Martin Luther King Junior (1929-1968)

O homem que lutava sem armas em prol dos negros

01/03/2010

No sul dos Estados Unidos, em Atlanta, no estado de Georgia, nasceu, em 1929, um filho do Pastor Martin Luther King que ganhou o nome do seu pai. Em Atlanta como em outros lugares no sul dos Estados Unidos, as crianças de cor negra, só podiam freqüentar as escolas dos negros e não podiam beber água da torneira onde os brancos pegavam sua água. Com seus pais, viajavam na parte de trás dos ônibus onde tinham que ceder seus lugares para os brancos quando necessário. O pequeno Martin Luther teve que assistir seu pai, um pastor respeitado pelos membros da comunidade, ser desrespeitado por um policial por ser negro.

Martin Luther King Junior, depois de terminar a escola em Atlanta, frequentou o colégio Morehouse, depois o Crozer Seminário de Teologia. Depois fez um doutorado em Boston, no Estado de Massachusetts. Neste período, Martin Luther King conheceu o tratamento de igualdade entre brancos e negros, pois, naquele estado, assim como nos outros cinco estados que são chamados de Nova Inglaterra não havia distinção de raça.

Com sua formação e seu dom de palestrante, Martin Luther King poderia ter trabalhado por lá. Mas ele pensou nos negros no sul e resolveu voltar para lá. Em 1954, com 25 anos de idade, ele assumiu um pastorado numa igreja Batista em Montgomery, no estado de Alabama, no centro da separação por raça. Lá ele encontrou diversos tipos de negros: negros que tinham conseguido certos privilégios, outros que já haviam se resignado por causa dos castigos e outros que achavam que negro, em verdade, não tinha o mesmo valor que o branco. Também existiam grupos de negros que, odiando os brancos, se revoltavam.

Martin Luther King, a partir da sua primeira prédica, deixou os membros da Igreja sentirem o que ele mesmo sofreu com a separação. Ele ensinou que brancos e negros têm o mesmo valor. Assim, levantou a auto-estima dos que já haviam resignado. Ele queria mudanças, só como cristão, ele ensinou o que Jesus disse em Lucas 6: “Amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam; bendizei aos que vos maldizem, orai pelos que vos caluniam.”

Em 1955 uma senhora negra, depois de ter trabalhado o dia todo, não deixou um jovem branco sentar no seu lugar no ônibus e foi castigado por causa disso. Em vez de deixar os negros fazer atos de revolta, Martin Luther King iniciou uma ação pacífica: um boicote aos ônibus. Durante um ano, os negros não usavam ônibus, resolvendo tudo a pé.

Ele mesmo, em 1956, deu um exemplo quando uma bomba feita de brancos atingiu a sua casa. Quando os negros queriam linchar os que jogaram a bomba, ele mandou a multidão para casa, dizendo: Nós temos que amar os nossos inimigos. A multidão o obedeceu.

Muitas demonstrações pacíficas em todo o país seguiram a estes primeiros atos e, aos poucos, as leis foram mudadas, até que, em 1965, os negros até ganharam o direito de votar.

Em 1964, Martin Luther King recebeu o prêmio Nobel porque mostrou ao mundo do Oeste (Europa e América) que é possível lutar sem armas, assim como Ghandi o fez na Índia.

Em 1965, um branco fanático atirou contra Martin Luther King. Do enterro participaram cento e cinqüenta mil pessoas. Também o vice presidente dos Estados Unidos, muitas autoridades das diversas Igrejas e cinquenta deputados assistiram aos funerais.


Autor(a): Isolde Mohr Frank
Âmbito: IECLB
Título da publicação: Da nuvem de testemunhas / Ano: 2007
Natureza do Texto: Artigo
ID: 11565
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