de todas as pessoas.

Como cristãos miramos no exemplo de Jesus que considerou a integralidade do ser humano. A polêmica em torno da cura do paralítico em Cafarnaum (Marcos 2.1-12) aponta nesta direção. A restauração da dignidade das pessoas, criadas à imagem e semelhança de Deus, inclui a defesa do direito de todos viverem em estado de razoável harmonia com a sua própria realidade.

P. Rolf Schünemann

Publicado na edição 71 do Informativo dos Luteranos - abril/2008


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