Como vocês invertem as coisas! Será que o oleiro é igual ao barro? Pode a obra dizer ao seu artífice “Ele não me fez?” Pode a coisa feita dizer ao seu oleiro: “Ele não sabe de nada”? (Isaías 29.16)
Isaías profetiza ao povo de Deus na Babilônia. Uma parte rejeita a sua mensagem e influencia negativamente a outra parte que a acolheu. Isaías acusa a parte que rejeitou, de inverter as coisas, e com ela dialoga. Primeiro a faz aceitar a ideia de que o oleiro não é igual ao barro do que o vaso é feito; depois a ajuda a aceitar que foi criada por Deus e a reconhecer que Deus sabe de tudo. A inversão destas coisas, foi um dos motivos que levou o povo à escravidão e ao exílio e continuava presente na mente de algumas pessoas. Essa mentalidade se tornou uma das responsáveis por atrasar a libertação e o retorno do povo a Israel. Assim, enquanto durasse o pensamento expresso no versículo acima, Deus não interviria em seu favor. Era preciso mudar a mentalidade, também para que em Israel essas coisas invertidas não causassem outras tragédias. Esse processo de mudança de mentalidade levou anos.
Além do versículo de Isaías, as Senhas Diárias desta sexta-feira indicam o texto de Efésios 2.10. Nele, Paulo reforça na fé das pessoas cristãs o ensinamento de que “Somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras.” O apóstolo deixa claro que somos criaturas de Deus (portanto, não somos deuses); que fomos criados e criadas por meio de Jesus Cristo, com um objetivo: fazer boas obras. Paulo reafirma a ordem das coisas.
Não invertamos as coisas como fez Israel antes e durante o exílio. E se já as invertemos, que busquemos resgatá-las para o nosso bem, mudando de mentalidade. Que com base em nossas obras, possamos fazer nossa autoavaliação. Que as obras sejam boas, pois para isso fomos criados e criadas. Que sejam obras de amor: pacificadoras, reconciliatórias, edificantes, que defendam e promovam a vida, a unidade e a liberdade. Obras de compaixão, solidariedade, empatia, alteridade.
Oração: Senhor Jesus, tu queres que nos relacionemos em amor. Amor a Ti, amor a nós mesmos e amor ao próximo como a nós mesmos. Dá para que possamos viver com essa mentalidade e agir dessa forma. Dá para que respondamos ao teu gesto de amor na cruz, morrendo em nosso lugar e em nosso favor, livrando-nos do pecado, do mal e da morte, com o exercício da fé através da prática das boas obras. Amém.
P. Arnaldo da Costa Clemente
Comunidade Evangélica de Igrejinha