“Disciplina é liberdade;
Compaixão é fortaleza;
Ter bondade é ter coragem.”
(Renato Russo)
Acredito que, muitas vezes, nossa disciplina não nos permite a saudável liberdade de viver a compaixão. Observo isso especialmente no âmbito cristão onde regras e preceitos aparentemente precisam ser seguidos à risca e, por fim, tiram a liberdade de ir ao encontro da outra pessoa. E isso é injusto.
Ao nos pautarmos nas informações do relato bíblico, encontramos o testemunho de Mateus 9.35-38: Jesus ia passando por todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando as boas novas do Reino e curando todas as enfermidades e doenças. Ao ver as multidões, teve compaixão delas, porque estavam aflitas e desamparadas, como ovelhas sem pastor. Então disse aos seus discípulos: 'A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Peçam, pois, ao Senhor da colheita que envie trabalhadores para a sua colheita'.
Ainda são poucas as pessoas que exercem sua compaixão à exemplo de Jesus. Ele chama seu povo para que fique repleto de profunda compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência. E nós podemos aumentar a quantidade desse bom fermento que leveda a massa. Criar círculos de compaixão ao nosso redor poderia trazer resultados surpreendentes.
A Igreja vai compreendendo esta nova disposição, como lemos em Atos 9.36: Em Jope havia uma discípula chamada Tabita, que em grego é Dorcas, que se dedicava a praticar boas obras e dar esmolas.
Exercer a misericórdia, realizar o serviço cristão (diaconia) é a capacidade especial de sentir verdadeira compaixão por outras pessoas. Pensemos nas pessoas das ruas, nas milhares de crianças sem escola,nos universitários sem perspectiva de completarem seu curso, no crescente número de pessoas que não tem acesso à saúde digna e respeitosa, nos velhinhos abandonados pelas famílias e vivendo da caridade aqui e ali. Pensemos na tragédia que tem sido o confronto entre bandidos e polícia me nossas cidades, na tragédia das drogas, na tragédia da violência gratuita... Expressemos nossa compaixão através de ações concretas que espelham o amor de Cristo aos que sofrem.