Curitiba - Igreja de Cristo

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Como podemos mostrar que Jesus está perto de nós?

Deuteronomio 4.1-2; 6-9

27/08/2021

Deuteronômio 4.1-2; 6-9

Que a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus nosso Pai que nos cuida e nos ama com um amor maior ainda que o amor de mãe e a comunhão do Espírito Santo estejam no meio de nós. Amém.

O Salmo que ouvimos hoje nos recorda que não são os muitos ornamentos nem o rumor das celebrações o que nos elevam a Deus. O que nos aproxima de Deus é quando defendemos a justiça, a honestidade, o respeito. Se queremos ser parecidos com Jesus – então devemos praticar a bondade. Não tem sentimento mais divino – que a bondade.
Por esta razão, a exortação que Moisés dirige a seu povo focaliza na necessidade do Povo de Deus fazer uma clara opção por viver conforme a vontade de Deus.

O livro de Deuteronômio repete 70x as palavras: entrem e tomam posse da terra que o Senhor vai dar a vocês.
O povo de Israel era um povo nômade. Depois que eles saíram do Egito por conta dos milagres de Deus e da liderança de Moisés, o povo viveu durante 40 anos no deserto. Eles não tinham casas, mas barracas, andavam de um lugar para o outro. Agora eles estão diante da terra prometida e Moisés os anima 70 dizendo: entrem e tomam posse da terra (da promessa) que o Senhor vai dar a vocês.

Um novo desafio está diante do povo de Israel. Suas vidas vão mudar radicalmente. O modo de vida do deserto, precisa ficar para trás. A realidade de conflitos, de guerras pela sobrevivência precisa ficar para trás. Daqui para frente começa uma nova vida. Eles agora vão ter suas casas (não mais em barracas) e vão plantar seus alimentos. De nômades eles vão se transformar em agricultores.

Mas essa nova realidade deve ser construída sobre a base das esperanças dos seus antepassados. O sonho dos antepassados era ter um lugar no mundo onde o povo de Israel não seria mais escravo, mas que pudesse viver com justiça e paz. Um lugar onde não haveria fome, nem sede. Um lugar que mana leite e mel.

Por isso, para não perder esse sonho dos antepassados de vista, é preciso sempre se lembrar de onde eles vieram. Eles eram escravos no Egito e o Senhor os tirou de lá com sua poderosa mão e os deu essa terra onde podem agora construir uma vida de solidariedade, equidade e justiça.

Os mandamentos que Deus deu ao povo no deserto são para ajudar o povo a construir essa nova vida. E o povo de Israel deve praticar esses mandamentos. Assim outras pessoas, ao olharem para o modo de vida do povo de Israel – vão perceber que Deus está morando com esse povo, que o Senhor está no meio deles. E serão as atitudes das pessoas do povo de Israel que vai mostrar se Deus está no meio deles ou não.

Também os primeiros cristãos experimentaram na própria carne a ameaça do formalismo e ritualismo. Após um tempo de dedicação e fervor pela missão, os ânimos começaram a ceder e a comunidade viu-se rapidamente atraída pelas relações puramente funcionais e formais. Deste modo começava a perder-se a fraternidade que lhes dava identidade e coerência.

A carta de Tiago nos alerta contra uma religião que não encarna os valores do Evangelho. A palavra de Jesus deve ser ouvida e praticada.
O cristianismo não é uma formalidade social a ser cumprida, nem um conjunto de ritos parte de uma cultura. O cristianismo é uma forma de vida, a partir da fé em Jesus Cristo. E a igreja é o lugar onde as pessoas podem viver essa fé de Jesus em companhia de outros irmãos e irmãs.

No entanto, é antiga a tentação de considerar que o essencial de uma religião está no cumprimento de formalidades rituais. No Evangelho nós ouvimos que Jesus chama a atenção para o perigo de valorizar mais as formalidades na igreja do que o comportamento ético. Lavar-se ou não lavar-se as mãos antes das refeições, havia passado de uma norma elementar de higiene a uma norma que distinguiria quem era religioso de quem era um pecador. É claro que lavar as mão é muito importante, mas isso não significa que quem lava suas mãos antes de comer é mais cristão do que quem não lavou.

