Quando era menino, minha família tinha por hábito passar o Natal na casa dos avós. A viagem era de ônibus e durava uma noite inteira. De tanta emoção, mal cochilava. Lembro-me de observar ao longe a luz das casas e das cidades. Imaginava quem eram e como viviam aquelas pessoas. Ainda me arrepio ao lembrar de que, mesmo no meio da noite escura, havia o brilho dos pequenos vagalumes. Por mais tenebrosa que fosse a noite, ainda assim havia luzinhas. Assim, durante toda a viagem, ficava no meu canto, entretido. Como todo menino, volta-e-meia cutucava a mãe para fazer aquela pergunta básica: Falta ainda muito para chegar? Os dias na casa dos avós eram de muita festa. A família se reunia na noite de Natal. Havia muita comida e os tradicionais “LPs” tocando toadas de Natal. Confesso que pouco era citado o nome de Jesus. O que pesava mesmo era o reencontro e a festa, sem esquecer os presentes!
Hoje, como adulto e pastor, estou num ritmo totalmente diferente. Mas, família continua sendo família. Natal continua sendo Natal. Confesso que, alguns valores perder a força. Outros se tornaram mais preciosos. Para que isso ocorresse, precisei refletir sobre o verdadeiro sentido do Natal. De fato, comemoramos o aniversário de alguém que nasceu há dois mil anos atrás. O recém-nascido deu motivo para grande alegria ao casal José e Maria, que eram pobres. Naquele exato momento, sequer estavam em casa. O nascimento ocorreu em viagem numa pequena cidade chamada Belém, longe de Nazaré, onde residiam. Aparentemente, estavam sozinhos. Mas, será mesmo?
Sendo desconhecidos na região, eles receberam algumas visitas. Nas campinas, os humildes pastores de ovelhas foram avisados de que, logo ali, havia nascido um menino abençoado. Prontamente, cheios de curiosidade se aproximaram da estrebaria para contemplar o menino cheio de luz. Durante a visita, eis que os anjos cantaram: Paz na terra e a Deus louvor! Eis nasceu o Salvador. Dias depois, aproximaram-se outros visitantes. Eram homens que se vestiam e falavam línguas estranhas. De maneira reverente, eles se ajoelharam, entregando presentes ao menino. Ao retornarem à sua terra natal, com grande alegria proclamaram a todos que encontraram o Salvador do mundo.
Novamente chegamos ao Natal. Tal como os pastores e os sábios, somos convidados à aproximação. Seja por curiosidade, ou alegria, ou necessidade, é preciso dobrar os joelhos diante do Salvador, reconhecendo que, tanto a nossa vida, quanto o mundo, só podem mudar quando JESUS ocupar não apenas a manjedoura, mas também o centro do coração. Os anjos continuam glorificando. Calmamente, os pastores conduzem seus rebanhos. Os sábios orientais seguem seus estudos agora já com o reconhecimento do Salvador. Então, chegou a nossa vez: Vamos nos achegar à estrebaria e ajoelhar! Vamos também entregar a nossa vida a Jesus, permitindo que doravante sejamos abençoados e uma bênção. Amém!