Qual será a minha herança para ti? Jesus nos desafia a ajuntar tesouros no céu (Mateus 6.19-21). De fato, o que eu levo (e me leva) daqui à eternidade é somente a minha fé no Salvador. Todavia, certo é que todos deixam um legado – seja bom ou ruim – que também é um tesouro que ajuntamos na jornada. Ontem cedo, descobri uma nota de óbito ocorrido no feriado da República, citando uma prima de Porto Alegre. Nosso último encontro ocorreu há quase 40 anos atrás. Na época, era estudante de Teologia. Leonice já estava exercendo o jornalismo. Esporadicamente, trocávamos algumas palavras. Mas, nada muito profundo. Li e reli a bela nota de falecimento publicada pelo Zero Hora, onde trabalhou por um tempo. Recordei e liguei fatos. Em especial, descobri uma pequena herança que recebi dela, pela qual sou imensamente grato. Na infância, a nossa amizade era mais forte. Eu tinha 10 anos. Ela, com seus 15. Eu passava parte do dia na casa dos seus pais Waldemar e Clara, onde ela me apresentou Benito de Paula e Martinho da Vila, pois era apaixonada por samba. Desde pequeno, sempre gostei do samba. Eis a minha herança. Descansa em paz, Leonice!
“Abraça-me” com Neguinho do Cavaco.