Cultura de Convivência



ID: 3192

Liturgia para o Dia de Luta contra a Violência à Mulher

25/11/2012

Liturgia para o Dia de Luta contra a Violência à Mulher
25 de novembro


A cor litúrgica para o Domingo de Cristo Rei é o branco ou o dourado, mas, levando em conta o motivo desta celebração, sugerimos que, junto da cor branca ou dourada dos paramentos, usemos uma faixa ou tecido roxo.


Liturgia de abertura

Prelúdio

Acolhida

“Elevo os olhos para os montes e pergunto: “De onde virá o meu socorro?” (Salmo 121.1)
Deus de amor, escuta minha oração. Venho a ti, machucada e exausta, com raiva e triste. Acolhe-me em teus braços e enxuga minhas lágrimas. Ajuda-me a entender que essa loucura não foi obra minha. Caminha comigo pelo longo vale da escuridão. Fica comigo quando me sinto sozinha. Consola meu coração porque neste momento o dom da vida que me deste está além dos meus próprios sentimentos e inclusive do meu próprio conhecimento.
Mostra-me como aceitar o cuidado de quem me ama e ora por mim, sobretudo quando eu mesma não consigo encontrar palavras para orar. Derrama sobre mim o espírito de cura, carinhoso Deus, para que meu espírito respire de novo e então reviva e volte a sentir esperança e amor. Peço-te por isto e por tudo o que tu vês que necessito.

“O meu socorro vem de Deus, que fez o céus e a terra”. (Salmo 121.2) 

L Com essas palavras de uma oração de uma mulher que sofre violência, saúdo a vocês que aqui vieram para celebrar. O culto, hoje, é dedicado ao Dia Mundial de Combate à violência Contra às Mulheres. Estamos aqui, (nome dos/as celebrantes...), para celebrar com vocês.

Saudação 

L Reunimo-nos na presença de Deus, que ouve o clamor do seu povo; do Filho, Jesus Cristo, que sentiu na carne o peso da mão violenta; e do Espírito Santo, Espírito de Deus que consola, restaura e reconcilia. Amém.

Canto

Confissão de pecados

L Colocamo-nos diante de Deus para lhe confessar os nossos pecados e lhe pedir perdão. As pessoas que puderem, por favor, que se coloquem de pé. Oremos:

Deus de misericórdia, tu nos ensinas, através de teu Filho, a levarmos a cargas umas das outras, uns dos outros. Confessamos, Deus, que somos indiferentes ou fingimos não ouvir o grito de dor, o pedido de socorro das mulheres vítimas de violência. Enquanto indivíduos, perpetuamos a crença de que “em briga de marido e mulher, não se mete a colher”, e preferimos ignorar o que se passa na casa ao lado. Enquanto sociedade, não pressionamos as autoridades competentes para que providenciem casas de abrigo, delegacias de mulheres, conselhos de mulheres e políticas públicas para mulheres vítimas de violência.
Enquanto igreja, nos negamos a falar sobre o assunto, fingindo que não há, entre nós, mulheres que sofrem violência e não nos envolvemos, não proporcionamos espaço de acolhida, espaço seguro, espaço onde mulheres e suas crianças possam encontrar abrigo e possam falar sem serem julgadas e condenadas. Ó Deus, perdão por nosso comodismo e nossa omissão. Por isso, clamamos:

C Perdão, Senhor, perdão. (2x)

Anúncio da graça

L Deus nos ouve, recebe a nossa súplica e nos perdoa, pois, Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Amém.

Kyrie

L Como pessoas perdoadas, libertas de nós mesmas, olhamos para este mundo e nos dirigimos a Deus trazendo as dores de quem sofre com a violência doméstica.
Trazemos as dores de (número) mulheres que, neste ano, foram vítimas de violência em nosso município, das quais (...) foram assassinadas. Trazemos diante de Deus, a dor da família, que perdeu essa mãe, essa filha, essa irmã...

(silêncio)

Trazemos diante de Deus a dor das mulheres que sofrem violência, mas permanecem caladas.

