Groenlândia, a maior ilha da terra, foi descoberta no ano de 983, pelos vikings que vieram da Noruega. Em seguida, foi colonizada pelos noruegueses. Surgiram duas paróquias, com os nomes de Vestribyggd e Eystribyggd (Vila do Oeste e a Vila do Leste), onde havia, ao todo, 15 igrejas. Os Noruegueses conseguiam criar na faixa estreita, onde no verão o gelo desaparecia, ovelhas e gado.
O Rei da Noruega declarou a Groenlândia Colônia Real; assim, comerciantes de outros países não podiam buscar o que a Groenlândia produzia: peles e dentes de elefantes marinhos, óleo de fígado de bacalhau, lã e manteiga.
Com a descoberta da América, os interesses comerciais mudaram e durante cem anos não houve mais relações entre Noruega e a Groenlândia. Os navios que mais tarde tentaram localizar as colônias, não mais as encontraram. O que aconteceu na Groenlândia com os noruegueses, as duas vilas e suas igrejas, até hoje ninguém sabe.
O fato de que cristãos haviam sido abandonados pela Igreja da Noruega, inquietou o menino Hans Egede, que nasceu, em 1686, no norte da Noruega.
Quando se formou em teologia, começou a trabalhar como Pastor nas ilhas de Lofoten, perto da costa da Noruega, onde ficou por dez anos.
Mas Hans Egede não tinha esquecido a Groenlândia. Para ele, deviam ter ficado descendentes dos noruegueses por lá. Em 1720, insistindo numa solução para atender os supostos cristãos na Groenlândia, o Rei da Dinamarca, que governava também a Noruega, formou um grupo de pessoas que, junto com Hans Egede, sua esposa e os quatro filhos, então iria morar lá. No navio, que chegou a 5 de maio de 1821 na Groenlândia, havia tudo que eles precisavam para construir suas casas e para alimentar-se no próximo inverno.
Não foram achados noruegueses, descendentes dos moradores das duas vilas. Mas Hans Egede, que já tinha aprendido a falar a língua dos esquimós, viu que a sua tarefa era levar o Evangelho para eles.
Enquanto o Rei da Dinamarca, anualmente, mandava o necessário para viver lá, a missão cresceu. Mesmo assim, as condições precárias e, em especial, os invernos rigorosos fizeram que nem todos que vieram com Egede, ficassem. Só alguns marinheiros cristãos e Egede com a esposa e os filhos resolveram ficar.
Nos quinze anos que Hans Egede atuou entre os esquimós, houve anos com um crescimento excelente da Comunidade Cristã. Mas, também, houve anos difíceis e trágicos.
Difícil ficou o trabalho durante três anos, quando o Rei da Dinamarca morreu e o seu sucessor cortou a ajuda a Groenlândia. Isso mudou, quando Zinzendorf, na Dinamarca, se empenhou em favor da missão na Groenlândia. Zinzendorf mandou, junto com o auxílio do rei, três irmãos de Herrnhut, para ajudar Egede no seu trabalho.
Trágico foi o ano, em que marinheiros estranhos trouxeram a doença da peste. Quase todos os esquimós que viviam no lugar dos Egede, morreram. Sobreviveu só uma menina. Das duzentas famílias que moravam um pouco mais longe, três famílias ficaram. Ao todo, morreram 2500 pessoas que, numa terra com poucos habitantes, fez com que tudo parasse.
Dois anos depois, morreu a esposa de Hans Egede. Ele, então, resolveu, deixar o seu filho Paul no seu lugar e voltou, junto com o caixão da sua esposa, para a Noruega. Fundou, na Dinamarca, um seminário para formar missionários para a Groenlândia. Até a sua morte, em 1758, todo o seu esforço foi a favor da divulgação do Evangelho na Groenlândia.
Duzentos anos depois, encontramos na Groenlândia, vinte e três mil luteranos, atendidos por quatorze Pastores esquimós e seis Pastores da Dinamarca.