Quem sou eu? O que Jesus fez e faz por mim? Estamos no mês da Reforma. Martinho Lutero insistia para que ficasse bem clara a colocação da LEI e do EVANGELHO. Por exemplo, em culto, tanto as leituras, quantos os cantos e o sermão deveriam nos levar a compreender a nossa condição de pecadores e assim nos atirarmos nos braços do Salvador. Os discípulos mui lentamente tomavam consciência de quem era Jesus e o que ele representava na vida deles. Assim diz o Evangelho: “Enquanto atravessavam a Galileia, Jesus não queria que ninguém soubesse onde eles estavam, pois estava ensinando os discípulos. Ele lhes dizia: O Filho do homem está para ser entregue nas mãos dos homens, que o matarão. Mas, três dias depois ele irá ressuscitar. Todavia, os discípulos não entendiam bem o que ele queria dizer e ainda tinham receio de lhe perguntar a esse respeito” (Marcos 9.30-32).
A vida é uma caminhada com paradas, retrocessos e avanços. Às vezes, precisamos caminhar mais rápidos, noutras somos mais lentos. Às vezes, parece que as situações se repetem de tempos em tempos. Todavia, aos olhos do Senhor, todo momento é novo. Por isso, o desafio constante do salmista: “Cantai ao Senhor um cântico novo” (Salmo 96.1). Jesus passou por momentos de glória e sucesso, quando aclamado como mestre e benfeitor do povo. Contudo, enfrentou a agressão, a negação, a difamação e a vergonha da cruz. O que lhe importava era a clara proclamação do Reino de Deus, jamais a sua promoção pessoal. Por isso, sempre de novo, a discrição e foco no principal: “Buscai o Reino de Deus. Tudo o mais será acrescentado” (Mateus 6.33). Hoje sabemos que o centro da Bíblia não está na lei (Moisés) e nos profetas (Elias), antes em Jesus, Deus encarnado, a quem devemos dedicar a nossa máxima atenção. Ele é glorioso pela ressurreição e vitória sobre a morte. Mas, ele é também humilde, que se entrega em amor pela gente. Tal enfoque do Evangelho é contra a razão humana que busca somente a autopromoção.
De maneira alguma, os fariseus queriam perder a liderança. Com ódio, fincaram Cristo na cruz. O povo em festa que gritou “hosanas”, logo em seguida pede a sua crucificação. A inconstância é algo comum ao nosso coração que, num momento, clama pela compaixão divina, mas também gosta de ver um “fuzuê” e sangue. Basta reparar no afluxo de gente quando se dá um acidente ou crime. Contudo, em relação à proposta de Cristo pelo sacrifício e pela cruz, os discípulos se intimidaram, não querendo mais “tocar” no assunto. Eis o caminho da salvação. A verdade vence a mentira. O amor vence o ódio. A vida vence a morte. Mas, tudo passa pela cruz. Como os seguidores de outrora, somos desafiados à confiança exclusiva em Jesus.
Martinho Lutero nos deixou a seguinte Prece de Confissão: “Senhor! Destrói o nosso medo da morte, lembrando-nos que tu já morreste e nunca mais morrerás. Hoje, com a promessa da ressurreição, abre o nosso coração amedrontado. Também, mais adiante, com o poder da ressurreição, abre os nossos olhos fechados”. Que Deus nos ilumine. Amém!
RUDE CRUZ (The Old Rugged Cross) nasceu em 1913, enquanto o reverendo norte-americano George Bennard atuava no Exército da Salvação, na cidade de Albion / Michigan. Ele compôs a melodia e depois a letra em resposta às suas crises pessoais. Quando estava passando por uma dura provação, ele começou a refletir seriamente sobre o significado da cruz que Cristo carregou em nosso lugar. Em versão dos Arautos do Rei...