Educação pela Paz
Que a paz de Cristo seja o juiz em seu coração, visto que vocês foram chamados para viver em paz, como membros de um só corpo. E sejam agradecidos. (Colossenses 3:15)
Bem-aventurados os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus. (Mateus 5.9)
Iluminados e motivados por estas palavras bíblicas, a Escola Barão do Rio Branco, em Blumenau/SC, através de sua Pastoral Escolar, refletiu entre os dias 06 e 08 de março o tema: Educação pela Paz e Solidariedade. A iniciativa de iniciar no dia 06 de março foi proposital pelo início do Tempo da Quaresma, onde somos chamados igualmente a refletir os passos e palavras de Jesus, que foi um proclamador da paz e da solidariedade no mundo.
Quando soubemos da proposta de trabalho a ser realizada nas escolas chamada COMUNIDADES PROTESTANTES EM MOVIMENTO PELA PAZ - Ação Participativa sobre a paz e a discórdia nas escolas protestantes em todo o mundo, através da GPENreformation, logo motivamos grupo gestor, coordenações, professores, funcionários e estudantes a refletir, discutir e fomentar ações pela paz.
Apresentou-se a proposta e envolvemos o máximo de pessoas possíveis nesta linda ação. Assim, ainda em fevereiro, alinhamos algumas ações que, a pedido meu, foram relatadas pelos professores que abraçaram a causa de forma especial:
Componente Curricular de Língua Portuguesa
“Com o objetivo de propagar a paz no ambiente escolar e despertar nossos estudantes para o convívio pacífico e harmonioso com o próximo, desenvolvemos em parceria com a Pastoral Escolar em consonância com o projeto Educação pela Paz, o trabalho O que me tira a paz. Estudantes foram convidados a refletir acerca do que tirava a paz dos mesmos. Inicialmente fizemos um debate, onde os mesmos expuseram suas angústias acerca da sociedade. Posteriormente os alunos elaboraram redações sobre a temática e durante a semana da paz na escola, os mesmos foram responsáveis pelo mural que trazia como eixo temático o título do trabalho. Nossas expectativas foram superadas e nos sentimos orgulhosos por semear essa pequena semente da paz, que certamente florescera e colheremos os frutos no porvir com uma sociedade mais justa, humana e consciente.” (Prof. Antônio da Rocha)
Educação Infantil da Escola Barão
“A Educação Infantil, realizou as seguintes práticas sob a temática da Paz:
- Leitura, interpretação e desenho da história: O Livro da Paz, de Todd Parr.
- Confecção do livro da Paz, com releitura de imagens deste livro.
- Confecção do gira-gira da paz, alusivo à história.
- Confecção da árvore da Paz, com pombas brancas.
- Música da Paz, da Thelma Chan, cantada por Nana Toledo.
- Gravação do vídeo cantando a música da Paz de Nana Toledo.
- Música e vídeo Paz, Roupa Nova.
- Pintura nas mãos da pomba da paz.
- Brincadeiras de teatro de sombras com as mãos, representando a pomba.
- Festa da Paz.”
Profª Sônia Roeders (Coordenação da Educação Infantil no Centro)
Componente Curricular Artes e Barão Arte e Cultura
No componente curricular Artes, especialmente no nono ano, desenvolve-se um estudo do Grafite, Arte Urbana que se difundiu dentro de um universo social crítico. Nesse contexto, a educação pela paz é enraizada de forma visual, onde artistas e apreciadores utilizam de suas habilidades e competências para propagar o efeito de paz, gentileza e valores. Após contextualizar o Grafite, ouvimos o profeta gentileza, este que se fez presente em toda a narrativa das camisetas desenhadas, pintadas pelos estudantes. Nos 8o e 7o anos, a construção da educação pela paz, foi direcionada a um bate papo, onde cada qual buscava o entendimento sobre o que é paz, por que estar em paz, e o que me tira a paz. Nesse universo buscou-se um olhar mais social e coletivo.