Jesus então nos convida a redescobrir a essência do cristianismo. E a essência da religião cristã é fé em Jesus e compromisso com uma forma de vida que espelha o amor de Deus. As normas, os comportamentos e as atitudes na igreja devem estar orientados para uma autêntica vivência dos ensinamentos de Jesus. Jesus nos quer dando testemunho do amor incondicional não só com palavras, mas também com atitudes. Por isso, na igreja de Jesus Cristo, na Comunidade cristã não deve haver lugar para agressividade e nem para atitudes de rejeição. Pessoas verdadeiramente cristãs, não fazem isso.

Portanto, para ser um seguidor ou seguidora de Jesus não basta seguir um monte de regras ou leis. Quando o moço rico procurou a Jesus em Mateus 19 e Lucas 18, ele disse a Jesus que desde criança ele tem obedecido e praticado todos os ritos religiosos. Jesus elogia o comportamento desse moço, mas diz que falta somente uma coisa: ser uma pessoa solidária com os pobres. (Vai vende tudo o que tens e dê o dinheiro aos pobres). Com isso Jesus não quis dizer que todos os seus seguidores devem ser pobres, mas que a religião de Jesus é uma religião de compromisso com a solidariedade.

Quando dizemos que somos pessoas cristãs (luteranas) e demonstramos que nossa fé nos faz ter atitudes de amor, de solidariedade, de perdão, então estamos dando um verdadeiro testemunho de nossa fé e as pessoas de fora vão enxergar que Jesus está presente em nossa comunidade/igreja, que Jesus está perto de nós.

Assim como o povo de Israel, que estava diante de uma nova vida, assim também nós estamos diante de novos desafios para a retomada das atividades presenciais em nossa Igreja. Ainda estamos vivendo em meio a crise, mas já podemos iniciar os primeiros passos para a retomada das atividades.
Quando converso com pessoas que fazem cursos de formação de lideranças nas empresas é comum ouvir que nada de novo acontece se sempre fizermos tudo do mesmo jeito. Por isso, - eles dizem – que a crise é a melhor bênção que pode ocorrer com as pessoas (e as empresas), porque ela sempre oferece possibilidade de progressos. É nas crises que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias.

Sem crise, não há desafios. Sem desafios, a vida é uma rotina, uma lenta agonia. As crises fazem aflorar no ser humano o melhor de cada um.

Por isso, aproveitemos esse momento de retomada das atividades da igreja, para demonstrar a nós e as pessoas de fora que a crise não representou para nós o fim da história. Podemos deixar conflitos e dificuldades que prejudicavam a vida comunitária para trás. Lembremos que essa nossa comunidade da Igrejinha iniciou a 120 anos atrás como uma escola. E nós sabemos que vida é uma grande escola, mas somente aprende algo quem observa – quem presta atenção – como um bom aluno.

Sejamos também nós bons alunos de Jesus Cristo. Ele já nos mostrou qual é a vontade de Deus para nós. Sejamos pessoas de fé e de atitudes comprometidas com os ensinamentos de Jesus Cristo. Nós queremos estar alinhados com uma vida coerente com nosso Senhor Jesus Cristo. Por isso, não vamos nos deixar levar por nenhum outro ensinamento que não venha de Jesus Cristo.

A nossa fé em Jesus Cristo pode fazer um grande impacto positivo nas outras pessoas, quando demonstramos que somos pessoas comprometidas com a paz, com o diálogo, com a compreensão e o amor.

Peça a benção de Deus para que isso seja assim também em tua vida.


Amém.


Autor(a): Nilton Giese
Âmbito: IECLB / Sinodo: Paranapanema / Paróquia: Curitiba - Igreja de Cristo
Área: Confessionalidade / Nível: Confessionalidade - Prédicas e Meditações
Testamento: Antigo / Livro: Deuteronômio / Capitulo: 4 / Versículo Inicial: 1 / Versículo Final: 9
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Prédica
ID: 64136

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