Paróquia Ferrabraz

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Liturgia | Culto Crioulo 2023

16º Domingo após Pentecostes - ANO A

13/09/2023

 

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Descrição gerada automaticamente com confiança médiaIECLB | Vida Nova | Sapiranga/RS

Culto | 16º Domingo após Pentecostes

17 de Setembro de 2023 | Culto Crioulo

Liturgia de Entrada

 

Acendimento da Chama Crioula do lado de fora:

 

Prelúdio:

♫ Mercedita (Instrumental na gaita ou no som)

Entradas:

1) Entrada da tocha na Igreja o lampião é acendido. Tocha sai e fica do lado de fora;

2) Entrada da cruz;

3) Entrada das Bandeiras na seguinte ordem: Brasil, Rio Grande do Sul e Sapiranga;

4) Entrada dos elementos trazidos pelas crianças.

 

Saudação:

Tudo que tá nas Escritura foi escrito pra nos instruir, tchê, pra que a gente se pegue na esperança pela paciência e valentia que ela nos dá”.

Romanos 15.4

 

Acolhida

Buenas gauchada.

 

Mas que tal

estarmos de novo reunidos

na estância, sob céu anil?

Nessa Igreja, acolhidos,

junto ao Deus que é gentil.

 

A carne assando na brasa,

o cheiro do mate que passa,

o canto dos passarinhos, a presença da paz.

E o som da gaita, que o vento traz.

 

Pilchados com a dignidade do pampa,

os cabelos ao vento, alma de campeiro.

Conversas que vão de causos a estampa,

trovas e versos, em ritmo faceiro.

 

O céu estrelado é nosso manto,

a lua cheia, a luz do campo.

As histórias são contadas ao compasso

do chimarrão que circula no abraço.

 

E quando o dia começar a clarear,

com o sol surgindo, a nos abençoar,

é tempo de encilhar o cavalo e partir,

mas com a certeza de que vamos repetir.

 

Porque esta terra, este chão batido,

onde o gaúcho vive e é nascido,

é lugar de reencontro, de alma e coração,

na simplicidade da vida, sem distinção.

 

E agora, com a boca e o coração,

cantamos o hino do nosso Estado

com reflexão e emoção.

relembrando o passado,

quando, em nosso pago,

houve libertação.

 

Cântico de Entrada:

♫ Hino do Estado do Rio Grande do Sul

 

No rincão onde a tradição se destaca,

Onde a chama crioula não se despedaça,

Ecoa a voz da nossa querida gauchada,

Num compasso que a alma abraça.

 

Nesta manhã, sob o céu azulado/nublado,

Num culto onde o orgulho não se cala,

Vem as crianças com versos rimados,

Exalando perfume em sua fala.

 

Poemas das Crianças:

Ana Clara Fetter e Alice Fetter

 

Ala-putcha-tchê!

Pela poesia do nosso chão,

Pelas palavras, pela canção,

Oh gurias, prendas queridas,

Obrigado, por iluminarem nossas vidas!

 

Avisos:

 

Invocação Trinitária:

No rincão deste vasto céu azulado/nublado,

Nos reunimos, pelo Divino chamado,

Na sombra deste Templo abençoado.

 

Ele é nosso Grande Patrão Celeste,

Que nos guia no fandango e na celeste,

Unindo os gaúchos de leste a oeste.

 

Nunca nos deixa à deriva na canção!

Juntos, lembramos a sagrada união:

Pai, Filho e Espírito Santo no coração.

Amém.

 

Confissão de Pecados:

No rincão do céu tão vasto,

O Pai Celeste olha com carinho;

Mesmo que o pecado seja nosso lastro,

Aos gaúchos Ele estende o caminho.

 

Vamos, prendas e peões, em prece unir,

Com a alma aberta, sem falsidade;

Pois do céu, o Pai Celeste vai ouvir

E nos brindar com sua bondade.

 

Oração:

Pai Celeste,

 

Em campos vastos sob o céu azul,

não levantas teu olhar ao céu,

Pois lá no alto, fazes morada,

E acima de ti, não existe nada.

 

Pai Celeste,

 

Não olha aos lados, não há par nessa dança,

Pois quem contigo tem semelhança?

Ninguém te iguala, ninguém te faz frente,

O Criador de toda essa gente.

 

Pai Celeste,

 

pro chão, teu olhar sempre desce,

No coração gaúcho, que tu conheces.

Quanto mais fundo, no poço, a gente ,

Mais próximo do teu olhar o coração estará.

 

Pai Celeste,

 

confessamos nossos pecados e falhas,

nos campos largos, nas noites sem estrelas.

Pedimos-te agora, neste nosso versejar,

que ao olhar para baixo, possas nos encontrar.

 

Amém.

 

Kyrie:

No pago vasto e sem fronteira,

Nós levantamos a voz e a mão,

Pelas querências do mundo inteiro,

Onde o pranto surge em multidão.

 

Em campo aberto e estrelado,

Buscamos a paz no nosso destino,

Entregando as armas do passado,

Ao coração que se alegra nesse culto matutino.

