Uma voz dividida da Igreja não pode oferecer um testemunho digno de crédito em um mundo falido e violento, e não pode se colocar contras as forças desagregadoras da globalização, advertiu hoje a 9a Assembléia do Conselho Mundial de Igrejas (CMI).
O Patriarca Aram I, moderador do comitê central do CMI, recomenda às Igrejas para aprenderem a falar com uma voz e redescobrirem a vocação profética da Igreja em seu comunicado no encontro mundial realizado em Porto Alegre, Brasil, de 14 a 23 de fevereiro de 2006.
Somente uma igreja liberada da escravidão auto-imposta, uma igreja em diálogo criativo com seu ambiente, uma igreja que enfrente os problemas de seu tempo com coragem, pode se tornar uma fonte viva do poder, transformação e graça curativa de Deus, exortou o orador.
As mudanças radicais contemporâneas na Igreja e na sociedade em todo o mundo exigem uma abordagem nova dos corpos ecumênicos tradicionais, incluindo o CMI, argumentou Aram I.
Após um período de agitação, entramos em um novo período de história ecumênica. O Conselho deve passar por uma mudança profunda em sua forma de pensar e agir, e de organizar e renovar o seu trabalho, disse Aram.
A globalização torna as relações cristãs com outras comunidades de fé uma preocupação de importância existencial, disse ele. No diálogo inter-religioso, não podemos abrir mão de nossas reivindicações da verdade. Contudo, a afirmação de nossa fé em Cristo não deve impedir o diálogo e a cooperação com outras religiões.
O moderador do CMI advertiu a respeito de sinais de polarização no movimento ecumênico, que foram acompanhados por uma desintegração contínua em muitas instituições inter-igrejas. O crescimento de novas organizações, e o desenvolvimento de diálogos teológicos bilaterais, deve ser complementado por tentativas renovadas de garantir a unidade, totalidade e integridade do movimento ecumênico, disse ele.
Clamando por aggiornamento, ou renovação e transformação do ecumenismo, Aram rogou aos jovens para que sejam os pioneiros da nova ordem ecumênica, fiéis ao imperativo do Evangelho e reformulando a visão da unidade Cristã no começo do novo século.