Certo domingo decidi ir ao culto. Como de costume, entrei e sentei num banco no qual já estava habituado a ficar. Então, ouvi o presidente da comunidade dizer: Nós precisamos de alguém para ajudar no Culto Infantil. Quem pode assumir essa missão? Eu senti a presença real de Deus ao meu lado sussurrando: Filho! É contigo. Vá lá e assume! Mas, Senhor, ensinar crianças é uma coisa que não sei fazer! A Madalena seria a pessoa ideal. Ela é professora aposentada. Não há o que ela não saiba fazer. Ao invés de acompanhar as crianças, eu prefiro ficar aqui no banco assistindo ao culto. Noutra manhã, ouvindo o coral sentado no meu lugar de costume escutei o regente desafiar: Nós precisamos de mais vozes masculinas. Quem gostaria de se juntar ao coral? Novamente, eu ouvi a voz de Deus sussurrando ao meu lado: Vai lá. Você gosta de cantar. Quantas vezes já te ouvi no chuveiro? Mas, Senhor, cantar diante de todos é uma coisa que eu não posso fazer! Mas, olha ali. O Jonas pode fazer isso. Ele tem uma excelente voz. É melhor eu ficar admirando o louvor aqui no banco. No mês seguinte, novamente no meu lugar, ouvi o pastor desafiar: Precisamos de alguém para fazer a recepção na entrada da Igreja. Quem aceita essa tarefa? De novo, Deus sussurrou: Filho! É algo que você pode fazer. Mas, Senhor! E quando vierem estranhos, o que é que eu faço? Mas, há a Maria. Ela é extremamente simpática. Ela sabe lidar com as pessoas. Eu sou tímido. Ela fará isso muito bem. Eu preferiria que alguém viesse sempre ao meu encontro para me cumprimentar. Assim, os anos se passaram e eu nunca mais ouvi aquela voz. Até que certa noite fechei os meus olhos e acordei numa praia do céu. Éramos os quatro juntos na eternidade: Madalena, Jonas, Maria e eu. Então, Deus nos disse: Eu preciso de um de vocês para fazer um trabalho para mim. De imediato, gritei: Senhor! Deixa comigo. Eu faço já. Não há nada que eu não faria pelo Senhor. Então, Deus me respondeu: Obrigado, meu filho. Sinto muito: No céu não há bancos!