O tempo que estamos vivenciando vem despertando nas pessoas potenciais adormecidos. Somos estimuladas a reinventar a roda da vida. Fomos empurradas para fora da nossa zona do conforto e do conhecimento. Nossas emoções e sentimentos subiram a ponto de termos a sensação dos corações pulsando pra fora da boca. Parece que perdemos o limite da serenidade. O ano deveria ter iniciado com um caminho sem pedras, mas num repente apareceram buracos, pedras de tudo que é tamanho, vírus desconhecido, o medo passou do limite saudável. O que antes vinha caminhando em passos ritmados e conhecidos elevou-se a níveis extremos e nos dando a sensação de que tudo é desconhecido.
O que pode nos ajudar? O que auxilia uma mãe que recebe em seus braços uma criança, recém-nascida, com diagnóstico tão severo? O que fazer com os projetos tão bem planejados? O que fazer com a sensação de que não se vai dar conta da demanda que se projeta a frente? O que fazer com o luto sem despedida? O que fazer sem abraços?
Jesus vem e nos apresenta a sua cruz. Cruz que nos lembra do amor infinito e incondicional. Cruz de Jesus que não nos livra da nossa própria cruz, mas que nos faz entender que não há limite para amar. “Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos” (João 15.13).
Amamos além da síndrome, das deficiências, daquilo que considerávamos normal e suficiente. Amamos com o útero e com o coração. Nossos olhos enxergam potencial onde parece impossível. Amamos como mães acima e sem limites, porque fomos, somos e seremos abençoadas pelo amor puro e sem limites provindos de nossas filhas, filhos e de Deus. Nos abraçamos com o olhar, com o bolo, com a geleia, com criatividade sem limite, pois amar não tem limites.
Pa. Mayke Marliese Kegel
Pastora Capelã Hospitalar do Hospital Dona Helena - Joinville
reside em Joinville - Santa Catarina
Sínodo Norte Catarinense