Na minha infância sempre fui um menino curioso. No Ensino Fundamental, para trabalho escolar, criei um caleidoscópio (aparelho óptico formado por um pequeno tubo de cartão ou de metal com pequenos fragmentos de vidro colorido, que, através do reflexo da luz exterior em pequenos espelhos inclinados, apresentam, a cada movimento, combinações variadas e agradáveis de efeito visual. O nome caleidoscópio deriva das palavras gregas: καλός (kalos), belo, bonito + είδος (eidos), imagem, figura + σκοπέω (scopeο), olhar (para), observar). O primeiro foi por obrigação. Os seguintes, por diversão. Tal objeto me veio à memória como uma lição aos tempos atuais de “concorrência” religiosa. Já ouvi as seguintes afirmações: Nós somos a “verdadeira” igreja! Ou, nós somos a igreja “certa”. As pessoas, por vezes, não falam abertamente sobre a primazia de suas denominações, mas agem como se fossem... Outros, descaradamente, pregam e agem segundo sua “própria” verdade, colocando os outros no “inferno”. Fato é que serão salvos aqueles que creem em Jesus... Aqueles que procuram viver como seus discípulos... Se adotam o sábado, ou domingo, ou outro dia para descanso, não importa. Se batizam crianças ou adultos, na pia, na piscina ou no rio, são critérios do sua própria doutrina denominacional. Se pregam ou não o dízimo... Se curam, expelem demônios, falam em línguas... Diferenças há e são muitas. Eu tenho a minha confissão. Eu, como seguidor de uma denominação, preciso conhecer a Bíblia, preciso saber quais são os princípios da minha fé, preciso vivê-los e até defendê-los, se necessário. Mas, jamais devo julgar os outros pelos meus critérios. O julgamento cabe somente a Deus. Então, porque devo assumir a função e responsabilidade de Deus? Seria muita audácia, sendo que uma das principais virtudes cristãs é a “humildade”. E, a principal: o AMOR! Volto ao caleidoscópio... Cada vez que ele é chacoalhado forma-se uma configuração diferente. Todas igualmente interessantes e belas. Assim é a Igreja de Jesus Cristo... Em cada época, em cada país, em cada denominação há uma figura diferente. Todas importantes e belas. Porque, então, dizer: Tal é a certa! Ou, tal é a melhor! De fato, deveria dizer: Eu considero “tal” certa e melhor. Mas, e a opinião do outro? Por isso, ouça, responda, respeite e, acima de tudo, AME! Dê graças a Deus pela beleza e significado da sua fé e, também, pela fé do outro, daquele que é diferente.