(silêncio)

Ó Deus, a ti entregamos as mulheres vítimas da violência, assim como de familiares que sofrem com elas:

C Pelas dores deste mundo, ó Senhor, imploramos piedade

Oração

L Deus de bondade e misericórdia, graças te damos por podermos falar contigo sobre a dor e sofrimento de milhares de mulheres, vítimas de violência. Graças te damos por seres Deus que ama a todas as pessoas, independente de raça, cor, nacionalidade ou sexo, e por sofreres com o nosso sofrimento e te entristeceres com a nossa injustiça e incapacidade de respeitar e amar as tuas criaturas. Graças por teu Espírito Santo, que habita em nós e que tem o poder de nos transformar. Te pedimos: Abre nossas mentes e corações para receber a tua Palavra, neste culto, e prepara-nos para ir até a mesa da Ceia, onde o teu Filho nos espera. Por Jesus, que contigo e o Espírito Santo, vive e reina hoje e sempre. Amém.

Liturgia da palavra


Leituras bíblicas

Primeira leitura

L A violência contra mulheres infelizmente não é algo novo. Hoje vamos ouvir um texto do Antigo Testamento que conta esta triste realidade. 
L Leitura de Juízes 19.1-4, 9-10, 14-16, 20-30.
Evangelho
L Aclamemos o Evangelho, cantando Aleluia
C (canta) Aleluia
L O santo evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo, conforme Lucas 13.10-17 (ao final da leitura, L diz:)
L Palavra do Senhor
C Demos graças a Deus


Pregação

(Basear-se nos dois textos lidos acima)
- O enfoque da pregação deve ser de ânimo e esperança. Histórias como as de Juízes 19 continuam acontecendo em nossa sociedade, mas não podemos desanimar. É preciso apontar para as muitas conquistas já alcançadas, como a Lei Maria da Penha e outras.
- É bom lembrar também que há muita violência que não deixa hematomas, como a violência psicológica e emocional, mas pode deixar sérias marcas na saúde física e mental. Há muitas mulheres encurvadas pela dor, pela humilhação, pelo desprezo, e também essas merecem uma palavra de ânimo. Jesus Cristo, o rei que serve, nos acompanha no sofrimento e nos dá coragem para lutar contra ele.
- Como um gesto simbólico e como imagem para a prédica, poderiam ser acesas 3 velas: uma em memória de todas as mulheres mortas pela violência de gênero, a segunda por todas as que vivem em situação de violência e a terceira por todas aquelas mulheres que virão depois de nós, para que não sejam acometidas pela violência contra o seu ser.


Hino (com recolhimento das ofertas)


Recolhimento das ofertas


Oração geral


L Deus de amor,

Te agradecemos pela vida e por sinais de esperança ao nosso redor.

Oramos por todas as pessoas que lutam com muita coragem para acabar com a violência contra as mulheres. Oramos por todas as pessoas que neste dia 25 de novembro estarão nas ruas, praças e igrejas, protestando e relembrando aquelas que já não estão mais entre nós.

Oramos pelos homens que não sabem como demonstrar afeto e carinho, oramos por aqueles que escolheram a violência pra conquistar poder. Oramos também por todos aqueles que combatem a violência contra a mulher e que se deixam transformar pelo amor e pela graça de Deus.

Oramos por todas as instituições e abrigos que acolhem vítimas e sobreviventes da violência, oramos pelas autoridades que assumem seu papel em defesa da justiça de todas as pessoas.

Oramos pela tua Igreja no mundo, pela IECLB, e por esta comunidade, para que seja proclamadora da vida boa oferecida por Jesus a todas as pessoas, para que seja ativa na denúncia de todos os tipos de violência e para que seja um lugar seguro para todas as pessoas que precisam de ajuda.
Oramos por todas as pessoas doentes, especialmente por... , oramos pelas famílias enlutadas ...; oramos pelas pessoas deprimidas e esquecidas pela sociedade. 

Oramos também por todas e todos nós, para que tenhamos coragem e ousadia para sermos auxiliares de Deus na transformação do mundo.
Deus de amor, tu também conheces tudo que guardamos no silêncio do nosso coração e estas dores e preocupações nós te entregamos, em nome de Jesus Cristo, Amém.

