No futuro, a demanda crescente de serviços ministeriais exigirá de obreiros e obreiras sempre mais o papel de coordenadores/as de serviços comunitários. É preciso que saibam capacitar sempre mais pessoas a viverem seu batismo. Quanto não ganharia uma igreja, se colocasse o exercício do ministério numa perspectiva batismal?
É sabido que na IECLB o ministério pastoral tem ocupado lugar privilegiado. Sobre a pessoa do obreiro pastor um renomado teólogo europeu, Prof. Manfred Josuttis, observa o seguinte: O pastor, a pastora é pessoa diferente. No mundo onde as palavras deixam de ter relevância, o obreiro pastor identifica-se como pessoa a serviço da Palavra. Sente-se inspirado por uma instância diferente, que não é humana, mas divina. Em razão de levar uma vida diferente, almeja a mudança da vida de outras pessoas. Visa à transformação de incrédulos em crentes, de pessoas passivas em cooperadores de uma nova sociedade.
A despeito de suspeitas em relação a obreiros/as no quadro de obreiros da IECLB, lhes é assegurada boa dose de credibilidade. Se por um lado a aceitação dos obreiros é realidade, evidenciam-se tendências de colocar mecanismos de controle de qualidade dos seus serviços, a exemplo da política de mercado. Na Igreja de Cristo é preciso que se diferencie entre o controle aplicado pelas leis do mercado e os serviços ministeriais que acontecem em nome da fé.
O desempenho do ministério eclesiástico acontece no contexto da sociedade globalizada. Em observância aos votos da ordenação, a vida ministerial exige fidelidade à Palavra e firmeza confessional. Enquanto no ministério, a serviço da Igreja em constante processo de Reforma, cabe o respeito à história e às tradições em comunidade, além da demonstração de sensibilidade pedagógica e disposição à pratica do amor.
Manfredo Siegle
pastor sinodal do Sínodo Norte-catarinense
da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB)
em Joinville - SC
O Caminho - 06/2007