Espiritualidade Evangélica Luterana


ID: 2686

Subsídio para reflexão Jejum Diaconal

21/02/2022

Subsídio para reflexão
Jejum Diaconal

Este subsídio pode auxiliar no preparo da pregação e também para convidar e motivar a comunidade para a prática do Jejum Diaconal, após a pregação.

A prática do jejum é uma herança das pessoas que nos antecederam na vida de fé. No Antigo Testamento, as pessoas tinham a prática do jejum por motivos de luto, de arrependimento ou por uma grande necessidade (Juízes 20.26, Esdras 8.12-23, 1 Reis 21.27). No Novo Testamento, jejuar passou a ser algo para mostrar para as pessoas a grandiosidade da fé que se tinha (Mateus 6.16). Mas Jesus ensina que o jejum é algo particular, um ato de intimidade com Deus (Mateus 6.17-18). Da mesma forma, o jejum é uma decisão particular, para ser realizado em momentos adequados, para arrependimento, doação, purificação e fortalecimento da fé. Ele é a lembrança do tempo de jejum e solitude de Jesus no deserto (Mateus 4.1-11). O jejum não pode ser um rito automatizado, mas precisa ser uma ação refletida na busca de maior intimidade
com Deus.

Na prática, o ato de jejuar é uma oportunidade de escolhermos deixar de comer algo, ou algumas refeições, para que nosso corpo fique mais limpo e leve, investindo esse tempo para a oração, leitura bíblica e louvor a Deus. Jejuar é abster-se temporariamente de algum alimento ou refeição, para alimentar-se mais ainda da Palavra de Deus, buscando nutrir a fé com a oração.

Para as pessoas cristãs, o jejum no tempo da Quaresma é um tempo de preparação para a morte e ressurreição de Jesus. Uma preparação que oportuniza olhar para nossa vida e escolher, a partir da fé, deixar de lado aquilo que não é essencial, aquilo que está em excesso, para nutrirmos e fortalecermos nossa relação com Deus. Para isso, o jejum em nossos dias pode ir além de deixar alguma comida no tempo quaresmal. Ele pode ser também o desprenderse do consumo de alguma bebida, da tecnologia, do excesso de atividade ou de trabalho, de hábitos de reclamar e julgar. Deixar qualquer ação, vícios ou objetos que têm nos afastado de Deus ou das pessoas. Deixar de lado aquilo que não tem nos permitido estar mais tempo com Deus. Assim, jejum é uma escolha, uma decisão de priorizar nossa relação com Deus. Porque, mesmo para nós, pessoas cristãs, nem sempre Deus é prioridade em meio à nossa rotina atarefada, competitiva e tecnológica.

Uma pausa para respirar e refletir:

O que você deixaria nesse tempo de Quaresma? (Comida - qual? Bebida - qual? Um hábito ruim? Uma tecnologia? Algum excesso?)

Dica: Pegue uma caixa, um vidro, um cofrinho, ou faça algo artesanal e cole ao lado uma etiqueta, identificando o que você vai deixar no tempo de Quaresma. Coloque num lugar bem visível.

O que você poderia praticar mais no tempo de Quaresma? (Oração? Louvor? Contato com a natureza? Leitura bíblica? Caminhada contemplativa? Ler a Palavra de Deus para alguém? Ligar para pessoas solitárias?)

Dica: Escreva num papel o que você vai fazer no tempo de Quaresma e coloque no altar de sua casa.

Voltamos da pausa e afirmamos: mas ainda podemos ir além!

Jejuar é um ato de fé. Sendo assim, a fé em Deus nos faz mudar nosso olhar para a vida e para as pessoas. Nos desafia a olhar para as pessoas que facilmente são esquecidas, rejeitadas, julgadas, para as quais é negada a dignidade e a igualdade. Por isso, o convite é para um Jejum Diaconal.

Jejum Diaconal é o ato de fé que nos aproxima de Deus e nos envia ao cuidado das pessoas que estão à beira do caminho.

Vale uma pausa para lembrarmos que é Diaconia:

Diaconia é uma opção de vida para servir (Marcos 10.35-45) e cuidar das pessoas com bondade (Mateus 9.13) e alegria, por gratidão e fé. É a caminhada (Lucas 24.13-45) com as pessoas, buscando dignidade de vida (João 10.10) em todas as suas necessidades (Mateus 25.31-46).

Jejum Diaconal consiste em separar aquilo que escolhemos jejuar e compartilhar com alguém que precisa. Na prática, seria: se eu deixei de comer chocolate na Quaresma, vou separando e guardando o valor com o qual compraria o chocolate, e no final da Quaresma eu doo esse valor, ou compro alimentos para alguém que precisa (a doação também pode ser feita ao trabalho diaconal da sua comunidade e/ou para alguma instituição diaconal ou social).

Uma pausa para respirar e refletir (anote num papel e coloque dentro da sua Bíblia):

Com quem eu poderia compartilhar o fruto diaconal do Jejum? (Uma família? Uma instituição? Uma causa social?)

Dica: Pegue uma caixa, um vidro, um cofrinho, ou faça algo artesanal e cole ao lado uma etiqueta, identificando com quem você vai compartilhar o fruto da Quaresma.

Será que conheço mais alguém que possa compartilhar junto comigo? (Algum familiar? Alguma amizade? Alguém do trabalho? Alguém da Comunidade?)

Dica: Escreva o nome dessa pessoa num papel, coloque-o dentro da sua Bíblia e lembre-se dela em suas orações.

Voltamos da pausa e afirmamos: Jejum Diaconal aproxima!

O Jejum Diaconal nos aproxima de Deus e das pessoas. E, estando mais próximos com Deus, teremos alegria de estar mais presentes com as pessoas de nossa família, amizades e comunidade de fé. Você aceita caminhar nesta linda oportunidade quaresmal do Jejum Diaconal?

Um breve relato local:

Minha vivência do Jejum Diaconal iniciou no Sínodo Norte Catarinense. Aqui, o Conselho Sinodal de Diaconia há muitos anos vem motivando e fortalecendo essa vivência nas comunidades, que por sua vez têm se multiplicado nos grupos e nas famílias. Em toda essa caminhada foram celebrados cultos e encontros que motivaram o jejum particular, que foi vivenciado deforma comunitária. Esses frutificaram as ações diaconais, fortalecendo experiências de fé e de cuidado a pessoas e instituições diaconais. Hoje, as belas histórias são frutos do trabalho organizado de muitos anos pelo conselho. As pessoas que estiveram à frente foram a Diácona Valmi Becker, a Diácona Angela Lenke, a Diaconisa Arlete Prochnow e a Diácona Vilma Linda Reinar, que, junto com lideranças diaconais das comunidades, têm permitido essa linda caminhada de fé. O que compartilho aqui são reflexões e aprendizagens que surgem dessa linda caminhada sinodal no tema do Jejum Diaconal.


Elaborado pelo Diác. Jaime José Ruthmann

Extraído do E-book da Oficina on-line de Quaresma e Páscoa

Disponível em:
https://www.luteranos.com.br/noticias/missao-formacao-educacao-crista/oficinaon-line-de-quaresma-e-pascoa-2022


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O Espírito Santo permanece com a santa congregação, ou cristandade, até o dia derradeiro. Por ela, nos busca e dela se serve para ensinar e pregar a Palavra, mediante a qual realiza e aumenta a santificação, para que, diariamente, cresça e se fortaleça na fé e em seus frutos, que ele produz.
Martim Lutero
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