Prédicas e Meditações



ID: 2931

Os talentos na Obra do Reino!

14/11/2020

 

Que a graça do nosso Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo esteja conosco. Amém! A párabola que Jesus nos conta compara o Reino de Deus a três empregados que recebem valores de seu patrão, cada qual conforme a sua capacidade. O primeiro recebeu 5 talentos, o segundo 3 e o último 1 talento. Os dois primeiros fizeram seus talentos circular e quando o patrão voltou tinham dobrado os valores recebidos. Já o terceiro, ficou com medo de perder o dinheiro e o enterrou. Zelou para que ninguém o roubasse. Quando o patrão voltou justificou sua decisão dizendo: “Eu sei que o senhor é um homem duro, que colhe onde não plantou e junta onde não semeou. Fiquei com medo e por isso escondi o seu dinheiro na terra. Veja! Aqui está o seu dinheiro”.
O patrão ficou irado e o chama de preguiçoso. E acrescentou que o empregado poderia ter deixado o dinheiro no banco. Se fosse hoje na bolsa de valores, ter investido em fundos de rendimento. O empregado foi demitido.

Se pensarmos a partir de nossos dias, esse empregado não compreendeu como funciona o sistema econômico. Deixar o dinheiro parado é risco de prejuízo. A lógica do nosso sistema é de que os excedentes voltem para fazer a economia girar. Para que haja invenstimentos e expanção dos negócios, e assim se ofereça mais produtos e serviços. Consequentemente se gere mais empregos. Mais pessoas empregadas, mais gente consumindo e os lucros aumentando. Fiquei intrigado: será que Jesus queria nos trazer uma lição de economia? Acho que esta parábola até poderia ser usada para refletir sobre economia, pois os talentos que Jesus fala é uma grande quantia de dinheiro. Todavia, a referência ao talento tem o intuito de fazer uma comparação. O talento é uma unidade de medida, assim como a tonelada e a arroba é nos dias de hoje. 1 talento equivale a 32,3 quilos de prata na época de Jesus. Ou a 6 mil moedas de denário. 1 denário valia um dia de trabalho. Portanto 1 talento é uma pequena fortuna. Fiz o exercício de calcular o valor nos dias de hoje. Considerando que cada denários é um dia de trabalho, tendo em mente o salário mínimo, 1 talento representa 250 meses de trabalho, 21 anos, ou seja 260 mil reais. O empregado que recebeu 5 talento recebeu 1 milhão e 300 mil reais. É uma fortuna. Com isso, podemos perceber que Jesus está comparando as atitudes dos empregados diante de um presente muito valioso. 1 talento não é pouco. É o dinheiro de uma vida toda!

Jesus nos indaga sobre o que estamos fazendo com os presentes que recebemos de Deus. O terceiro empregado problematiza isso. Ele tem conhecimento de quão valiosa é a Palavra e a bênção de Deus, mas não a vive plenamente. E aí vem o questionamento porque ele não pôs em prática os seus talentos? Porque não arriscou? Quais são os seus medos? Essa pergunta me fez recordar do tio Carlos. Era uma pessoa muito trabalhadora e que se esforçava muito para dar uma vida digna a sua família. Era um produtor de café. O café faz renda apenas uma vez por ano, na colheita. E aí o tio Carlos resolveu usar sua força de vontade e conhecimento de horta e plantar tomate. Queria vender tomates nas pequenas cidades da volta para ter mais uma fonte de renda ao longo dos meses.
Os filhos e as filhas o ajudaram. A lavoura ficou carregada de tomates, apesar de ser planta de difícil cultivo. As coisas estavam indo bem, até que o tio Carlos percebeu que não teria saída para todo o tomate. Não havia mais quem comprasse. As caixas começaram a se amontoar. Sem poder vender, tio Carlos distribuiu os tomates com os vizinhos e deu para algumas famílias humildes da cidadezinha. Ficou um pouco chateado, mas segui em frente.

No outro ano, tio Carlos comprou uma fabriqueta de chinelos e sandálias. Na época não tinha tanta mercadoria chinesa. Imaginou poder vender nas lojinhas das cidadezinas. Não conseguiu saída pra seus chinelos. Igualmente doou sua mercadoria às famílias humildes. A criançada ficou feliz com os calçados novos para ir à escola. O que não era comum naquele tempo. Tio Carlos ficou frustrado. Foi conversar com a pastora da comunidade e relatou suas experiências. Ela ouviu atentamente a suas palavras que revelavam abatimento, por não estar tendo sucesso em suas empreitadas. Ouviu da pastora o seguinte: Que grande tesouro você encontrou seu Carlos! Como assim? Tenho colecionado fracassos! A pastora completou: Teus talentos e esforço têm se multiplicado na humildade e no amor próximo. Isso é muito valioso.

Ao comparar o Reino de Deus com o presente de talentos a cada pessoa, Jesus está nos convidando a pensar no que temos feito com os talentos que Deus nos dá de presente. Deus nos presenteia com talentos valiosos. Esses talentos são dados a cada um de nós, a cada um de vocês. Através do batismo Deus nos reveste com o maior de todos o presentes, nos torna seus filhos amados. Faz de cada pessoa batizada possuidora de uma fortuna. É importante dizer que estes talentos não são habilidades, dons como a de ser de agricultor, marceneiro, cozinheira, artesã... Os talentos que recebemos é o acesso à Palavra de Deus. O imenso presente da fé, que nos é dada por meio da graça. Os talentos também são a misericórdia de Deus, a disposição para o serviço de Deus, a humildade e a preocupação com os mais humildes e injustiçados. Vejam quantos talentos Deus nos dá. Que coisa maravilhosa é a sua palavra. E a fé?! Que presente maravilhoso para nos mantermos firmes diante das durezas da vida. A fé que nos dá coragem e perseverança.

Jesus pergunta para mim e para você: O que você tem feito com estes talentos? Tem colocado em práticado e o feito multiplicar? Ou tem escondido com medo de perdê-los ou com medo das coisas do mundo? Se a gente recebe lago tão poderoso como a fé porque não nos apegaríamos a ela diante das dificuldades da vida?!? Pois bem, estamos no caminho do Reino de Deus. Não devemos desperdiçar as oportunidades que recebemos na vida de fazer multiplicar o amor de Deus. Essa é a mensagem que recebemos de Cristo. Jesus Cristo nos concedeu um enorme capital, não de dinheiro, mas de talentos espirituais. De perseverança que vem através do batismo no Espírito Santo. Sim, o nosso batismo de criança foi um batismo no Espírito. Nunca tenhamos dúvidas disso. Formos revestidos pelo poder do Espírito e transformados pelo amor de Deus. Por sigamos multiplicando e investindo nossos talentos, em amor e em fé. Sejamos instrumentos valiosos do amor de Deus mundo. O Espirito de Deus nos acompanhará sempre. Amém!


Autor(a): PPHMista Willian Kaizer de Oliveira
Âmbito: IECLB / Sinodo: Norte Catarinense / Paróquia: Garuva-SC (Martinho Lutero)
Área: Confessionalidade / Nível: Confessionalidade - Prédicas e Meditações
Área: Ministério / Nível: Ministério - Habilitação
Testamento: Novo / Livro: Mateus / Capitulo: 25 / Versículo Inicial: 14 / Versículo Final: 30
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 59950

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