João era frentista num posto de combustível, que cursava o Ensino Médio à noite. Sua vida não era fácil. Ele estava constantemente apertado, tanto em tempo, quanto em dinheiro. Recentemente havia ingressado no grupo de jovens na igreja. Mas, devido ao trabalho, sempre chegava atrasado na reunião. Os colegas de escola e trabalho sabiam que João fazia parte de uma “igreja”. Vez por outra lhe chamavam de “santinho”. No final daquele ano, João decidiu ir junto com grupo ao retiro de Carnaval. Depois de muita conversa e muitas horas extras, o chefe liberou-o para participar integralmente. Contudo, preciso escutar o conselho do chefe: A religião jamais deve atrapalhar a vida profissional. João concordou dizendo: “Creio que a fé só irá somar”. Observando a liberação, os colegas chamaram-no de “puxa-saco”. Emendaram: Vai e traz uma Bíblia para a gente! Sem pensar muito disse: Pode deixar! Por dois meses teve que fazer horas extras para compensar a folga. Mas, valia a pena. O encontro prometia. Tanto ele, quanto o grupo, estavam animados. Certamente, Deus tinha preparado algo de muito especial para todos. De fato, o retiro foi muito bom. A palavra pesou forte na vida dos participantes. Muitas pessoas foram chacoalhadas, tomando a decisão de caminhar com Jesus. Quem já estava na caminhada deu um passo adiante, agora mais confiante. Também com o João. Ele amava a Jesus fazia algum tempo. Só que havia parado no crescimento. Não buscava a Deus com ardor. A partir do retiro, decidiu que queria não apenas crescer, como dar prova de sua fé. Aliás, isso o incomodava. Passou bom tempo pensando na situação, pois deixou escapar que levaria aos seus colegas uma Bíblia. Eu prometi. Como vou fazer? O problema é que estava sem dinheiro. Havia gasto as economias na inscrição. Não daria para comprar uma Bíblia fiado. Então, como vou chegar de volta ao posto? João orou pedindo a Deus uma luz. Mas, aparentemente não recebeu resposta alguma. Voltou para casa animado na fé. Quarta pela manhã, bem cedo, ainda na cama, orou: O que faço Senhor? Veio uma luzinha pela fresta da janela que iluminou a Bíblia sobre a escrivaninha. Não é bonita, nem nova, mas está aí... Vou levá-la. E, lá se foi o João. Chegou ao posto. Cumprimentou a turma. No balcão do cafezinho, deixou a Bíblia com o compromisso: Não vou retirá-la até conseguir comprar uma nova. É óbvio que vou precisar fazer minha meditação aqui mesmo no serviço. Todos se admiraram do João ter cumprido o prometido. Na hora do cafezinho, João foi ao balcão. Abriu a Bíblia. Olhou apenas um versículo, já sublinhado: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações”. Pôs o marcador e saiu, recitando o versículo baixinho. A Palavra ficou ocupando seu pensamento. Ide! Mas, para onde? Onde Deus quer que eu vá? Perguntou ao colega de bomba: O que é um discípulo? Voltou a refletir ao examinar o óleo de um veículo: Quais seriam todas essas nações? Remoeu o dia inteiro aquela frase. No dia seguinte, a mesma atitude: “Sê fiel até a morte, dar-te-ei a coroa da vida”. O que é ser fiel? Será que falta muito para a minha morte? O que vou fazer com uma coroa? Dia após dia foi cumprindo aquele ritual de reflexão. Volta e meia compartilhava algumas perguntas e respostas com os colegas. Assim foi levando sua vida. Todos estavam de olho no João. Certo dia, o Zé foi tomar um copo d’água. Viu a Bíblia. Pensou: O que será que o João está refletindo hoje? Abriu onde estava marcado. Viu o versículo sublinhado: “Não só de pão viverá o homem. Mas, de toda a Palavra que procede da boca de Deus”. Em certo momento, entre as abastecidas, João e Zé já conversavam sobre a Palavra do dia. Zé já estava fazendo sua devocional com o João. Alguns dias mais tarde o chefe brigou com sua esposa. Ao fim do expediente, não estava com muita vontade de voltar para casa. Todos foram embora. Estava só no escritório. Fixou seus olhos na Bíblia. Lembrou da falecida avó que dizia que a verdade estava na Bíblia. Onde estava marcado, leu: “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor”. Exclamou: Pôxa vida! Sua vida mudou naquele instante.
Uma história com muitos ensinamentos, por isso compartilho também algumas reflexões... 1º João conquistou sua ida ao retiro. Investiu tempo e dinheiro. Sua vida voltou transformada. A partir disso, foi usado como instrumento nas mãos de Deus para transformar outras pessoas. Olho para a minha própria adolescência. Desde cedo, sempre fui frequentador assíduo dos cultos e JE. Muitas decisões de fé foram tomadas em retiros. Com 13 anos, no retiro dos confirmando decidi que seria discípulo de Jesus. Em retiros posteriores, fui alavancando minha caminhada. Aos 16 anos, recebi o chamado ao pastorado, em retiro. “Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração”. 2º No início do livro de Atos diz que os discípulos vão “receber poder” para “testemunhar” até os “confins da terra”. É sempre assim: A transformação que Jesus faz em minha vida traz conseqüências às pessoas que vivem ao meu redor. Ser cristão não é chatear ou impor aos outros a minha fé. Ser cristão é compartilhar naturalmente aquilo de bom que Deus tem feito em minha vida. Foi assim com João com seus colegas de posto. Ele abriu-se. O Espírito Santo o usou para mudar a vida do Zé, do chefe... A fé é consequente. Você que mudar, melhorar o mundo à sua volta... Deixe Jesus mudar teu coração, dê espaço à Palavra na certeza de que o testemunho vem naturalmente. Por fim, ficam os seguintes desafios no DIA DA BÍBLIA! Reflita diariamente na Palavra de Deus. O Espírito transformará o teu coração, a tua vida. Com alegria, você compartilhará as suas descobertas. Assim outras vidas serão alcançadas. Amém!
Com base no Salmo 19, em 1988 surgiu “A Lei do Senhor”.
