Prédicas e Meditações



ID: 2931

Quem é que vamos seguir?

Prédica

26/08/2018

João 6.56-69

Prezada Comunidade:

Alimentação saudável, saúde, exercícios para o corpo e para a alma podem prolongar a nossa vida. De acordo com o IBGE, a esperança de vida para os homens mineiros é de 74,1 e para as mulheres é de 79,9. Poderia ser melhor, se não fosse por culpa do irresistível torresminho e do feijão tropeiro. Os alimentos que comemos todos os dias nos mantem vivos por muitos anos. Os cuidados com a saúde e os exercícios são importantes e podem alongar os dias de nossa vida, mas chegará um dia em que nada disso poderá nos livrar da morte.

Desta forma, assim como os nossos corpos precisam do alimento para se manterem vivos, assim os que cremos em Deus precisamos do Espirito Santo para manter viva a nossa fé. O Espírito Santo é dado toda vez que nos reunimos para ouvir a Palavra de Deus e compartilhar o corpo e o sangue de Cristo.
No Antigo Testamento lemos o livro de Josué, que fala da conquista da terra de Canaã. Josué viveu por volta do ano 1.400 a.C e era o sucessor Moisés. Deus havia prometido a Moisés que daria uma terra ao povo de Israel – uma terra de leite e de mel. No entanto, a conquista de Canaã não aconteceu da noite para o dia, nem terminou durante o período de Josué. O livro de Josué cobre apenas sete anos de uma luta que durará até o reinado de Davi, cerca de 400 anos depois. No entanto o relato de Josué antecipa o sucesso e mostra ao povo a receita para andar no caminho da vitória: Confie no Senhor, pois ele sempre cumpre as suas promessas.

No capítulo 24 Josué já está velho e nesse capitulo está o discurso de despedida de Josué. Ele admoesta o seu povo como se quisesse dizer: “Temo que vocês provoquem a ira de Deus novamente. Se for assim, Deus punirá vocês. Se o provocarem ou o deixarem, Deus ficará irado. Por isso, nunca abandonem a Deus.”

Josué não foi escolhido como líder e sucessor de Moisés porque ele era um brilhante estrategista ou por ser um líder carismático. Josué foi escolhido porque ele acreditava no livro da Lei, que é a Palavra de Deus. Deus precisa de pessoas que confiem nele, que sejam perseverantes nas adversidades. Pessoas que nos momentos de adversidade digam como Josué: Eu e a minha casa serviremos ao Senhor. (Josué 24.15)

No Evangelho de João, nós ouvimos que Jesus está reunido com um grupo de judeus na sinagoga de Cafarnaum. As sinagogas eram construções onde os judeus se reuniam para ler as Escrituras, estudar e orar. Geralmente cada grupo de 10 famílias construía uma sinagoga. As primeiras comunidades cristãs foram sinagogas de judeus que creram que Jesus era o Messias prometido.

Ali na sinagoga de Cafarnaum, Jesus confronta os judeus e os seus discípulos com a sua verdadeira identidade e a necessidade de ter fé nele. Jesus diz que ele é o pão da vida enviado por Deus, que desceu do céu. Quem se alimentar dos seus ensinamentos (de sua carne) nunca mais terá fome. Quem se alimentar dos ensinamentos de Jesus, essa pessoa não morrerá eternamente, mas terá a vida eterna.
No entanto, vejam que coisa mais estranha. Justamente quando Jesus se revela, quando ele se mostra presente, surgem também as adversidades. A confusão foi tão grande ali na sinagoga de Cafarnaum que a maioria das pessoas que ouviram a Jesus o abandonaram. Eles consideram as palavras de Jesus ofensivas.

Comer a sua carne e beber o seu sangue, isso era algo muito problemático para os judeus que tinham muitas restrições em relação a dieta de carne e que, além disso, a carne de um animal somente podia ser comida se não tivesse mais sangue nenhum nela. E Jesus fala em comer sua carne e beber seu sangue. Além disso, Jesus se colocou acima de Moisés ao dizer que o maná do deserto não resolveu o problema da fome dos israelitas, mas se alguém comer o pão da vida, nunca mais terá fome. Jesus se revelou como o Messias, o enviado de Deus, que foi anunciado pelos profetas no Antigo Testamento. Jesus diz claramente que ele veio como enviado por Deus e que em Jesus se cumprem as suas antigas promessas.

