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ID: 364

Efésios 4.21-32

Prédica

15/10/1972

Efésios 4.21-32
19º. Domingo após Trindade 

A verdade em Jesus é que - em contraste com vosso passado - vos despojeis do velho homem, que se perde segundo concupiscências enganadoras, renovando-vos, pelo Espirito, em vosso intimo e revestindo-vos do novo homem, criado por Deus em verdadeira justiça e santidade. (a partir do vers. 25, segundo Almeida ) 

Meus caros irmãos e irmãs!

Se o velho homem em nós é algo de que podemos nos despojar, algo que podemos despir, então podemos compará-lo a uma vestimenta imprestável. Não se trata, porém, de um traje usado para o trabalho, que se põe de lado no sábado, para voltar a utilizá-lo, limpo, cerzido e remendado, na segunda-feira. O velho homem é um traje que não comporta conserto, pois está gasto. Só pode ser desvestido e posto fora. Definitivamente. 

Isso significa que o velho homem, sendo apenas um traje, não é nossa pele ou nosso coração. Nós não somos o velho homem! O velho homem é apenas algo que nos veste, que nos cobre, que talvez nos esconda ou fantasie. 

Talvez essa constatação nos surpreenda, quando consideramos as características que o apóstolo menciona, como sendo típicas do velho homem. P. ex: a mentira (convencional, social, comercial, politica), a cólera, a ira que em absoluto chega ao término com o pôr-do-sol, mas que continuamos a alimentar, ano após ano, através de toda uma vida, às vezes. A mania de espalhar boatos e difamações (essa mania — que esconde tanta tristeza e, no fundo, tanto medo de viver). Nós conhecemos tudo isso. Será verdade que tudo isso não passa de um traje? Será verdade que nós mesmos não sejamos os mentirosos, os irados, os difamadores? Sim, é verdade! Mesmo que estejamos atolados em mentiras, cólera, difamações, nós não somos isso?

Mas há mais uma observação interessante a respeito do velho homem: esse traje velho e usado corrompe-se, perde-se, segundo suas próprias concupiscências enganadoras. É um traje que se desgasta por si próprio, assim como o foguete que explode, destruindo-se a si mesmo. O velho traje, o velho homem, já não consegue tapar-nos e esconder-nos. Basta olha-lo para ver como está esburacado e esfarrapado. Basta olha-lo para notar que está na hora de pô-lo fora. 

Mas é curioso constatar isso, se pensarmos novamente nas características do velho homem. Por exemplo: 

As palavras torpes, as critiquices constantes que saem da nossa boca. Tudo isso não constrói, não produz nada de bom, É como madeira podre, que não serve nem para um bom fogo. 

Será verdade que tudo isso jamais possa estar na iminência de ser posto fora? Não será verdade que tudo isso sai de todos os nossos poros, como suor?
E o furto? E os bens acumulados à custa do trabalho de outros? E essa tendência para ignorar que tudo o que nos sobra deve servir aos necessitados? Que não se podem acumular lucros ociosos? Estará mesmo chegando ao fim essa espécie de roubo? Não será esse roubo o sistema sólido e firme sobre o qual se assenta toda a sociedade? E será verdade que a amargura, a gritaria, a blasfêmia e a malícia estejam chegando ao término, como um traje velho e roído de traças? Não será tudo isso uma espécie de indústria poderosa? Afinal, de que vivem os jornais, as revistas, a televisão, o cinema? 

E, no entanto, o apóstolo acha que nós podemos despir esse traje, apesar de ser uma roupa que sempre nos servia, apesar de o velho homem ter lançado fundas raízes em nós. Note-se bem: não sou eu quem está dizendo que podemos despojar-nos do velho homem. É a palavra de Deus que o afirma. Logo, isso vale para vós e para mim! 

Evidentemente, o ato de despir o velho homem está em intima ligação com outro ato: o de vestir o novo homem. Logo, o novo homem também é uma espécie de traje que já está pronto, feito especialmente e posto ã nossa disposição. É só vesti-lo. 

Não se trata de um traje domingueiro! É um traje para todas as-ocasiões (inclusive para os domingos!). E, nesse ponto, é importante observar que, se o novo homem é também um traje, ninguém poderá dizer que se tornou, que é um novo homem. Pode-se vestir o novo homem: é uma vestimenta que agasalha, que senta bem, que é confortável, que protege. Mas riais não somos o novo homem. Mas, assim como se pode olhar para o velho homem e perceber em que estado se encontra, pode-se fazer o mesmo com o novo traje, o novo homem. Por exemplo: 

Se, de repente, se tornasse realidade o fato de nós não mais mentirmos uns aos outros, mas dizermos a verdade, visto que somos membros uns dos outros; se nos tornássemos benignos, em vez de ferinos; se compassivos, em lugar de indiferentes ou desconfiados; se nos perdoássemos uns aos outros nossas maldades, direta ou indiretamente; se penetrássemos na comunhão com Deus, a qual já nos perdoou em Cristo. 

Se, em vez do roubo, passássemos a reservar algo do produto de nosso trabalho para outros, os outros que precisam mais dele. 

Bem, isso seria o novo homem, o novo traje, algo de bem real, e concreto e prático em nossa vida diária. Não seríamos nós, com nossa capacidade. Por isso, nem poderíamos vangloriar-nos ou orgulhar-nos. Nós só poderíamos ser gratos pelo novo traje. 

Não nos sentiríamos mais vazios e inúteis. Algo da verdadeira alegria de viver teria despontado para nos. Revestidos do novo homem, nós teríamos aprendido a viver e a morrer. 

Sim, e o apóstolo acha que nós podemos vestir o novo homem Ninguém poderá dizer que é capaz de realizar tudo isso que se refere ao novo homem. Mas ninguém está incapacitado para vestir o novo homem. Cada um de nós pode! 

E donde vem este anúncio insistente? Verdade em Jesus! Por causa de Jesus é necessário, não há outra possibilidade. Ambos os atos estão preparados por Ele. Porque pertencemos a Ele, porque fomos batizados em Seu nome. Jesus morreu e com Ele o velho homem, e Ele ressuscitou e trouxe à luz o novo homem. (Vivamos, pois, o nosso batismo!) 

Quem sou eu? Aquele que ouviu...

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Autor(a): Breno Arno Schumann
Âmbito: IECLB / Sinodo: Sudeste / Paróquia: Juiz de Fora (MG)
Área: Confessionalidade / Nível: Confessionalidade - Prédicas e Meditações
Natureza do Domingo: Pentecostes
Perfil do Domingo: 20º Domingo após Pentecostes
Testamento: Novo / Livro: Efésios / Capitulo: 4 / Versículo Inicial: 21 / Versículo Final: 32
Título da publicação: Auxílios para a Prática Pastoral - Seleção póstuma de prédicas e medit / Editora: Editora Sinodal / Ano: 1974 / Volume: P - 2
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Prédica
ID: 23329

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