Ainda no fio condutor: gentileza gera gentileza, o Barão Arte e Cultura desenvolveu uma ação criativa, ocupando um espaço alternativo (bloco A, entrada da passarela) da Escola Barão do Rio Branco. Estudantes do 1o ano do Ensino Médio, foram convidados a criar, mediados pelo artista grafiteiro @Pilaco e pela professora Suellen, desenvolveram uma narrativa que conceitua paz, gentileza e nossa âncora que é a fé. Como iniciativa também, o Conjunto Instrumental Barão, preparou com muito louvor um pequeno repertório que musicalmente conceituasse o sentimento de paz.
Com as turmas dos 3º, 4º e 5º anos do Fundamental 1, foi realizado um trabalho coletivo de acolhimento. O objetivo foi conhecer a história da composição da música Gentileza escrita pela cantora Marisa Monte que empresta a sua arte musical para homenagear uma pessoa comum conhecido como Profeta Gentileza que utilizou a linguagem visual como forma de expressão e comunicação. A ação do projeto permeou na sensibilização da escuta musical e visual. Recriamos o processo de pensar e se expressar como a do Profeta Gentileza através do canto e das produções visuais espalhadas pela escola na Semana da Educação pela Paz e Solidariedade. A fruição deste projeto foi despertada com a reflexão sobre o conteúdo da letra e o papel do artista que quando doa a sua arte em prol de causas e campanhas sociais pode contribuir para propósitos maiores de sua comunidade, cidade ou país podendo até mesmo inspirar outras pessoas a seguir o seu exemplo.
Profª Suelen (Profª de Artes e Responsável pelo Barão Arte e Cultura)
Profª Andreia Rocinski
Componente Curricular Ensino Religioso
Os estudantes do 9º ano foram motivados a escreverem poemas sobre a paz e a solidariedade, que foram lidos por mim no sistema de som da escola, durante os dias. Em todas as meditações iniciais (matutinas e vespertinas) realizadas pela pastoral, a paz e a solidariedade foi o tema norteador. Segue abaixo três poemas lidos durante os dias e suas autoras:
A CAMINHADA DA PAZ
A paz, tão bela,
Se manifesta singela,
Como aquarela
Ninguém vive sem ela.
Mas quando ela some,
A discórdia consome,
E tudo o que você deu como certo
Se transforma num deserto.
Foi naquele deserto de emoções
Que devastaram muitos corações.
Mas os erros não foram em vão
E o que fica é a lição.
(Kauã G. e Manuela Rocha)
MUNDO IMPERFEITO
Você quer tranquilidade?
Às vezes é difícil achar nesta pobre sociedade
Paz, onde você se escondeu?
Porque do nada, desapareceu?
Agora a discórdia vem à tona
E o respeito nem se faz
As pessoas não conseguem olhar
E já começam a nos julgar
Se você exige respeito
Não tenha preconceito
Cada um vive do seu jeito
Nesse mundo tão imperfeito
(Lindaura Wanka e Caetana Muller)
EXISTIR
Medo, medo de sentir,
De ser, de amar
Do desconhecido...
Dos “outros”
Alívio por sentir,
Por ser, por amar,
Liberdade em se expressar
Em pensar... em existir.
Harmonia com o mundo, com a vida
Aliança com o universo se faz
Assim cultiva-se a PAZ
(Giulia Piai e Maria Laura Krambeck)
Neste momento que redijo este parágrafo final, vêm a minha mente a tragédia ocorrida na Escola de Suzano, em São Paulo, onde dois rapazes, ex-estudantes da escola, ainda sob a obscuridade da motivação, tiraram a vida de oito pessoas, sendo seis adolescentes (estudantes da escola). Diante desse fato, e de tantos outros que nos vem à mente, fica claro o quanto foi e continua sendo importante e oportuno refletir e não somente refletir, mas traduzir em ações práticas a paz dentro e fora da escola.
Agradecemos a Deus por tudo o que aqui fizemos e rogamos que nossas ações tenham encontra no coração de nossa gente, terra fértil para a produção de belos frutos num belo jardim de paz.
Grande abraço e que Deus nos conduza firmemente neste propósito.
Pastor Gilson Ricardo Hoepfner
Pastor da IECLB – Blumenau/SC
Responsável pela Pastoral Escolar na Escola Barão do Rio Branco