Tem coisas que acontecem na nossa vida, na vida de pessoas que parece ser o fim de tudo. Quanto sofrimento não queríamos ter passado, mas passamos. Quantas noites de sono perdidas, quantas dores sentidas, quantas preocupações!
[pode-se dar exemplos]
Vez ou outra é simplesmente jogado em nossas costas um monte de areia ou pedra. Como um caminhão tipo caçamba, vamos sendo absorvidos por problemas. E a gente tem que lidar com isso arrumando forças de onde puder!
Olhando para essas situações que acontecem com as pessoas, as experiências de dor e angústias, podemos, por incrível que pareça, encarar de uma maneira positiva:
Tendo a convicção de que em meio ao sofrimento se esconde a paz, a esperança e a fé. É no meio desse monte de areia e pedra onde encontraremos vida.
Porventura, não é assim com uma mulher que está parindo seu filho ou filha? Quanta dor ela deve sentir! Mas em seguida do parto, ofegante, ainda em dores, ela se volta completamente para aquela criaturinha em seus braços... a vida estava ali escondida com o sofrimento.
Falando ainda das coisas difíceis pelas quais passamos, diz-se que:
Um menino estava contando à sua avó que tudo ia mal. Problemas na escola, problemas de relacionamento com os pais... Enquanto ele falava, a avó estava fazendo um bolo. Então ela perguntou a seu neto se ele gostaria de comer um pedaço de bolo.
–‘Claro!’ Respondeu o menino.
Então ela lhe ofereceu um pouco de azeite de cozinha.
– ‘Que horrível!’, disse ele. Logo lhe ofereceu dois ovos crus.
– ‘A não, vó!’ Reclamou o menino.
– ‘Bom, talvez queira um pouco de farinha?’, perguntou a avó.
– ‘Vó, tudo isso é horrível!’ Queixou-se o menino.
A avó respondeu:
– ‘Sim, todas essas coisas parecem horríveis. Mas essas coisas horríveis, no tempo certo vão se transformar em um bolo delicioso!’
Deus deseja fortalecer a nossa fé a partir das experiências dolorosas e nos fazer vislumbrar o que não enxergamos aos olhos naturais.
Porque quando olho apenas para aquilo que vejo, ainda que toda nossa força esteja em prol do bem comum, da solidariedade, da luta pela justiça [o que faremos até o fim... esse é o nosso trabalho como cristãos e cristãs], ainda assim, é inevitável a constatação: Nosso corpo está se acabando dia após dia.
Quando olho no espelho dá uma certa dor por ver o tempo passando, as rugas e os cabelos brancos se apresentando, doenças que antes não agiam agora batem à nossa porta.
Quando vejo pessoas em leitos de hospitais, penso, o que somos nós?
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O que diremos, então, de Cristo?
Todo seu sofrimento, sua entrega por causa de nossa desistência de Deus. Seu corpo flagelado, se decompondo... O que resultou de Cristo?
E aqui está o impulso que necessitamos diariamente: Ele vive, ressuscitado, glorificado, em corpo incorruptível.
Nisso cremos, por isso falamos... Falamos que aquele que ressuscitou o Senhor Jesus também nos ressuscitará e nos levará.
Lembremos do que lemos: “o que pode ser visto dura apenas um pouco, mas o que não pode ser visto dura para sempre” (v.18b).
Prezada comunidade, quero animar-lhes a andar por fé e agarrar em Cristo (como dizia Lutero), porque ele tem derramado grande amor, paz e esperança sobre nós.
Apesar de tudo que sofremos, aqui dentro [do ser] Deus está criando uma nova vida. Moldando com suas próprias mãos como no início de tudo!
Finalizo com um trecho do poema chamado: Isto a fé é para mim (GNANABARANAM, Johnson – teólogo luterano indiano)
O que o sol é para a terra, isto a fé é para mim, pois a fé me abastece de luz. O que as flores são para o pé de manga, isto a fé é para mim, pois a fé produz frutos do Espírito.
O que a água é para o peixe, isto a fé é para mim, pois a fé é o elemento no qual eu me movo.
O que o fundamento é para a casa, isto a fé é para mim, pois a fé é a base da minha vida.
O que a mãe é para a criança, isto a fé é para mim, pois a fé me ajuda a confiar nas mãos de Deus.
O que o alimento é para o faminto, isto a fé é para mim, pois a fé mata a fome da alma.
O que as mãos são para o ser humano, isto a fé é para mim, pois a fé me ajuda a receber a graça.
Amém!