Erlo Stegen (1935- )

O homem que levou o Evangelho para os Zulus na África

01/03/2010

Perto de Lilienthal, que fica uns 50 km de Pietermaritz-burg, no Sul da África, vivia a família Stegen. Eram descendentes de alemães que vieram do Norte da Alemanha para a África. Os Stegen eram bons luteranos e freqüentavam os cultos na Igreja de Lilienthal e mandavam seus filhos na chamada “Escola Alemã”. Um dos seus filhos, Erlo, com quatro anos, teve um acidente, do qual ele não se recuperou bem: muitas vezes estava com dor de cabeça e sem controle sobre o seu corpo, caindo, assim, seguidamente. Depois de fazer o primeiro grau no colégio, ele teve que desistir do estudo.

Aos quinze anos, ele leu um livro: “De ateu a evangelista”. O que estava escrito naquele livro, mexeu com ele. O Pastor que cuidava da Comunidade mostrava muito amor para com os seus membros e, também, confiança em Deus. Numa conversa com este Pastor, Erlo falou do assunto. Quando o Pastor viu que Erlo sentia-se chamado por Deus, convidou-o para participar duma conferência em Transvaal. Durante a conferência, Erlo ficou com muitos conflitos. Ele se perguntava: “Será que, um dia, eu serei um Pastor? Ou será que não é melhor trabalhar nas terras do pai e ajudar a Igreja com dinheiro?” Um dia, ele pediu uma resposta de Deus. Ele abriu a Bíblia e leu, em Mateus 4.19: “Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens”. Não foi isso que Erlo queria ouvir, e ele decidiu voltar para casa, antes do término da conferência.

Demorou três anos, até que Erlo aceitou o chamado. Ele foi para a Escola Bíblica em Pretoria e, depois, de 1954-1966, trabalhou como evangelista na região dos membros da tribo negra Zulu. Erlo se esforçou muito para pregar o Evangelho. Às vezes, quando ele evangelizava num certo lugar, prolongava a evangelização por vários dias, ou até várias semanas. Não faltou oração, mas Erlo ficou muito pensativo, achando que algo devia ser diferente. Poucas pessoas se converteram ao cristianismo. Erlo ficou com dúvidas a respeito do seu trabalho. Ele se perguntava de novo: “Como é que acontecia tanto, quando os apóstolos pregavam, e por que acontece tão pouco hoje em dia?

Um certo dia, uma mãe perguntou se Erlo e seus colaboradores não podiam ajudar a filha doente. Eles a deixaram vir. Mas as orações não deram resultado. Erlo ficou muito abatido, até que se deu conta que confiavam demais naquilo que faziam, inclusive nas suas orações. Eles não chegavam a Deus como crianças. Ele mesmo se sentiu muito culpado por tudo que fez desta maneira até aquele dia. O seu arrependimento era profundo e verdadeiro.

A partir de 1966, Erlo reunia os convertidos para estudos bíblicos. Lendo na Bíblia, acontecia que achavam atitudes ou ações nas suas vidas que não podiam agradar a Deus. Muitas vezes choravam. Foi uma época de arrependimento. Erlo e sua equipe, em tudo que faziam, sentiam que algo estava mudando: Aos poucos, cresceu a fome pela palavra, havia confissões de pecados e arrependimento não só em palavras, mas assim como João Batista pregava: objetos roubados foram devolvidos, famílias em briga fizeram as pazes, muitos objetos de feitiçaria foram queimados. No meio destas mudanças, aconteceram, também, curas e libertações.

Numerosos Zulus não tinham muito estudo. Por isso, regras na vida da Comunidade ajudavam a levar uma vida agradável a Deus. Foi criado, também, um colégio cristão, onde a disciplina era bastante rígida.

A partir da Igreja em Sizabantu, iniciou-se uma obra missionária na Europa. Existem Comunidades na Suíça e na Alemanha. Devido às culturas diferentes, e por causa da formação intelectual européia, estas Comunidades não funcionam da mesma maneira. Também, não foram constatados dons espirituais. Por causa das regras para os membros das Comunidades dos zulus e da disciplina mais rígida nos colégios anexados, há divergências entre as lideranças.

Erlo não tem orgulho. Ele sabe que Jesus vive e age, onde há temor a Deus. Ele explica que não quer que o seu movimento seja chamado de “movimento carismático”. Ele diz: “Acontecem certas manifestações, certas pessoas ganham um dom, mas isso não deve ser regra para todos. O que importa é: “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao teu nome dá glória, por amor à tua benignidade e à tua verdade.” (Salmo 115.1)


Autor(a): Isolde Mohr Frank
Âmbito: IECLB
Título da publicação: Da nuvem de testemunhas / Ano: 2007
Natureza do Texto: Artigo
ID: 11566
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