 

No coração do pampa, a prece se ergue,

Ao Vale do Taquari, que em lágrimas se banha,

Nas águas que inundam, a gauchada se abraça,

Na dor e na saudade, a alma tamanha.

 

Luto pesaroso, a perda que a lança,

Mas a esperança, como estrela que não se apanha,

Brilha no horizonte, como lanterna de lança,

Neste cenário em que a vida se emaranha.

 

Luto que se espalha, dor que não cansa,

Famílias perdendo, sonho e bonança,

Mas na saudade, a esperança se lança,

Pois o Rio Grande, sempre se avança.

 

Reconstrução em cada olhar, cada lança,

Solidariedade no gesto, na dança.

Em tempos de chuva, ou de bonança,

É o espírito gaúcho que nunca se cansa.

 

Na reconstrução, a gauchada a trabalhar,

Unidos na fé, sem nunca desanimar,

Pai Celeste, com amor, a suplicar,

Protegei nosso povo, vem as chuvas acalmar.

 

Mudanças climáticas, desafio a encarar,

Que a benção divina possa resplandecer,

No coração do Sul, oh, Deus, a guiar,

A força e a coragem do nosso viver.

 

Desarmamento:

(As facas são colocadas sobre uma mesa)

♫ O Vento

 

Absolvição:

Com coração puro e alma lavada,

No firmamento, sua fé é ancorada,

Recebem de graça a graça almejada,

Em nome do Pai, e a Trindade sagrada.

Com chimarrão em mãos e fé no peito,

Na cruz de Cristo encontram o jeito,

E o Espírito Santo, qual brisa no leito,

Traz a luz da salvação, a todos, direito.

Amém.

 

Lenços na Cruz:

No rincão da vasta coxilha,

Sob a cruz rústica e singela,

Dois lenços que outrora brigavam,

O Chimango e o Maragato se aparelham.

 

Na estampa da história rio-grandense,

Com lança, garrucha e alpargatas,

O colorado Maragato enfrentava,

O Chimango de alma alva e asa-prata.

 

Mas na sombra desta cruz guapa,

A mensagem de Cristo reluz,

Chamando para a paz e a irmandade,

A essência do verdadeiro Jesus.

 

Então, sob este céu azul pampiano,

Esta lida de rixa se encerra,

Os lenços, juntos na cruz, proclamam:

Somos todos filhos desta terra!

 

Gloria in Excelsis:

♫ Cantar é coisa de Deus

(Enquanto o hino é cantado, os lenços são pendurados na cruz e os peões se cumprimentam).

 

Liturgia da Palavra

 

Oração do Dia:

Em campos abertos, sob o céu imenso,

Onde o minuano acaricia a relva,

Ergo minha prece, voz do pampa cresce,

Ao Pai Celeste, que a tudo observa.

 

Ó Chasque Sagrado, sopro divino,

Que traz teu recado, destino e caminho.

Nutre-nos, Pai, com tua verdade,

Dando à nossa alma força e vontade.

 

Ensinas ao gaudério, neste pampa amado,

Perdão, solidariedade, paz e o lado a lado.

No fogo de chão, onde a história é contada,

Revelas-te, Senhor, em tua Palavra.

 

Que tua Palavra, brisa da campina,

Transforme nossos atos, qual chuva fina.

Por tua graça, somos renascidos,

Em nome do Filho, por ti escolhidos.

 

Com o Espírito Santo, Trindade sagrada,

Reinas eterno, luz da alvorada.

Em nome de Jesus, o Cristo amado,

Te peço, Pai, estenda teu abraçado.

 

Hoje e sempre, na coxilha ou sanga,

Nossa oração gaúcha não desarranga.

Em cada lamento de gaita e violão,

assim fazemos nossa oração. Amém.

 

Hino:

♫ Céu, sol, sul, terra e cor

 

1ª Leitura:

Gênesis 50.15-21

 

Nosso guia na noite, estrela fagueira,

Por entre os campos, a luz verdadeira.

Oh, Palavra que acende, ilumina e inspira,

No coração do gaúcho, és chama que não expira.

 

Aclamação do Evangelho:

♫ Aleluia Campeiro

 

Leitura do Evangelho:

Mateus 18.21-35

 

Refrão:

C: Se o churrasco e o mate saciam a fome de pão,

muito mais a Palavra de Cristo mata a fome do nosso coração.”

 

Canto da Palavra:

♫ Canto Alegretense

 

Saudação Apostólica:

Que a graça do Divino Tropeiro Jesus Cristo, nosso Bom Pastor, o amor de Deus, o Pai e Patrão Celestial, e a comunhão do Espírito Santo, o Vento que nos anima, esteja conosco, amém.

 

Pregação:

 

Confissão de Fé:

Em resposta ao que ouvimos,

Confessamos a nossa fé,

Com o Credo Apostólico do Gaúcho,

Que ensina quem Deus é.

 

Credo Apostólico do Gaúcho:

 

Creio em Deus, Pai, Todo-Poderoso,

Patrão do céu e da campanha.

