Oito ou oitenta! Para muitos a vida deve ser assim, mas os extremos são perigosos, na vida, na sociedade e também na Igreja. Há na igreja pessoas que reduzem sua fé praticando caridade e também outros que são indiferentes às necessidades do próximo. Dois extremos que não são ensinados na Bíblia. A Bíblia ensina a pregar o Evangelho com palavras e ações.

Assim, as boas obras são a evidência da nossa salvação! Não somos salvos pelas boas obras, mas para as boas obras. Efésios 2.8-9 diz: “Pois pela graça de Deus vocês são salvos por meio da fé. Isso não vem de vocês, mas é um presente dado por Deus. A salvação não é o resultado dos esforços de vocês; portanto, ninguém pode se orgulhar de tê-la.” As boas obras não devem ser a causa, mas sim, o resultado da nossa salvação. A salvação é somente pela fé, mas a fé salvadora deve ser acompanhada de boas obras, pois: “A fé sem obras é morta”, conforme Tiago 2.17.

A prática do amor é a evidência de que somos discípulos e discípulas de Jesus Cristo. Testemunhamos que somos discípulos e discípulas de Jesus Cristo não apenas pela doutrina que professamos, mas, acima de tudo, pelo amor que praticamos. Jesus Cristo ensinou em João 13.34-35: “Eu lhes dou este novo mandamento: amem uns aos outros. Assim como eu os amei, amem também uns aos outros. Se tiverem amor uns pelos outros, todos saberão que vocês são meus discípulos.” Socorrer os aflitos, alimentar os famintos, visitar os enfermos e dar abrigo aos que necessitam, são sinais da prática do amor. Seremos julgados no dia do juízo se omitirmos a prática do bem (Mateus 25.31-46). Saber que se deve fazer o bem e não o fazer é um pecado.

Devemos fazer o bem, não importa a quem! “Portanto, sempre que pudermos, devemos fazer o bem a todos, especialmente aos que fazem parte da nossa família na fé.” (Gálatas 6.10). Muito embora devamos cuidar primeiro dos membros da nossa família de fé, nosso agir não pode parar nos muros da comunidade. Devemos fazer o bem a todos sem exceção e sem acepção de pessoas. Devemos ajudar de forma prática aqueles e aquelas que Deus coloca em nosso caminho. Em Lucas 10.29-37, na parábola do bom samaritano, Jesus deixa bem claro que o nosso próximo é toda pessoa que está ao alcance da nossa mão. Jesus contou esta parábola para destacar o fato de que nossa ajuda precisa ser prática e endereçada à todas as pessoas. O samaritano, desprezado pelos judeus, é quem estende a mão ao homem caído à beira do caminho. Amar apenas aqueles e aquelas que nos amam e servir apenas as pessoas amigas de fé é uma limitação da ação misericordiosa de Deus.

Deus está mais interessado na prática do amor do que na observância de liturgias e rituais religiosos. Os sacerdotes e fariseus eram criteriosos em observar as liturgias e seus rituais, mas não hesitavam em explorar até mesmo os órfãos e as viúvas. Deus se alegra mais da misericórdia do que de sacrifícios.

“Assim também a luz de vocês deve brilhar para que os outros vejam as coisas boas que vocês fazem e louvem o Pai de vocês, que está no céu.” (Mateus 5.16). Quando a igreja pratica boas obras na terra, Deus é glorificado no céu. A verdadeira espiritualidade passa pelo amor ao nosso próximo e o Instituto Luterano Campos Verdejantes é uma oportunidade para a comunidade fazer sua boa obra para honra e glória de Deus!

P. Me. Cristiano Ritzmann
é Pastor na Paróquia Rio Bonito
em Joinville - Santa Catarina, onde reside
Vice-Pastor Sinodal
Sínodo Norte Catarinense