A exposição itinerante e interativa Nem Tão Doce Lar esteve em três cidades do estado de Rondônia no mês de março, com o acompanhamento do assessor de projetos da FLD, Rogério Oliveira de Aguiar. As ações em Ji-Paraná, Ariquemes e Porto Velho envolveram articulações locais, oficinas de formação promovidas pelo assessor de projetos da FLD, abertura da exposição ao público e mobilização de redes municipais de apoio. A parceria estabelecida entre Ministério público Estadual de Rondônia é fruto de ações realizadas entre FLD e MP no primeiro semestre de 2018.
Nos dias 12 e 13 março as ações aconteceram na cidade de Ji-Paraná com oficina de formação no auditório da OAB e abertura da exposição no saguão da UNIJIPA. Nos dias 14 e 15 de março as atividades aconteceram na cidade de Ariquemes com formação e acolhedoras e acolhedores e abertura da exposição no auditório da FAEMA. Nos dias 18 e 19 de março, aconteceram duas oficinas, respectivamente na sede do Ministério Público Estadual de Rondônia na cidade Porto Velho.
As duas oficinas contaram com a participação de representações de organizações como OAB, Tribunal de Justiça, Polícia Civil através da Delegacia Especializada, Polícia Militar, CREAS, CRAS, ONG Filhas do Boto, Secretaria de Saúde entre outras. Na quarta-feira, 20 de março, a exposição esteve aberta ao público no auditório do MP.
Depoimentos
A oficina Nem Tão Doce Lar, em suas duas edições, proporcionou à rede de enfrentamento local um olhar mais aguçado e sensível aos sinais sutis da violência, além de fomentar nas pessoas visitantes coragem para denunciar as violências por elas vívidas. Nas duas edições, tivemos como participantes alunas e alunos de enfermagem, psicologia, serviço social, direito, policiais, professoras e professores, representantes de todos os órgãos que integram a rede de apoio e mulheres que foram acolhidas em casas de apoio.
Promotoras ficaram encantadas com a metodologia, que pode ampliar a sensibilidade de quem lida com casos de violência, até para compreender a razão pela qual muitas mulheres não conseguem sair de situações de violência, estão aprisionadas na situação de violência.
Reverenda Elineide Ferreira Oliveira, da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil e coordenadora de uma casa de apoio a mulheres em situação de violência, mantida pela Igreja Anglicana, Ariquemes
Para mim, profissional da saúde mental, além de promover a discussão e aprofundamento de temas que eu já conhecia, o trabalho me trouxe muitas outras informações. Participar desse projeto fez me sentir instrumentado e motivado a seguir combatendo as violências e desigualdades que ferem as mulheres de nossa sociedade, na minha clínica, em trabalhos voluntários e na vida pessoal. Sou grato pela oportunidade de ter conhecido esse projeto.
Psicólogo Cleber Almeida da Rocha, membro do Conselho Municipal do Direito da Criança e do Adolescente (CMDCA), Ariquemes
A exposição realizada no Ministério Público Estadual, enfocando a questão da violência no lar sofrida pela mulher, trouxe luz a uma questão muito presente nos lares brasileiros, onde se registra um elevado índice de violência de diversos matizes contra as mulheres, independente da condição social, cor, raça ou credo religioso, e nem sempre levado ao conhecimento das autoridades competentes!
A exposição retratou e resumiu discussões e reflexões feitas na oficina nos dias anteriores a sua realização. O desfecho como 'cenário' visível de um lar, com a disposição dos móveis e de diversos objetos estranhos, dispostos sobre mesa, cama, cômoda e sofá, pôde retratar o que se passa em um 'Nem tão doce lar'.
Parabéns à FLD pelo trabalho!
Pastor Jadecir Rodrigues Coelho, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), Porto Velho
Falar da experiência pessoal e institucional que o projeto Nem tão doce lar nos proporcionou é algo desafiante, uma vez que corremos o risco de não traduzir em palavras os benefícios do curso de formação e a oficina itinerante da casa cenário. As oficinas foram uma oportunidade de aperfeiçoar a rede local de enfrentamento à violência contra a mulher e proteção à vítima e nortearam o planejamento de ações em continuidade a essa intervenção.
Servidoras e servidores públicos de distritos ribeirinhos e mais longínquos da sede da Comarca saíram qualificados a serem protagonistas do trabalho de constituição das redes distritais para enfrentamento e superação da violência familiar.
A exposição, por sua vez, abriu portas para uma importante intervenção. Alunas e alunos da rede pública de ensino, inclusive de escolas rurais bem distantes, residentes de Medicina, representantes do Governo, do Legislativo, da sociedade civil organizada e da comunidade religiosa foram sensibilizados sobre a necessidade de políticas públicas de intervenção e de envolvimento social, comunitário e religioso para superar esse problema tão grave para a convivência familiar e social.
A parceria que a FLD estabeleceu com o Ministério Público foi uma grande contribuição de intervenção para a rede local de atenção. O MP de Rondônia e a rede têm grandes expectativas para parcerias futuras.
Dra. Tania Garcia Santiago, promotora de Justiça da Promotoria de Violência contra a Mulher, Porto Velho
Ainda não conhecia o projeto Nem tão doce lar” e fiquei muito interessada quando soube da mostra, que havia ocorrido em Ariquemes em 2018, já em parceria com o Ministério Público do Estado de Rondônia. Foram tantos elogios que ao saber da possibilidade de retorno do evento ao Estado de Rondônia, imediatamente nos mobilizamos para que Ji-Paraná também pudesse ser incluída.
E o resultado foi muito melhor do que esperávamos. O cuidado e a eficiência da capacitação oferecida para os integrantes da rede de proteção, mostrando a importância da atuação de cada um, seguindo com a sensibilização da sociedade que é feita por meio da exposição foi realmente incrível. Gratidão a todas e todos integrantes da FLD pelo projeto e engajamento em prol da nossa sociedade.
Dra. Eiko Danieli Vieira Araki, promotora de Justiça da Violência Doméstica, Ji-Paraná