E em Cristo Jesus, o guri único dele, nosso Patrãozinho,

que veio ao mundo pelo sopro do Espírito Campeiro,

nasceu da virgem Maria,

sofreu nas mãos do tal de Pôncio Pilatos,

foi pra cruz, findou sua lida e foi enterrado,

foi pro acampamento dos que já se foram,

voltou pra luta no terceiro alvorecer,

pegou o rumo do céu, e agora de chapeú atirado à direita do Pai Celeste,

e de lá, vamo vê, vai retornar pra ver se a peonada tá na linha ou fora de estribo.

 

Creio no Espírito Campeiro,

na Santa Igreja Cristã, onde os viventes se reúnem,

no perdão dos pecados,

no renascer forte e campeiro e na vida que não tem fim.

Amém.

 

Liturgia de Saída

 

No vasto pampa estendido,

Olhamos para o céu azulado/nublado,

Sonhando com a querência,

que está do outro lado.

 

No coração do gaúcho,

Jesus tem o seu lugar,

Quem a Ele se entrega,

Na eternidade vai morar.

 

Lá na vastidão celeste,

Com o Bueno Criador,

O gaúcho encontra abrigo,

E o amor do Redentor.

 

Ecoa o canto campeiro,

esse hino de louvor.,

Querência Amada do Cristão,

Nosso hino de amor.

 

Hino:

♫ Querência Amada do Cristão


 

Na vastidão do pampa reluzente,

Onde a tradição é sem igual,

Surge firme e forte o irmão Lucas,

Com seu verso gaúcho e bagual.

 

Poema Gaúcho:

Lucas Eduardo Fernandes


 

Obrigado, Lucas,

pelas palavras tão belas,

que nos trouxeram alegrias,

como o sol nas campinas.

 

Que o Patrão lá de cima te proteja,

E te guie nas trilhas da vida.

E com fogo que flameja

ilumine a tua lida.

 

Canto das Ofertas:

♫ Canto Alegretense


 

Prendas e peões aqui reunidos,

somos gratos por se fazerem aqui.

No Culto Crioulo estamos unidos

e com mais fé partimos daqui.

 

Ao findar esse culto nesse chão

queremos ao nosso Deus orar

rogando ao Pai Celeste no céu

que venha a todos abençoar.

 


Oração Final:

Pai Celeste,

 

No vasto pampa oramos,

Pela vida e pelo amor,

Por cuidar das nossas lidas,

com temor e tremor.

 

Vem fortificar a nossa fé

logo à nossa casa voltarmos

Que íntegros sejamos até

a esse Templo retornarmos.

 

Pelo povo gaúcho nós pedimos,

neste Culto Crioulo reunidos,

Que a tradição revele, sem tropeço,

e que todos sejam bem-vindos.

 

Aos enlutados dá consolo,

Aos doentes, alento e teu amor.

Os perdidos, na senda acolhe,

Na tua estância, ó bom Senhor.

 

Por quem sofre e anda maltratado,

Que cura física e na alma encontrem,

E pelos sem rancho, sem lado,

que teus caminhos lhes encontrem.

 

Pelo Brasil e Rio Grande do Sul,

Que a paz, ordem e progresso se revele,

E na chama Farroupilha se expande,

Liberdade, Fraternidade, Igualdade, que não se esquece.

 

O que pesa no peito campeiro,

Diante de ti, Senhor, nós pomos,

E ecoam as palavras do primeiro,

Pai nosso, que juntos entoamos:

 

Pai-nosso...

 

Bênção:

Na vastidão das pampas, sob o céu azul sem fim,

Peço ao Senhor dos céus, que olhe e cuide de ti.

Que sua face iluminada, qual sol em meio ao dia,

Resplandeça sobre ti, trazendo-te alegria.

 

Nas coxilhas e querências, onde o vento canta em paz,

Que Ele mostre compaixão; e a todos nós abraçará.

Quando a noite se apresenta, e a lua no céu surgir,

Que o olhar do Altíssimo, venha sobre ti sorrir.

 

Que a calmaria e o sossego, na alma te venham morar,

Com a paz que só Ele dá, ao coração acalentar.

Pelo Pai, Filho e Espírito, que na Trindade se dão,

Peço bênção e harmonia a todo coração.

 

Envio:

Na paz do Patrão Celeste caminhemos,

Com o sopro do Vento Sagrado a nos guiar,

Abraçados pelo Tropeiro Divino a cada passo,

E que assim seja no pago e no descansar.

 

 

Elaboração: P. William Felipe Zacarias

Paróquia Evangélica de Confissão Luterana Ferrabraz – Sapiranga/RS

 


Autor(a): P. William Felipe Zacarias
Âmbito: IECLB / Sinodo: Rio dos Sinos / Paróquia: Sapiranga - Ferrabraz
Testamento: Antigo / Livro: Gênesis / Capitulo: 50 / Versículo Inicial: 15 / Versículo Final: 21
Natureza do Texto: Liturgia
Perfil do Texto: Celebração
ID: 71271

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