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ID: 9

Reforma: um cântico novo

Leitura do Salmo 96. 1-9

17/10/2014

Estamos nos aproximando do dia da Reforma. É importante refletirmos, nesta época, sobre a contribuição que Lutero deu para a leitura e para a correta interpretação da Bíblia. Sabemos do carinho que o reformador tinha pelos salmos bíblicos. Também os salmos do Antigo Testamento ele lia à luz do evangelho de Cristo. Especificamente a respeito do Salmo 96 ele fez o seguinte comentário:

 “Cantai ao Senhor um cântico novo, cantai ao Senhor todo mundo! No Antigo Testamento, sob a lei de Moisés, o culto era muito pesado e cansativo, uma vez que tinham que fazer muitos sacrifícios de tudo que tinham em casa e no campo. O povo, que era preguiçoso e mesquinho, o fazia de má vontade, ou fazia tudo em função de vantagem material. Agora há um culto melhor no Novo Testamento, do qual o salmo diz aqui: Cantai ao Senhor um cântico novo, cantai ao Senhor todo mundo! Pois Deus alegrou nosso coração e nos deu ânimo por meio do seu Filho amado, o qual ele nos deu para a redenção de pecados, morte e diabo. Quem nisso crer seriamente, não pode deixar de ficar contente e de cantá-lo e anunciá-lo com vontade, para que também outros o ouçam e se acheguem. Mas quem não quer cantá-lo e anunciá-lo, isto é sinal de que não o crê e não faz parte do novo e alegre testamento, mas do antigo, preguiçoso e indisposto testamento” (Bíblia Sagrada com reflexões de Lutero, p. 550).

Como vimos, Lutero relaciona o Salmo 96 com o culto cristão. Realmente este salmo é muito apropriado para buscarmos novos impulsos para o nosso jeito de celebrar e de participar da vida comunitária. E, como membros Igreja Luterana, temos motivos e fundamentos fortes para juntos entoarmos o novo cântico, baseado no evangelho de Cristo.

Logo no início do salmo está a razão principal pela qual entoamos o novo cântico: “Proclamai a sua salvação dia após dia”. Na igreja luterana se proclama, acima de tudo, a salvação que vem de Deus por graça e por bondade. Não vamos aos cultos e não participamos da vida comunitária no intuito de colocar em evidência eventuais méritos da nossa parte, mas sim para proclamar e vivenciar a salvação que Deus dá de graça e por bondade. Da mesma forma não participamos dos cultos com o objetivo de nos munir de legalismos ou para estabelecer uma relação de troca de favores com Deus, mas sim para ouvir e vivenciar o “Pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus” (Ef 2.8). Este é o novo cântico que trazemos nos nossos lábios e no nosso coração quando participamos da vida comunitária e das celebrações.

Do novo cântico, a partir do evangelho de Cristo, também faz parte o “Anunciai entre as nações a sua glória, entre todos os povos as suas maravilhas” (v. 3). Todas as nações e todos os povos estão incluídos no novo cântico. Isto faz de nós uma comunidade que acolhe. Igreja não é grupo fechado. Na igreja não se exclui, mas se acolhe. Não criamos mecanismos e legalismos que afastam e discriminam, mas somos sinais visíveis e palpáveis do evangelho de Cristo que aproxima, inclui, derruba barreiras, vence preconceitos e cria laços de amor e de solidariedade. As maravilhas que vêm de Deus são para todos, sem distinção. Não participamos da comunidade cristã para, egoisticamente, conquistar as maravilhas de Deus com os nossos méritos ou fazendo de Deus um negociador de suas bênçãos, mas sim para sermos transformados em instrumentos que levam as bênçãos de Deus para todos os povos. Por natureza e por incumbência, a comunidade cristã é ecumênica, acolhedora e solidária.

Não por último, este salmo nos impulsiona para a gratidão: Tributai e trazei oferendas! (vv. 6-9). Glória, majestade, força, formosura e beleza estão naquele santuário onde existe gratidão a Deus. Vamos à igreja não somente para buscar as bênçãos divinas nem para negociar os favores de Deus. Vamos para levar a nossa gratidão por causa da salvação que dele vem de graça. Quem apenas procura a Igreja por obrigação ou em busca de prosperidade e outras vantagens pessoais, ainda está entoando o cântico, do ”antigo, preguiçoso e indisposto testamento”, conforme expressão usada por Lutero. Deus, em Cristo, alegrou o nosso coração de alegria e de ânimo, nos redimindo do pecado, da morte e do diabo. Ele nos dá a salvação por graça e por bondade, o que desperta, em nós, gratidão e compromisso. Tributamos e trazemos oferendas à casa do Senhor. E assim há força e formosura no santuário divino.


Autor(a): Pastor Valdemar Gaede
Âmbito: IECLB / Sinodo: Espírito Santo a Belém
Testamento: Antigo / Livro: Salmos / Capitulo: 96 / Versículo Inicial: 1 / Versículo Final: 9
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 30316

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