Liturgia da Ceia

Preparação da mesa

(Junto com os elementos da ceia e das ofertas recolhidas, também se leva, para o altar, um galho seco com espinhos). 
L Os elementos da Ceia, as ofertas recolhidas são, agora, trazidos à mesa, juntamente com um galho seco, com espinhos. Com o galho seco e os espinhos representamos as dores das mulheres que sofrem violência e, trazendo-as para a mesa da Ceia, expressamos assim a entrega dessas dores ao Deus de coração misericordioso. Cantemos:

Canto

Oração do ofertório

L Deus de ternura! Nós te damos graças por esta mesa e por tudo que aqui vamos receber. Tu nos acolhes assim como somos, assim como estamos. Trazemos nossas dores, nossas angústias, nosso grito sufocado, nosso medo, nosso corpo machucado, nossa culpa reprimida. E pedimos-te: recebe-nos e cura-nos, consola-nos e alivia a nossa dor, liberta-nos da culpa e do medo. Por isso, juntos e juntas dizemos: ajuda-nos, liberta-nos e cura-nos. Amém!
Canta: /:Nada te turbe, nada te espante, quem Deus conhece, nada lhe falta:/

Oração eucarística

L Oremos a oração de mesa da Ceia do Senhor:

L Nós te damos graças, ó Deus, por te compadeceres das pessoas que sofrem. Certamente, ouviste o grito sufocado da concubina de Siquém e te iraste contra a violência causada a ela. Por isso, e por tantas outras situações semelhantes, frutos do pecado humano, assumiste em Cristo a solidariedade incondicional com as pessoas que carregam a sua cruz. 

Graças damos a Jesus, teu Filho, que acolheu e curou a mulher encurvada e com isso se mostrou sensível a toda forma de dor e sofrimento. Graças damos a Jesus, por sua presença solidária entre nós nesta mesa. Ele conhece profundamente cada um dos nossos sofrimentos, pois Ele mesmo experimentou o terror da violência. Estamos aqui, ó Deus, para receber força, consolo e nova vida do próprio Jesus. Foi Ele que ordenou que nos reuníssemos à mesa, em sua memória: Pois, na noite em que foi traído, Jesus tomou o pão e, tendo dado graças o partiu e o deu aos seus discípulos, dizendo: tomai e comei, isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em memória de mim. A seguir, depois de cear, tomou também o cálice, rendeu graças e o deu aos seus discípulos, dizendo: bebei dele todos, porque este cálice é a nova aliança no meu sangue, derramado em favor de vós, para a remissão dos pecados. Fazei isto todas as vezes que o beberdes em memória de mim.

Ó Deus, hoje celebramos o Dia de Luta contra a violência à mulher. Por isso, pedimos: lembra-te de todas as mulheres que morreram por causa da violência (lembra-te de ...) . Reúne-nos com elas na festa do teu Reino, onde a violência estará superada para todo o sempre e em seu lugar haverá paz, compreensão, igualdade, respeito, dignidade. A esperança pelo teu Reino ilumina a nossa história de modo que nos empenhemos aqui e agora por sinais de uma convivência com mais gentileza, carinho, ternura e não violência. 

Pedimos-te: Envia-nos o teu Santo Espírito e faça com que sejamos um só corpo, uma comunidade que se importa e se compromete umas com as outras, uns com os outros. Por Cristo, com Cristo, em Cristo. Amém!

L (dirigindo-se para a comunidade) Se assim cremos, que somos um só corpo cujos membros se importam e se comprometem umas com as outras, uns com os outros, oremos de mãos dadas a oração do Senhor:

C Pai-nosso...

Fração

L O cálice pelo qual demos graças é o sangue de Cristo;
O pão que partimos é o corpo de Cristo;
C (canta) Nós embora muito, somos um só corpo

Comunhão

L Se você sofre ou sofreu violência ou se você sofre porque nossas irmãs são vítimas da violência, vêm, pois tudo está preparado... É Cristo quem nos convida.

Distribuição

C (canta) Ó Jesus Cordeiro, tiras o pecado e a dor, tem piedade...

Pós comunhão

C (canta) Graças, Senhor, graças Senhor, por sua bondade, seu poder, seu amor. Graças, Senhor!

Liturgia de despedida

Bênção 

L Que o Deus de toda compaixão te acompanhe e te fortaleça na busca por paz sem violência, te dê coragem para não calares a voz diante da violência. Que este Deus te abençõe, te envolva com seu abraço terno e te dê a paz. Amém.

Envio

L Vão agora e sirvam a Deus sem medo, sem culpa e sem violência!
C Demos graças a Deus.
 


AÇÃO CONJUNTA
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fe pecc

Eu também sou parte e membro dessa congregação, coparticipante e codesfrutante de todos os bens que possui. Pelo Espírito, a ela fui levado e incorporado, pelo fato de haver ouvido e ainda ouvir a Palavra de Deus, que é o princípio para nela se entrar.
Martim Lutero
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Assim diz o Senhor: Buscai-me e vivei.
Amós 5.4
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