Depois de Deus ter mostrado a Habacuque dois estilos de vida incompatíveis (v.4), o profeta expressa cinco ais contra os caldeus, que subjugaram a terra. Deus os julgará e castigará seus pecados. “Pouco permanece o arrogante, cuja gananciosa boca se escancara como sepulcro, e, como a morte, que não se farta... Dirão: Ai daquele...” Num tempo ainda muito antes dos caldeus “escancararem a sua boca” Habacuque já viu a ruína do poderoso inimigo. Será que o Deus, que é mais forte do que a morte e maior do que o inferno não seria também mais forte e maior do que os caldeus? Num hino de zombaria que os povos cantaram a respeito dos caldeus (Nabucodonosor), são abordados cinco pecados que também hoje são amplamente difundidos.
O primeiro ai (v.6-8) se refere aos invejosos, aqueles que em sua cobiça nunca tem o suficiente, pois querem sempre mais. Usam até a violência para obter dinheiro e bens. Os caldeus roubavam de pessoas desamparadas. Mas, muito mais rápido do que eles puderam imaginar, os medos e persas os atacaram, roubando-lhes o que injustamente haviam arrecadado. E o rastro de sangue que eles deixaram os alcançou. Naquele tempo já se confirmaram as palavras: “O que o homem semear, isto também ceifará” (Gl 6.7).
O segundo ai (v.9-11) diz respeito à pretensão de assegurar a própria existência às custas de outrem. Os caldeus exploravam terras que não lhes pertenciam. Por meio de trabalho escravo, edificaram obras arquitetônicas maravilhosas na Babilônia. Mas, “que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” (Mc 8.36; leia Dt 24.14 e 15; Jr 22.13.ss).