Quem ama não machuca?!?
Certa vez li essa frase apresentada numa forma positiva. Quem a escreveu estava afirmando “Quem ama não machuca”.
No entanto hoje, diante dos muitos acontecimentos, pais e mães matando filhos, filhos matando pais, alunos atirando em professores, marido e mulher matando um outro, parece-me que essa frase deixou de ser verdadeira.
É normal a gente machucar a quem ama?
Geralmente pensamos que há algo errado, que não deveria ser assim.
Mas vale lembrar que de fato é comum ao ser humano machucar a quem ele ama. Ser frustrado por quem se ama é uma das primeiras experiências, e também uma das mais difíceis, que fazemos ainda quando crianças. A criança precisa digerir a experiência de que a mãe que a atende em suas necessidades, com sua presença também é a mãe que frustra a criança com sua ausência.
Quase todos temos a experiência de que são exatamente aquelas pessoas que mais amamos as que mais freqüentemente nos agridem. Normalmente são pequenos detalhes que geram grandes frustrações. E essas frustrações, quando não são bem trabalhadas, podem gerar violência.
A violência nos relacionamentos humanos, a agressividade desequilibrada, fora das situações de perigo, está aumentando, não só nos grupos de relacionamentos sociais, mas também dentro das famílias.
É uma reação ao sentimento interior de frustração, de carência, de incapacidade de amar, que desencadeia comportamentos destrutivos, diante da privação ou impossibilidade de satisfazer nossas necessidades naturais e atingir nossas motivações.
A violência, a agressividade desequilibrada, gera um ambiente doentio, interior e exterior. Gera medo, tensão, estresse, tristezas, ressentimentos, mágoas, culpas, inseguranças… Sentimentos que estão na origem da grande parte das doenças físicas e psíquicas.
As pessoas que se amam, muitas vezes se machucam, porque não sabem amar.
Geralmente é quando as pessoas se sentem mais vulneráveis que elas se machucam desnecessariamente.
Pena que, em meio a tanta beleza que é o amor, a maioria das pessoas não pratique a coisa mais importante para preservá-lo: entender um ao outro.
Pa. Tânia Cristina Weimer