No entanto, ao ouvir isso de Jesus, todas as pessoas ali na sinagoga de Cafarnaum o abandonaram. Até os seus próprios discípulos se escandalizaram. Alguns até disseram: “Assim não vai dar para continuar com esse Jesus. Ele fala muito duro, ele é muito radical. O que ele fala está espantando as pessoas ao invés de unir. Assim não vai dar!”

Vocês conseguem imaginar a cena? As pessoas saindo da sinagoga, todas elas, resmungando contra Jesus. A sinagoga fica vazia. A debandada foi geral. Alguns dos discípulos de Jesus também tomaram o partido dos opositores e também eles estão prontos para abandonar a Jesus. Mesmo assim Jesus não facilita. Ele diz: Vocês também querem ir embora? Podem ir. Pois ninguém pode vir a mim se não tiver sido enviado pelo Pai.

Nas igrejas calvinistas essa frase de Jesus tem sido a base da doutrina da predestinação. Ou seja, ninguém “escolhe” crer em Cristo; a iniciativa é totalmente de Deus. É Deus quem leva algumas pessoas crerem nele e outras não. Aquelas pessoas que foram escolhidas por Deus permanecerão unidas pela fé em Cristo e essas serão ressuscitadas no último dia para desfrutar da eterna comunhão com o Pai.

As palavras de Jesus são ainda mais duras. Ele diz: Que pena que haja descrentes entre vós. Mas eu sei que nem todos vocês foram enviados por Deus. Um de vocês está aqui foi enviado pelo espírito do diábolus, o espírito maligno, que promove a dúvida, a fofoca, a insegurança, a descrença e a confusão.
Nesse clima tenso de decepção, de bate-boca, de acusações, Jesus pergunta aos seus discípulos: Vocês também querem ir embora?

Depois de um momento de silêncio, Simão Pedro toma a palavra. Justamente ele que também já havia demonstrado que não entendia tudo o que Jesus dizia. E nesse momento crucial para Jesus, Simão Pedro faz uma profunda declaração, uma profunda confissão de fé: Quem é que nós vamos seguir? O senhor tem as palavras que dão vida eterna! E nós cremos e sabemos que o senhor é o Santo que Deus enviou. (v. 68-69).

Essa confissão de fé de Simão Pedro trouxe união e reafirmou a confiança em Jesus. É isso que o Evangelho nos quer dizer: Nos momentos críticos, nos momentos de descontentamento, de fofocas, de fake News, nos momentos em que o espírito maligno está presente na nossa vida e até na igreja, o que devemos fazer? Abandonar tudo ou reafirmar nossa confiança na proposta de Jesus? Destruir a comunidade/igreja semeando ainda mais conflitos ou decidir-se pela comunhão com Deus? Condenar e abandonar a proposta radical de Jesus ou pedir a Deus que nos ajude a compreender as palavras e o chamado de Jesus?

Quem é que vamos seguir?

Josué respondeu: Eu e minha casa serviremos ao Senhor.
Simão Pedro respondeu: O senhor tem as palavras que dão vida e nós cremos e sabemos que o senhor foi enviado por Deus.

Supliquemos que Deus fortaleça nossa fé em Cristo, para que em nossa Comunidade, na nossa IECLB não nos deixemos levar pelo espírito do diabolus que promove as dúvidas, a insegurança, as fofocas, as fake News, a descrença e a confusão. Roguemos a Deus para que Ele nos livre do mal, que condena antes de tentar compreender. Também hoje muitas pessoas não conseguimos compreender a Palavra de Deus e os desafios que Jesus nos coloca diante da nossa realidade. O avanço da ciência prolongou a nossa vida. Vivemos mais em anos. No entanto, viver mais também significa viver mais conflitos. Para que esses anos a mais sejam de boa qualidade, precisamos pedir que Deus nos dê a sabedoria e nos ajude a viver a nossa vida conforme a sua vontade. Que o nosso coração se decida sempre pelo caminho de Jesus Cristo, pois somente ele tem as palavras que dão vida. Amém.
 


Autor(a): Nilton Giese
Âmbito: IECLB / Sinodo: Sudeste / Paróquia: Belo Horizonte (MG)
Área: Confessionalidade / Nível: Confessionalidade - Prédicas e Meditações
Área: Comunicação / Nível: Comunicação - Programas de Rádio
Testamento: Novo / Livro: João / Capitulo: 6 / Versículo Inicial: 56 / Versículo Final: 69
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Prédica
ID: 48493
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