“Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados... Todos ficaram cheios do Espírito Santo” (Atos 2:1-2;4).
No próximo domingo, dia 23 de maio, a Igreja Cristã celebra o Dia de Pentecostes. Cinquenta dias depois da primeira Páscoa cristã se cumpre a promessa dada por Deus ao seu povo através do profeta Joel: “E acontecerá, depois disso, que derramarei o meu Espírito sobre toda a humanidade. Os filhos e as filhas de vocês profetizarão, os seus velhos sonharão, e os seus jovens terão visões. Até sobre os servos e sobre as servas derramarei o meu Espírito naqueles dias” (Joel 2.28,29).
Essa é (ou deveria ser!) uma das celebrações mais importantes para nós cristãos. No Natal celebramos o Pai nos presenteando seu Filho. Na Páscoa, celebramos o Filho nos dando a salvação. No Pentecostes, celebramos o Espírito Santo nos dando sua presença constante. Aquilo que, na Antiga Aliança, era privilégio de alguns poucos, a saber, sacerdotes, profetas e reis, na Nova Aliança é realidade pra todos aqueles que creem e confessam Jesus Cristo como Senhor e Salvador. O próprio Deus, na Pessoa do Espírito Santo, está em e com os seus discípulos, como o próprio Cristo disse que aconteceria depois da sua ressurreição e ascensão: “E eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Consolador, a fim de que esteja com vocês para sempre: é o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece. Vocês o conhecem, porque ele habita com vocês e estará em vocês. - Não deixarei que fiquem órfãos; voltarei para junto de vocês” (João 14.16-18).
Infelizmente, para muitos cristãos hoje, esta data importantíssima passa despercebida. Não seria por que o comércio ainda não descobriu algo para ser vendido e consumido nessa época? A pergunta pode soar forte e até ofensiva, mas contemplando o que aconteceu com a Páscoa e o Natal, tem razão de ser feita. E, se for isso mesmo, precisamos nos perguntar o quanto disso é responsabilidade nossa, discípulos de Jesus, hoje.
Para essa reflexão, então, importa perguntar: que razão temos para celebrar Pentecostes ainda hoje? Como dito acima, o Espírito Santo nos deu sua presença constante (vindo habitar no crente e entre eles). A partir desse lugar, o Espírito Santo trabalha para:
- Nos unir como igreja: Aos crentes da cidade de Éfeso, o apóstolo Paulo escreve: “...fazendo tudo para preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz” (Efésios 4. 3). Vejam: a unidade é do Espírito e algo com o qual devemos nos comprometer!
- Nos direcionar na missão: O livro neotestamentário chamado de Atos dos Apóstolos poderia, muito bem, ser chamado de Atos do Espírito Santo. De forma clara e inequívoca, é ele o sujeito principal do desenvolvimento da missão de Deus na igreja primitiva. Em Atos 13.2-4, por exemplo, lemos: “Enquanto eles estavam adorando o Senhor e jejuando, o Espírito Santo disse: — Separem-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando e orando, e impondo as mãos sobre eles, os despediram. Então, jejuando e orando, e impondo as mãos sobre eles, os despediram. Barnabé e Saulo, enviados pelo Espírito Santo, foram até Selêucia e dali navegaram para Chipre”.
Em Atos 16, vemos Paulo, um organizado e estrategista missionário, com sua agenda montada. Dias, locais e formas de anunciar o Evangelho estão bem definidos por ele e sua equipe. Porém, o Espírito Santo é Senhor sobre a vida e agenda do apóstolo! Por isso, lemos que “... percorreram a região frígio-gálata, tendo sido impedidos pelo Espírito Santo de pregar a palavra na província da Ásia. Chegando perto de Mísia, tentaram ir para Bitínia, mas o Espírito de Jesus não o permitiu. E, tendo contornado Mísia, foram a Trôade. À noite, Paulo teve uma visão na qual um homem da Macedônia estava em pé e lhe rogava, dizendo: - Passe à Macedônia e ajude-nos” (Atos 16.6-9). Precisamos da mesma sensibilidade e submissão ao Espírito Santo também hoje!
- Nos animar para a missão: Em toda e qualquer circunstância, os discípulos de Jesus, sua Igreja, precisam da presença do Espírito Santo para viver a fé e para fazer a missão. Mas, em momentos de adversidade e sofrimento, essa presença, certamente, é especial. Por isso, o apóstolo Paulo escreve aos tessalonicenses: “E vocês se tornaram nossos imitadores e do Senhor, recebendo a palavra com a alegria que vem do Espírito Santo, apesar dos muitos sofrimentos” (1 Ts 1.6).
Por tudo isso, celebremos o Pentecostes com muita intensidade, vivendo a unidade do Espírito em torno da obra redentora de Cristo e recebamos o direcionamento e o ânimo vindos do Espírito Santo para a missão de anunciar o Evangelho a toda a criatura, desde onde estamos até os confins da terra.
Como oração, podemos cantar ou recitar o hino 365 da Hinário HPD:
/:Vem, Espírito Santo, vem, vem nos congregar.:/
De todas línguas vem nos reunir. Na unidade vem nos reunir.
Vem, Espírito Santo, vem, vem nos congregar.
P. Leonir Lohmann
Três Coroas
