Gamaliel era um homem respeitado. Era neto do grande rabi Hilel, fundador de uma importante escola para ensino das Escrituras. Gamaliel também era um homem excepcionalmente letrado, que ensinara as Escrituras para muitos alunos. Ele os ensinava a estarem atentos aos acontecimentos, serem generosos e não terem preconceitos. Entre seus alunos havia também um certo Saulo de Tarso, cuja história é contada mais tarde por Lucas (At 22.3). Gamaliel era um homem conceituado. Por isso, todos no Sinédrio prestaram atenção à sua sugestão, aparentemente brilhante: Fiquem tranqüilos! Se este movimento continuar, vocês nada poderão fazer para combatê-lo, pois estarão lutando contra Deus. Caso contrário, vocês também não precisarão fazer nada, pois ele desaparecerá como todos os movimentos “modernos” que já presenciamos. Será que este foi realmente um bom conselho? Será que quando algo prospera, isto sempre vem de Deus? Quanta violência, quanta injustiça, quanta opressão já prosperou neste mundo! Muitas vezes até em nome de Deus, mas, na verdade, completamente sem ele. E quando uma causa não prospera, será que é porque foi rejeitada por Deus? Quantas vezes homens e mulheres experimentaram derrotas e insucesso, ainda que tenham confiado exclusivamente em Deus!
Em Hebreus 11.32-38 lemos que a condução de Deus não se deixa reduzir pela lógica humana. O parecer do respeitado, culto e reconhecido Gamaliel nem sempre procede. Este pareceu ser uma confissão de liberalismo. De forma simples, mas decisiva ele poderia ter aconselhado: “Israelitas, segundo tudo o que vemos e ouvimos, os acusados têm razão e Jesus vive. Podem libertá-los! Peço que os apoiem e obedeçam às suas palavras. (Leia Rm 1.20-22; 1 Co 1.18-21.)