“O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros,
assim como eu vos amei.” (João 15.12).
Por mais óbvio que pareça, esta ordem de Cristo nem sempre nos é fácil de cumprir. Refletindo sobre o texto desta matéria, com vistas à esta temática, lembrei-me da parábola das Três Peneiras, atribuída ao filósofo ateniense Sócrates. Segundo ela, certa vez um amigo procurou Sócrates para lhe contar uma informação que julgava de seu interesse:
_Quero te contar uma coisa a respeito de um amigo teu!
_Espera um momento! Teria dito Sócrates: Antes de me contar este fato, quero saber se fizeste esta informação passar pelas três peneiras.
_Três peneiras? Não entendo... O que queres dizer? Respondeu o amigo.
_Vamos peneirar aquilo que queres me dizer – teria dito o filósofo. Devemos sempre usar as três peneiras. Se não as conheces, preste bem atenção: a primeira é a Peneira da VERDADE. Tens certeza de que isso que estás prestes a me contar é verdade?
_Bem, foi o que ouvi os outros contarem. Não sei exatamente se é verdade.
_Então, se não sabes se é verdade, sua informação já não passou pela primeira peneira. A segunda peneira é a da BONDADE. Com certeza, deves ter passado a informação pela peneira da bondade. Você gostaria que falassem isto a respeito de ti?
Envergonhado, o homem respondeu:
_Não, de forma alguma gostaria que falassem algo deste tipo a meu respeito. Devo confessar que também não passei.
A terceira peneira é a da NECESSIDADE. Pensaste bem se há a necessidade de me contar esse fato ou mesmo de passá-lo adiante? Vai resolver alguma coisa? Ajudar alguém? Melhorar alguma coisa?
_Necessário? Na verdade, não.
_Então - disse-lhe o sábio – se o que queres me contar não é verdadeiro, nem bom, nem necessário, então é melhor que o guardes apenas para ti. E da próxima vez que surgir um boato por aí, submeta-o ao crivo das Três Peneiras: Verdade, Bondade e Necessidade, antes de obedecer ao impulso de passá-lo adiante, porque, como diz outro ditado “pessoas inteligentes falam sobre ideias; pessoas comuns falam sobre coisas; e pessoas mesquinhas falam sobre outras pessoas”.
Caros leitores, como sabemos, não é tão fácil usar essas três simples peneirinhas em nosso dia-a-dia; afinal, desde que o mundo é mundo, conversa vai, conversa vem e, quando menos se espera, algum boato já se espalhou. Entretanto, nesse momento, vale lembrar que toda a história tem pelo menos dois lados e, como tal, nada mais justo do que ouvir todos os envolvidos. Além, é claro, de lembrarmo-nos das palavras de nosso mestre maior – Jesus Cristo, que nos ordena: “O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros”.
Que assim seja.
Oração: Senhor, tu que és “o Caminho, a verdade e a vida”, gratos e gratas te somos porque, pela tua infindável misericórdia e pelo teu exemplo de empatia, vieste ao mundo, caminhaste ao nosso lado e sentiste na pele as dificuldades da vida humana. Senhor, tu que amaste ao Pai acima de todas as coisas e às pessoas tanto (ou até mais) do que a ti mesmo, dá-nos a disposição para te ouvir, a calma para refletir, a bondade para agir na hora oportuna e do jeito certo, além da capacidade de amar. Amém!
Cat. Daniel R. da Costa
Igrejinha/RS