Certo jovem de família humilde recebeu o chamado ao pastorado. Com muito custo, apoiado pela comunidade de origem e amigos conseguiu manter seus estudos e a pensão. Nos fins de semana, ajudava nas comunidades vizinhas, trabalhando com crianças e jovens. Nos feriados limpava pátios. Nas férias, ajudava na colheita de frutas. Financeiramente, aos trancos e barrancos, conseguia se manter semestre após semestre. Todavia, nos estudos sempre de novo surpreendia, aperfeiçoando-se na justa medida. Atento às aulas e com muitas leituras, corrigiu deficiência na língua nativa. Traduzia com perfeição as línguas originais da Bíblia. Era um aluno exemplar. Também, destacou-se dos demais no período de estágio. Mas, nada disso lhe subia à cabeça. Vivia de maneira honesta e humildade. Nos exames finais, tirou boas notas. Mas, sentia um certo receio da conversa que teria com o superior da igreja, que estava encarregado das designações. Todos sabiam que era um sujeito exigente. Era costume que os formandos entrassem no diálogo assustados e saíssem apavorados. Então, chegou o dia. O supervisor mostrou-se muito cordial, colocando diante do jovem apenas uma folha com três opções. Eram pequenas comunidades próximas à casa dos seus pais. Então, desafiou: Escolha o lugar onde deseja servir ao Senhor! A princípio o jovem pensou ser uma “pegadinha”. Porém, obedeceu. Ao despedir-se, tomou coragem e perguntou: Só isso? Nenhuma pergunta teológica? O experiente líder apenas disse: Perguntar o quê? Desde que você ingressou nos estudos, eu acompanho a sua trajetória. Você tem vocação e só se aperfeiçoou. Eu sei que teus pais são idosos e dependem de ti, por isso você precisa ficar perto deles. Que Deus te abençoe na missão! Caso tenha necessidade, conte com meu apoio. // Alguns anos atrás assisti uma palestra. Certo professor disse que vivemos na era do cinema, onde toda confusão se cria e se resolve em 2 horas, que é o tempo da película. Mas, na vida é diferente. Precisamos construir dia a dia, ano a ano. Muitos sequer alcançam os alvos propostos durante sua vida. Apenas deixam sementes às gerações que seguem. Contudo, a direção pessoal deve estar clara e posta sempre em oração diante do Senhor. O maduro apóstolo Paulo escreveu para o ingressante Timóteo: “Ninguém despreze a tua mocidade. Antes, procure ser padrão de conduta na palavra, no procedimento, no amor, na fé e na pureza” (1ª Timóteo 4.12).
Do Frei Luiz Carlos Susin, “Senhor! Se Tu Me Chamas”...