Em cantoria, Roberta Miranda expressou “meus pensamentos tomam formas, eu viajo”. Contos e fábulas fizeram e fazem as mentes, tanto das crianças, quanto dos adultos viajarem século após século refletindo sobre a vida e seus desafios. Ontem recordei uma fábula de Monteiro Lobato (1882-1948), cujo título é “o Cavalo e o Burro”, onde um sempre tirava o corpo fora em vista da dor do outro, até que precisou enfrentar o tormento por conta própria. Houve diversas reações à reflexão. Uma menina acrescentou ao tema uma palavra do alemão Bertholt Brecht (1898-1956) intitulado “É Preciso Agir”, onde o poeta presencia uma série de exclusões não se importando com a situação até que ele também foi excluído. Então, reclamou de que ninguém se apercebia de sua sofrida situação. Assim, os fardos do jumento passaram às costas do cavalo. Jamais podemos esquecer que, antes de tudo, nosso coração precisa ser colocado em Deus, pois “maldito é o homem que confia no homem, afastando-se do Senhor” (Jeremias 17.5). De fato, o “afastar-se ou aproximar-se do Senhor” está relacionado ao desdobramento do mandamento de Jesus ao dizer que precisamos amar ao outro como nos amamos. Então, não quero ser e não vou excluir o outro. Não quero ser e não vou ferir o outro. O tão perceptível ódio e desprezo pelo outro que vem sendo semeado nos últimos tempos, com certeza, não faz parte do projeto de Deus, o qual sempre foi e será regado pelo respeito, entendimento e principalmente AMOR.
De Rodolfo Gaede Neto, “Canção do Cuidado”.