Os pescadores de uma comunidade de pescadores em Itajaí/SC tinham o seu braço de pesca preferido. Há anos, sempre que podiam, escolhiam aquele barco para saírem pescar. Ele tinha um bom desenvolvimento para pescar. Os pescadores sempre voltavam alegres quando usavam aquele barco. No entanto, o tempo foi passando, e o barco preferido já não evoluía mais, perdeu sua força e dava muitos problemas. Parecia que havia ele precisava de uma manutenção. Os pescadores então trouxeram o barco para a praia e trocaram umas peças velhas. Experimentaram pescar novamente com ele; de início deu sinais de melhora, com mais força, mas logo depois ficou lento de novo. Parecia que ficara pesado. Novamente os pescadores o levaram para a praia e desta vez trocaram o motor. Quando saíram para pescar com ele, perceberam que o motor novo havia dado mais força ao barco. Mas sua agilidade e desempenho duraram por pouco tempo. Ele estava lento e pesado de novo. Os pescadores já não sabiam mais o que fazer para recuperar o seu barco preferido. Foi então que um velho e experiente pescador daquela comunidade lhes deu um sábio conselho.
Antes de lhe contar o conselho do velho pescador, quero observar que na nossa vida acontece algo parecido como a este barco preferido. Com o passar do tempo vamos passando por frustrações e se elas não são resolvidas, vão se tornando em amarguras que deixam a vida pesada, cheia de problemas e difícil; muitas vezes a tal ponto de perdermos até a alegria de viver.
Caro leitor e cara leitora, quem sabe você também está cansado, fraco e já não tem alegria na vida. Será que o teu coração também precisa de uma manutenção?
A bíblia chama a nossa atenção para o perigo da amargura: “Tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem” Hebreus 12.15.
A amargura é para a bíblia como uma raiz, que vai crescendo oculta e silenciosamente, mas um dia se transforma numa grande planta que é capaz de nos destruir.Não são os outros que plantam a semente da amargura em nosso coração, mas nós mesmos. A amargura surge de frustrações nossas com pessoas, com grupos, situações e até coisas materiais. Mas em vez de procurarmos resolver estas frustrações, insistimos em por estas frustrações pra dentro de nosso coração, vamos acumulando elas lá no fundo, vamos engolindo, engolindo, engolindo. Você já engoliu uma frustração? E qual é o sabor? Amargo, não é? As frustrações têm um gosto amargo. Na verdade, uma pessoa vive amarguradaporque o coração está cheio de frustrações, mágoas, rancor, inveja, culpa, miséria, tragédia, ofensas, etc.
Por mais que tentamos esconder nossa amargura, um dia ela virá à tona. Ela sairá do nosso coração contaminando as pessoas e o mundo ao nosso redor. É como o barco preferido da nossa história, que com o passar do tempo ficou lento, pesado, fraco e triste. A amargura faz o mesmo com nossa vida. Torna os relacionamentos na família pesados e desgastantes. O local de trabalho se torna tenso e difícil. Perde-se a alegria de estar com as pessoas amarguradas. Deixamos de frequentar os encontros de família, os encontros na igreja e até paramos de orar e ler a bíblia. O que o cristão tem a disposição para eliminar a raiz da amargura ou talvez a árvore em que ela se tornou?
Para responder a esta pergunta precisamos voltar ao conselho do velho pescador. Ele explicou aos colegas mais inexperientes que a solução para que o barco voltasse a ser como antes era a espátula. “Espátula!”, exclamaram os pescadores. Sim, cada um com sua espátula deveria ajudar a raspar a crosta de sujeira que havia se acumulado ao longo dos anos, no casco daquele barco.Simples assim!
Para curar a amargura é preciso limpar a sujeira acumulada no fundo do seu coração!
Em primeiro lugar, examine o seu coração. Isso pode doer, mas é necessário que você encontre em seu coração o que te traz amargura. Peça que Deus lhe ajude nisso, como fez o salmista: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno” (Sl 139.23-24).
Depois de ter encontrado o que causa a tua amargura, em segundo lugar, confesse a Deus todas as tuas mágoas, tuas frustrações, teu rancor, etc. Não deixe que a amargura continue te envenenando e contaminando as pessoas que vivem contigo. Deus nos promete que “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1Jo 1.9).
Por último, perdoe as pessoas que te ofenderam e magoaram ou a quem você tenha odiado e prejudicado. A bíblia recomenda que “Toda amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e blasfêmias, e toda malícia seja tirada de entre vós; antes, sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo” (Ef 4.31-32). Depois de uma boa limpeza, barco preferido dos pescadores voltou a alegra-los em muitas pescarias. Deixe Deus limpar o seu coração e você voltará a ter alegria e leveza em sua vida!