Diaconia - Saúde e Alimentação



ID: 2783

O ARROZ nosso de cada dia...

01/12/2011

O ARROZ nosso de cada dia...

P. Dr. Osmar Zizemer

Nos últimos anos o Anuário Evangélico tem publicado artigos sobre plantas que se tornaram importantes na alimentação dos seres humanos. Assim já saiu um artigo sobre o trigo na edição do ano de 2010, e um artigo sobre a batata na edição de 2011.

Neste ano quero apresentar uma planta, que hoje é o alimento-base da metade da população mundial, a saber, o arroz.

Entre os pesquisadores existem algumas divergências sobre a origem exata do arroz e de suas culturas. Em geral é aceito que, em sua forma selvagem, esta planta foi encontrada primeiro na Índia. Alguns autores também citam como local de origem a costa leste da África. Mas os vestígios mais antigos de sua forma cultivada foram encontrados na China, nos vales dos rios Huang Ho e Yang-Tse-Kiang. Foram encontrados em escavações restos de arroz que foram datados em mais ou menos 8.000 anos antes de Cristo!

A partir da China a cultura do arroz foi se espalhando ao Japão e por todo o sudeste da Ásia. Este cereal, ao longo da história, foi tão importante, que ele se entranhou na alma dos povos asiáticos. De modo que em suas culturas se fixaram usos e costumes ligados a ele:

• Na China e no Japão é comum que a mãe dê alguns grãos de arroz já mastigados a seu bebê recém-nascido, como sinal de sua chegada à vida.

• No Vietnã muitos camponeses fazem questão de serem sepultados nos seus E durante a cerimônia de sepultamento há festa, cantos e danças e farta distribuição de arroz.

• Os HANI — um povo do sul do Japão -evitam fazer barulho quando estão nas plantações de arroz, pois creem que os espíritos dos arrozais se assustam muito facilmente; e se eles fogem, provocam infertilidade da terra.

• No Japão, jogar arroz sobre recém-casados expressa votos de fertilidade e abundância para o novo casal.

• Na China, a título de saudação, se pergunta: Já comeste a tua porção de arroz? E se a resposta é afirmativa, isto significa que a pessoa está bem.

Do sudeste da Ásia o arroz foi trazido pelos árabes ao Egito, à Itália e à Península Ibérica (Espanha e Portugal), de onde se disseminou pelos demais países mediterrâneos e o restante da Europa. E é provável que foi pela mão dos espanhóis e portugueses que ele também chegou à América, sendo que seu cultivo começou a se desenvolver especialmente a partir de 1650 no sul dos Estados Unidos. Mas há pesquisadores brasileiros que contestam isto, afirmando que integrantes da própria expedição de Cabral já encontraram uma espécie de arroz selvagem (milho d'água, abati-uaupé), que a tribo dos índios tupis já colhia nos alagados da Bahia, onde aparentemente crescia espontaneamente. Parece certo que já em 1587 existiam lavouras de arroz na Bahia, e a partir de 1750 também nos estados do Maranhão, Pernambuco e Pará.

Hoje o arroz é o alimento básico de mais da metade da população mundial. Em 2005 a produção mundial deste cereal já alcançou em torno de 620 milhões de toneladas/ano. Sendo que os maiores produtores naquele ano foram: CHINA —com 185 milhões de toneladas; ÍNDIA —com 129 milhões de toneladas; INDONÉSIA — com 54 milhões de toneladas; BANGLADESCH — com 40 milhões de toneladas; VIETNAM — com 36 milhões de toneladas; TAILÂNDIA —com 27 milhões de toneladas; MYANMAR — com 25 milhões de toneladas; FILIPINAS — com 15 milhões de toneladas; BRASIL — com 13 milhões de toneladas e JAPÃO — com 10 milhões de toneladas. Como se vê, entre os dez maiores produtores de arroz do mundo, apenas um país — O BRASIL, que está em 9° lugar — não é asiático.

Em nosso país o maior produtor de arroz é o Estado do Rio Grande do Sul — e o município com a maior produção é URUGUAIANA, com 71.124 hectares plantados e um rendimento médio de 8.300 kg por hectare, seguido de perto por ITAQUI e ALEGRETE.

Muito presente na mesa dos brasileiros, o arroz ocupa lugar de destaque em nossa alimentação. Conforme algumas pesquisas cada brasileiro consome em torno de 40 kg/ano deste cereal.

Na cozinha brasileira o trivial básico é a combinação: Feijão e Arroz. E conforme pesquisa em diversas universidades e institutos de pesquisa, esta combinação é uma parceria invejável e feliz. Porque ambos se complementam exemplarmente bem em seus nutrientes. Enquanto o arroz é rico em amido e também fornece vitaminas B e proteínas, o feijão é rico em proteínas, ferro e ouros minerais, formando um cardápio excelente para o corpo humano. Esta dupla é uma rica fonte de carboidratos, proteínas, sais minerais e fibras. O que falta em um o outro fornece e, assim, eles se complementam!

Como curiosidade acrescente-se que em Cuba, onde a combinação feijão x arroz também é muito apreciada, ela é conhecida como: Moros y Cristianos. Hoje existem no mercado diversos tipos de arroz, com características específicas para o consumo:

• Arroz Agulha — Um arroz branco, polido, mais usado em nossa culinária —rico em carboidratos;

• Arroz Parboilizado — antes de descascar passa por um tratamento com água fervente, quando nutrientes da casca são transferidos para a parte interna do grão — mais nutritivo que o arroz branco;

• Arroz Integral — bem mais rico em fibras que o arroz branco, em vitaminas e minerais; • Arroz Basmati — Especialidade da Índia — é perfumado e saboroso, muito usado na Itália, Portugal e Espanha, principalmente em paellas;

• Arroz Jasmin ou Tailandês — com textura macia e aroma;

• Arroz Cateto ou Japonês — contem grande quantidade de amido — próprio para sushis e arroz com leite;

• Arroz Selvagem — de grãos escuros, rico em nutrientes e pouco calórico —geralmente usado em combinação com outro tipo de arroz.

O autor é pastor da IECLB, editor deste Anuário e reside em Blumenau/SC


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Autor(a): Osmar Zizemer
Âmbito: IECLB
Área: Missão / Nível: Missão - Diaconia / Subnível: Missão - Diaconia - Saúde e alimentação
Título da publicação: Anuário Evangélico - 2012 / Editora: Editora Otto Kuhr / Ano: 2011
Natureza do Texto: Artigo
ID: 31858

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