Três vezes o governador romano, Pilatos, afirma a inocência de Jesus (v.4, 14 e 22). O fato de Herodes ter mandado o Senhor de volta pra Pilatos também pode significar que o rei o tenha julgado inocente (v.15). Apesar disso, Pilatos mandou açoitá-lo, um lado, para atender a reivindicação de seus acusadores; por outro, para advertir Jesus, a fim de que não causasse mais problemas no futuro.
Mesmo com estas duas ações, Pilatos não pôde salvar Jesus. O confronto com o assassino Barrabás incendiou ainda mais os ânimos dos acusadores contra Jesus. Ali estavam dois homens frente a frente: Barrabás e Jesus. Cada um representava um mundo diferente. Barrabás representava aqueles que estavam longe de Deus; o mundo de pecado. Jesus, ao contrário, representava o novo mundo de Deus, no qual reinam justiça, paz, amor e verdade. Cabia ao povo escolher um deles. Cabe a nós também escolher um deles – e então tomar diariamente esta decisão em ações concretas. (Leia Dt 30.19 e 20; Js 24.15 e 22; 1 Rs 18.21.) Pilatos queria libertar Jesus, mas tornou-se um prisioneiro do povo. Acabou cedendo, pois não queria arriscar-se a romper com os judeus (v. 23 e 24), tampouco perder a simpatia de César (Jo 19.12). Sua decisão foi de “entregá-lo à vontade deles” (v.25). Ainda assim, todo o caminho do Filho de Deus estava sob a vontade do Senhor. “A vontade do povo, determinada pelo ódio e pelo mal, levaram-no à cruz. A vontade do povo não é, de forma alguma, a vontade de Deus, mas também não tem poder para frustrá-la. Apesar de tudo, Deus usa as más intenções do povo a alcança seu bom objetivo. Esta é a grandeza de Deus” (H. Egelkraut). Lemos mais a respeito deste mistério em Atos 2.23 e Gênesis 50.20.