Em busca da compreensão de ministério da Igreja da Reforma somos confrontados com um dos seus Documentos normativos, a Confissão de Augsburgo. Este documento da Igreja Luterana foi apresentado perante o Parlamento alemão, em 25 de junho de 1530, na cidade de Augsburgo, Alemanha. O texto foi lido diante do Imperador Carlos V, para posterior divulgação na Alemanha. Sobre o Ministério Eclesiástico, a Confissão d Augsburgo, no Artigo 5, escreve assim: Para que alcancemos essa fé, foi instituído o ministério que ensina o evangelho e administra os sacramentos. Pois mediante a palavra e pelos sacramentos, como por instrumentos, é dado o Espírito Santo, que opera a fé, onde e quando agrada a Deus, naqueles que ouvem o evangelho.
A demanda crescente de serviços ministeriais exigirá, no futuro, dos obreiros e das obreiras sempre mais o papel como coordenadores/as de serviços comunitários. É preciso que saibam capacitar sempre mais pessoas a viverem o seu batismo. Quanto não ganharia uma Igreja se colocasse o exercício do ministério numa perspectiva batismal?
Entre os vários ministérios com Ordenação, na Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil o ministério pastoral tem ocupado lugar privilegiado.
Sobre a pessoa do/a obreiro/a um renomado teólogo luterano europeu, P. Prof. Dr. Manfred Josuttis, observa o seguinte:
O pastor, a pastora é pessoa diferente. No mundo onde as palavras deixam de ter relevância, o obreiro pastor identifica-se como pessoa a serviço da Palavra. Sente-se inspirado por uma instância diferente, que não é humana, mas divina. Em razão de levar uma vida diferente, almeja a mudança da vida de outras pessoas. Visa à transformação de incrédulos em crentes, de pessoas passivas em cooperadores de uma nova sociedade.
A despeito das suspeitas em relação a obreiros/as no quadro de obreiros/as da IECLB, lhes é assegurado boa dose de credibilidade. Se por um lado, a aceitação dos obreiros é realidade, evidenciam-se tendências de colocar mecanismos de controle de qualidade dos seus serviços, a exemplo da política de mercado.
Na Igreja de Cristo é preciso que se diferencie entre o controle aplicado pelas leis do mercado e os serviços ministeriais que acontecem em nome da fé. O desempenho do ministério eclesiástico acontece no contexto da sociedade globalizada. Em observância aos votos da ordenação, a vida ministerial exige fidelidade à Palavra e firmeza confessional. Enquanto no ministério, a serviço a Igreja em constante processo de Reforma, cabe o respeito à história e às tradições em comunidade, além da demonstração de sensibilidade pedagógica e disposição á prática do amor.
Manfredo Siegle
pastor sinodal do Sínodo Norte-catarinense
da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB)
em Joinville - SC
Diocese Informa - 06/2007